Bombons do Bem. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Bombons do Bem

Um dia, do nada, nasceram girassóis no jardim dele. E ele ficou muito, mas muito bravo.

Amaldiçoou, ameaçou, rogou praga na pessoa que tinha feito isso, em Deus, sei lá.

Parou, pensou melhor, relaxou e aceitou uns bom-bonzinhos que ofereceram a ele, também que veio do nada.

Ficou amigo dos girassóis e adorou viver com eles ao seu lado.

Passou a comer bombons e pregar o bom da vida com girassóis… e bombons!

Por Lu Paternostro



Comidas em Bocas. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Comidas em Bocas

Colherezinhas cheias de comidas voam pelo espaço e acabam suas jornadas em bocas famintas.

Passeiam por histórias dentro de histórias fora de caixas.

Uma carinha plena de vontade, observa uma pessoa satisfeita com sua vida simples.

Um homem para e tenta saber o sabor daquela mulher.

Uma pessoa olha com fome o tal gorducho que passa.

Colherezinhas cheias de vontades voam pelo espaço e acabam suas jornadas nas bocas que agora comem.

Por Lu Paternostro



Pensando o que vai ser. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Pensando o que vai ser

As cabeças, quando humanas, só pensam.

Pensam o que vai poder ser, o que vai ser, o que será, o que ainda há por vir.

Elaboram imagens contínuas, como num tremendo caleidoscópio gigante que não para nunca, nunca!

Projetam dias, noites, gente que vem, vai, gente que morre, realidades, realidade múltiplas, monolíticas, monotônicas, mono-holística, duplo-etéricas, energéticas, sonsas, mortas, fechadas, sonoras. Boas e ruins, com raiva, sem raiva, enormes, chatas….

Mas que monte de realidades! Multi-realidades-gravitacionais-mentais.  

A boca fica falando para dentro destas cabeças. E não tem uma, mas um milhão de boquinhas que falam sem parar um só minuto. Um violento caleidoscópio de bocas.

É um tormento estar dentro de uma cabeça humana.

Por Lu Paternostro



Os Brindadores da Vida. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Os Brindadores da Vida

Você já imaginou sua vida assim, sendo brindada todos os dias por seres chamados “brindadores”?

É! Estes caras existem, mas não o percebemos, pois temos as nossas cabeças meio cheias de coisas, muuitas coisas, muuuito importantes de verdade.  Nem vou contestar isso….

Mas estão aí.

São essencialmente alegres e gostam de agradecer a vida, a cada dia.

Não sei ao certo se vão durar muito tempo.

Porém, esta é apenas uma lembrança que eles ainda existem.

Mauricio Andre ficou olhando, olhando e acho que desmaiou, pois ninguém nunca contou o final desta história direito.

Por Lu Paternostro



Quadros. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Quadros.

Cabeças enquadradas.

Elas me olham de suas pequenas janelas.

Cheias de perguntas.

Sonham e esperam um dia serem salvas de si mesmas.

Mas não largam suas próprias prisões.

Cabeças em quadros. Expostas emolduradas.

Vejo lágrimas escondidas nelas. Lágrimas que não caem.

Engolem-se. Escondem-se dos outros olhos.

por Lu Paternostro



Invasores: uma coisa que pode tornar-se a gente. Caixas de Histórias.

CPeça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Invasores: uma coisa que pode tornar-se a gente.

Convivendo comigo mesma todos os dias, percebi umas coisas estranhas que parecem conhecer minha mente como ninguém, mais do que eu mesma. 

Sugerem, pensam, cogitam, interpretam, dão forma, geram conceitos em mim. Se eu ficar olhando o passarinho “Sorriso”, que mora no planeta Marte… Pronto… Quando olho para mim de novo, meu cérebro está outro: eles dão forma a tudo o que passa pelo que passo a pensar.  

São como peixes abissais, iluminando e vivendo nas dobras mais profundas do meu cérebro pensante, esperando a hora de brotar, agir e sumir.  Manifestam-se nas mais inusitadas situações, criando até novas cabeças em mim.

Quietos, sabem esperar, sua arma para manterem-se vivos. Ficam assim, por um tempo, pois, também por um tempo, aprendi a espreitá-los.  

Despertam ativos nos diálogos humanos pulando, abelhudos, das frases, das palavras incautas, a qualquer dia, hora, minuto. Agora mesmo estão aí, aqui e acolá.

Se iluminá-los, somem por um tempo, mas sempre se fortificam e não morrem jamais.  

São tão sagazes e agem tão bem que, um dia, se não ficarmos bem atentos, nos tornamos eles, achando que somos nós que estamos aqui. 

Por Lu Paternostro



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