Quietos. Alguém te espreita. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Quietos. Alguém te espreita.

Eles te espreitam e, por isso, te conhecem bastante.

Suas mentes estão conectadas ao universo.

São silenciosos.

Quanto muito, conseguimos ouvir sua respiração, suave, baixa, profunda até.

São imateriais e percebem.

São os seres da quietude.

Percebe-os dentro de ti.

Por Lu Paternostro



Alguns curiosos passantes. As duas janelas. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Alguns curiosos passantes. As duas janelas.

Olho por elas.

Ainda podemos ver uma pessoa alegre pelas ruas e um homem que vomita conceitos chatinhos para o mundo e que passa por ela.

Ainda podemos ver um bêbado alegre que grita pelas portas dos comércios, uma mulher com síndrome de pânico paradona no meio da rua, um maestro que rege uma vida sem sentido, uma tristonha que se protege de seus filhos peçonhentos.

Podemos ver, ainda, dois amigos que param o tempo cumprimentando-se no meio de uma faixa de pedestre, numa avenida movimentada. E lá ficam, conversando.

E mais! Ainda podemos ver um discursista falar para caramba, enquanto cabeças perdidas perambulam pelas veredas de seus pensamentos subvertidos em palavras.

É gente que olha e fala, olha e fala, olha e fala. Gente que olha e espera.

Tudo assim, ao mesmo tempo, acontece. Hoje eu sei que posso ver o que acontece na frente daquelas duas pequenas janelas.

Por Lu Paternostro



Sonhadores: Cabeças sementes. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Sonhadores: Cabeças sementes

As Girafas Metafísicas

Eles decidiram esquecer o mundo real e deixaram suas cabeças voarem, tornando-se “inúteis” sonhadores.

Girafas metafísicas que tem suas cabeças lá longe! Aonde? Não sei…

Em suas buscas incessantes, costumam encontrar-se com seres fantásticos que se escondem nas paredes meditabumdas de cômodos sombrios.

Gostam de ver as linhas das perspectivas que se formam nos móveis, no momento de um olhar atento a eles. 

Transformam os rostos humanos em formas e traços, cores em movimento.

Envolvem-se e deixam-se levar por histórias tão fantásticas, mesmo sendo apenas um fato corriqueiro da vida cotidiana.

Quando nos olham ou ouvem estão, em verdade, olhando o infinito mágico que se deslumbra naquele momento.

Sabem ver nossos olhos e as fontes de energia radiante que brotam dos corações imersos na verdade.

Sonham acordados e vivem sonhadores criando não um, mas diversos mundos paralelos.

Sonham com caracóis que sonham com sonhadores que sonham com caracóis coloridos. Um sonho total.

Doidejam e vivem criando, e criando, curam suas loucuras abarrotadas. 

Veem de tudo…

Sabem que existem seres em constante movimento que estão em nossa volta e que plantam pequeninas sementes em uns buraquinhos que existem em nossas cabeças. Na cabeça deles estas sementes brotam e dos buraquinhos nascem cabeças e mais cabeças…

E assim vão indo, entumecidos de ideias e outros mundos de mais cabeças.

E assim, desprendem-se de sua origem essencial e voam longe e mais longe, explorando novos lugares, criando novas sementes, prontas para serem plantadas em novas cabeças.

Tudo vai se repetindo, pois criar é um ato infindável de fazer nascer cabeças sementes que, sem a mente, mentem sobre o real.

Por Lu Paternostro



O Tempo Passa na Casa da Florinda: E continua passando. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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O Tempo Passa na Casa da Florinda: E continua passando

E continua… passando…

O tempo passa na casa de flores e a carne assa num forno perdido no tempo, que passa para ele também.

O resto se acalma depois que o tempo passa. Façamos silêncio à passagem do tempo, porque ele vai, impiedosamente, para sempre.

A Florinda tentou segurar o tempo. Não deu…. Ficou triste. Fechou os olhos e aceitou.

E tudo continuou passando, indo com o tempo, o tempo que passa na casa da Florinda.

E ela se aquietou…

Por Lu Paternostro



O sono dos resignados. A morte dos quietos. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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O sono dos resignados. A morte dos quietos.

Eles vivem dormindo.

Não falam, não escolhem, não acham, não pensam, não leem, nem sonham, nem sentem o presente, nem nada.

Resolveram anular. Secar. Dormir.

Dormem em pé, parecem plantas. Dormem em tudo, em qualquer dia, local, dimensão.

Podem até falar, comandar, comer, administrar, mas o fazem dormindo.

Rezam, cantam, perguntam também, e morrem… Mas quietos…

Sempre dormindo.

Por Lu Paternostro



As coisas do Falar. O coração em Oração de um Pássaro. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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As coisas do falar. O coração em oração de um pássaro.

Mais uma vez o eterno falar.

Falar coisas do coração, falar sem falar, falar e viajar de tanto falar e ter no ato de falar uma rica alegoria de pensamentos que se alimentam do próprio ato do falar.

Falar por falar. Falar e nem saber por que falou, mas já falou. O falar desfalando ou refalando o já falado.

Vivo mundos de eternos falares. O vômito do falar se materializa em uma coisa como algo que tem persona.

Existem as línguas bífidas do mal falar e o tão propagado, mas eternamente distraído, ato de ouvir, sem o qual o falar se perderia, mas que, contudo, não o coíbe.

“Vai falando aí que eu já volto….”.



Vi um homem meio desfocado, ouvindo os falantes, tentando entendê-los, sem falar nada.

Esse homem segura um pássaro que fala, canta. Ouço que ora ao cantar.

Tem um grande coração no peito que nasce do seu orar cantante.

O mesmo coração que surge no peito daqueles que ouvem aquele que canta.

….

Falas, falas, falas, e ao fim, um único falo, dentro do teu ouvido!

Por Lu Paternostro



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