Ilustração "Pomeranos", da série "Imigrantes do Brasil". 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Ilustração “Pomeranos”, da série “Imigrantes do Brasil”.
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Pomeranos

Os pomeranos chegaram ao Brasil entre os anos 1859 e 1874, por motivos de dificuldades de sobrevivência em seu país de origem, a extinta Pomerânia, antiga região situada no norte da Polônia e da Alemanha, na costa sul do mar Báltico.

Desembarcaram no porto de Vitória, no estado do Espírito Santo, em 1859, contribuindo para o crescimento da região, vindos dos navios “Gutenberg” e “Doktor Barth”. Ao chegarem no Brasil acabaram encontrando pobreza semelhante àquela de seu país. As dificuldades que viveram em sua chegada eram muitas e quase que insuperáveis. O forte espirito de união foi o fator decisivo na superação de tantos desafios impostos.

A trajetória dos pomeranos é caracterizada por uma constante necessidade recriar sua cultura, na nova realidade encontrada aqui. Na Europa, os pomeranos eram diaristas e meeiros, mas aqui puderam traçar a sua própria história e identidade. As riquezas e tradições culturais continuam preservadas.

Segundo pesquisas, por volta dos anos de 1970, eles se conheciam e se chamavam como “irmãos alegres” e tinham um lema: “Nós temos a morte; os filhos, o sofrimento, os bisnetos e o pão”.



A antiga Pomerânia não existe mais. Até 1945 era um território que pertencia à Alemanha. Com a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, parte de seu território foi incorporado à Polônia. O restante passou a integrar o atual estado alemão de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. O ano de 1945 também marcou o início de diáspora terminal para o idioma na Europa, o que fez com que o idioma virasse patrimônio cultural de outros países.

Hoje, praticamente, só existem pomeranos no Brasil, em um número estimado de 300 mil. Destes, cerca de 200 mil vivem no estado do Espírito Santo onde, atualmente, encontra-se a maior concentração da etnia, superando, inclusive, o Rio Grande Sul, conhecido pela grande concentração de imigrantes alemães. Os demais estão nos estados de Minas Gerais, Rondônia         e Santa Catarina.

No município de Santa Maria de Jetibá, localizada na região serrana do estado do Espirito Santo, a cidade mais pomerana do Brasil, é realizada a Pomerisch Fest, uma festa que abarca toda a cidade e a participação de seus habitantes. Dentre outras atrações como desfiles que contam a história da saga dos pomeranos, acontece a encenação do tradicional casamento pomerano, onde a noiva se veste de preto para casar.


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Os pomeranos, em sua maioria vivem no campo, em cerca de 5.000 propriedades familiares. Nesse território, recortado em pequenas unidades de produção, os agricultores se dedicam às culturas do café, gengibre, verduras, legumes e morangos.

Santa Maria de Jetibá, no estado do Espírito Santo, também esses imigrantes imprimiram suas marcas na cultura local. O Museu da Imigração Pomerana, conta com um rico acervo sobre a Imigração alemã no Brasil, em especial a imigração pomerana, e sobre a região no Espírito Santo que já foi denominada Nova Pomerânia. Está localizado em uma casa de arquitetura pomerana, da década de 1930, que foi sede da antiga Estação de Fruticultura da cidade. Foi reformado e reinaugurado em 2010.

Na região sul, os pomeranos chegaram em 1857. A cidade de Harmonia, no Rio Grande do Sul, 99% dos seus habitantes são de origem pomerana.  Outra concentração de pomeranos se encontra no estado de Santa Catarina, na cidade de Pomerode, a cidade mais germânica do Brasil. Em Pomerode pode-se apreciar a cultura germânica e pomerana no Pomeroder Winterfest.

No estado de Rondônia, mais de 12 cidades mantém a tradição dos agricultores pomeranos. No local é feita a festa da cultura, com culinária típica, danças, etc. Os trajes das danças são em azul e branco, onde o azul representa o mar báltico e o branco, as rochas e as pedras esculpidas pelo mar.

Os pomeranos trouxeram para o país sua cultura e aqui as preservou através da língua, das danças, dos rituais, das festividades, da religião e também da tradição culinária.

As danças típicas se desenrolam ao som da concertina. Na abertura da dança, o grupo se reúne em círculo para a saudação ao público, seguindo-se seis ou oito coreografias e, ao final, a dança de saída, com a despedida do grupo e o grito de guerra.



A gastronomia é praticamente germânica. Há o Strudelt, um bolo com frutas; o Milhabrot, pão de milho, preparado com batata doce, cará, aipim e fubá de milho branco ou amarelo; o Spitsbuben, conhecido como bolo ladrão; o Kasekuchen, um bolo de queijo; o Streuskuchen, um bolo de farofa e biscoitos caseiros de nata, polvilho ou amanteigado; o Firsichup, uma sopa doce de ameixa; a cuca com farofa.

Para os pratos salgados, encontramos a linguiça de carne de boi; o queijo tipo puina e schmierkase (qualhada); o Blutwurst, um chouriço feito de sangue e miúdos de porco; a batata ensopada; Sopas variadas como canja, aipim cozido e socado, batata doce socada, sopa com rosca.

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Por Lu Paternostro
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