Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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As coisas do falar. O coração em oração de um pássaro.

Mais uma vez o eterno falar.

Falar coisas do coração, falar sem falar, falar e viajar de tanto falar e ter no ato de falar uma rica alegoria de pensamentos que se alimentam do próprio ato do falar.

Falar por falar. Falar e nem saber por que falou, mas já falou. O falar desfalando ou refalando o já falado.

Vivo mundos de eternos falares. O vômito do falar se materializa em uma coisa como algo que tem persona.

Existem as línguas bífidas do mal falar e o tão propagado, mas eternamente distraído, ato de ouvir, sem o qual o falar se perderia, mas que, contudo, não o coíbe.

“Vai falando aí que eu já volto….”.



Vi um homem meio desfocado, ouvindo os falantes, tentando entendê-los, sem falar nada.

Esse homem segura um pássaro que fala, canta. Ouço que ora ao cantar.

Tem um grande coração no peito que nasce do seu orar cantante.

O mesmo coração que surge no peito daqueles que ouvem aquele que canta.

….

Falas, falas, falas, e ao fim, um único falo, dentro do teu ouvido!

Por Lu Paternostro



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