Ilustração "Os Catadores de Coco", da série "Tipos Tradicionais Brasileiros"
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Ilustração “Os Catadores de Coco”, da série “Tipos Tradicionais Brasileiros”
Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
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Eu quero me trepar no pé de coco
Eu quero me trepar pra tirar coco

Depois eu quero quebrar o coco
Pra saber se o coco é oco
Pra saber se o coco é oco

Tem gente dizendo que eu sou louco
Que eu só falo em tirar coco

Realmente eu quero tirar o coco
Pra depois quebrar o coco
Pra saber se o coco é oco

Realmente eu quero tirar o coco
Pra depois quebrar o coco
Pra saber se o coco é oco.

Pra Tirar Coco
Messias Holanda/ Hamilton Oliveira

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O Catador de Coco

É um tipo brasileiro, característico do Nordeste, devido aos extensos coqueirais.

Trata-se de um homem que, para pegar o coco, sobre bem alto nos coqueiros, utilizando uma forma típica de amarrar as cordas e ir subindo. Leva um facão afiado nas mãos ou uma foice. As vezes sobem utilizando somente os pés e as mãos, desprovidos de qualquer instrumento.

Para ver como vão longe, os coqueiros podem chegar a 30 metros de altura. Suas folhas podem atingir até 3 metros de comprimento. Pode viver até 150 anos quando chega a ter 35 metros de altura.



Os cocos são os frutos do coqueiro e se desenvolvem o ano todo, porém mais intensamente no final do inverno e início do verão. Pode-se chamar o coco de coco-da-praia, coco-da-índia, coco-da-baía.

Não se sabe bem a origem do coqueiro. O que é conhecido é que o coco-da-baía (cocos Nucifera), chegou na Bahia em 1553 com os portugueses que vinham das Ilhas de Cabo Verde. Da Bahia o coco espalhou-se por todo o litoral brasileiro, sendo suas sementes levadas pelo mar.

Conta-se que os índios que aqui habitavam, utilizavam a água do coco e a polpa fininha que o coco verde tem. Somente com a chegada dos negros escravos vindos de Moçambique, na África, aprenderam a fazer e tomar o leite de coco, muito utilizado na cozinha afro brasileira.

O fato é que do coco, nada se perde!

O leite de coco, feito da moagem da poupa do coco maduro, é usado na Moqueca Baiana; no Vatapá; no Caruru de Folha; no Xinxim de Galinha; no Arroz de Hauça; no Quindim; no Cuscuz de Tapioca; na Baba de Moça; no Mingau de Milho ou Tapioca; na Canjica; no Mungunzá; em Bolos e muitas outras receitas da culinária brasileira.

Além do leite de coco, tomamos a água de coco quando verde. Rica em sais minerais, é tomada em todo o litoral e cidades brasileiras.

Como os coqueiros da Bahia são muito altos, a coleta dos cocos é dificultosa e arriscada. Muitas plantações usa-se o coqueiro anão, vindo da Indonésia, que não chega a alcançar 10 metros. Mas os coqueiros naturais, são muito altos.

Usa-se uma “peia”, uma peça feita de tiras de couro que ele usa para envolver o tronco criando, assim, um suporte para ele ir ao topo do coqueiro. Ele abraça o coqueiro com uma alça da peia, sobe um pouco, abraça com a outra alça e sobe outro tanto, e assim vai, como se ele fosse subindo em degraus.

Os cocos são retirados verdes e conforme o tempo passa, sua água vai secando, dando lugar a uma polpa grossa, branca e gordurosa. Essa polpa é comestível e é com ela que se faz o coco ralado que, assim como o leite de coco, é utilizado em inúmeras receitas como o cuscuz doce de tapioca; as cocadas baianas; a bala de coco baiana; a cocada de tabuleiro da Bahia; o beijinho; o beiju e tantas outras delicias de nossa culinária.


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Além disso, do bagaço do coco, junto com toda a sua polpa, acrescido de outras matérias orgânicas, produz-se o óleo de coco, o sabão de coco, velas e a manteiga de coco. Da fibra de coco se fabrica capachos, broxas, redes, esteiras, artesanato.

O coco é um alimento natural muito rico e que alimenta grande parte das comunidades litorâneas.

O coco está presente no mundo todo e formas tradicionais diversas de apanhá-lo, vão sendo descobertas conforme vamos pesquisando. Na índia, por exemplo, os catadores sobem nos altos coqueiros apenas com uma cinta feita de fibra, onde são encaixados as mãos e os pés. A fita prende as mãos e os pés do catador no tronco. A sua habilidade é soltar as mãos, encaixando-as mais acima do coqueiro e, posteriormente, soltar os pés, afrouxando-os, para leva-los acima, juntos e neste movimento ele vai subindo de forma ágil e rápida. 



O buriti é outra espécie de palmeira, onde os catadores precisam ter muita habilidade para subir. No estado do Maranhão, os catadores utilizam uma espécie de andaime, feitos com paus e cordas. Não há equipamentos de segurança algum e a escalada é bastante alta, chegando a 16 metros. Aprendem o oficio desde crianças, com seus pais.

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Por Lu Paternostro
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