Merconda Viajora. Coleção Nhôs

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“Merconda Viajora” (PN96). Coleção Nhôs.
Técnica mista sobre painel. 30x05x30 cm(CxAxL)
Lu Paternostro

coleção Nhôs

Merconda Viajora

ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ minha Merconda querida!

Seus cabelos de dedos, contam muito de você!

Sabemos que quer pegar o mundo com suas mãos mentais, mas estes dedos são curtos, não podem pegar nada que seja ou esteja muito mais além deles! Pelo menos é assim que pensa.

Por isso elabora fracassos, sonhos que desvanecem, e tudo gravita somente na sua mente ativa, a construtora de sua prisão perpétua.

Uma pena, pois confiou muito nos dedos, mesmo curtos! Mas não soube ver mais além.

Ela passa dias elaborando e pensando. Adora contar histórias dos objetos e de seus proprietários.

Um dia, se fixou num grupo de balões-ostras, pequenos, duros, e que voavam lentamente. Eram de um amigo distante. Cismou com eles e ficava ranhetando cada vez que os via.

Dizia a todos que se deparou com um bando de objetos estranhos e que eram mal-educados, que não a ouviam e que iam embora quando tentava dar seus inúmeros conselhos a eles. E iam mesmo, porque não gostavam de gente chata como ela. Faziam muito bem!

Mas, com o tempo, Merconda foi se acostumando que, cada vez mais, não mandava em nada, que tudo tem seu ritmo, sentido, vontade próprios e é assim que é. Tem de relaxar disso tudo!

E foi o que fez!

Seus cabelos cresceram, seus dedos mentais, antes curtos, foram indo muito mais longe e ela enfrenta todos os balões-ostras que aparecem, com sabedoria e fluidez.



Benson Jorge. Coleção Nhôs

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“Benson Jorge” (PN097). Coleção Nhôs.
Técnica mista sobre painel. 30x05x30 cm(CxAxL)
Lu Paternostro

coleção Nhôs

Benson Jorge

Às vezes chamado de Benson, Benson Jorge ou Benson, o Jorge.
Elabora palavras, caladas pela boca sem resposta, mas seus vivos olhos são os seus melhores amigos.  

Convivendo com os homens, ele aprendeu a sorrir fechado, mas com os olhos grandes e bico calado! Por isso não confia em mais ninguém, não se mete com ninguém, mas procura manter sua casa iluminada com seus sonhos bons.

Em sua vida, procurou um sentido para ela, a vida.
Procurou isso em cantinhos diversos, como nas janelas abertas para as ruas, aquelas que davam para ver lá dentro, nem que seja um pouquinho. Mas não encontrou nada.

Espichava seu pescoço quando passava pelas casas antigas que, paradas lá, há tanto tempo, podiam saber de algo, quem sabe! Olhava e tentava ir um pouco mais além do que podia ver de imediato, perguntando às velhas paredes umedecidas, às frestas dos portões, ou mesmo gritando às antigas escadas e sempre passavam, o que é a vida.

Não se continha!
Seu corpo ardia de curiosidade.

Às vezes se pagava olhando através de fechaduras pequeninas, se perguntando baixinho: “Ô meu amigo universo inteligente, que coisa é essa vida que a gente tem aqui pra levar até o fim?”

Sua busca é eterna e continua até que a morte o leve para o grande todo.
Nesta hora, o tal mistério sumirá e os cantos, orifícios, janelas e fechaduras, serão todos um só movimento inteligente!
E ele nem mais se perguntará o que é a Vida.
Ele a viverá, lá!



Cumincho. Coleção Nhôs

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“Cumincho” (PN98). Coleção Nhôs.
Técnica mista sobre painel. 30x05x30 cm(CxAxL)
Lu Paternostro

coleção Nhôs

Cumincho

O Cumincho não existe.

Ele é um personagem que vive nos meandros de nossos sonhos, de nossa realidade.
É um menino mágico, que sussurra palavras doces e risonhas, mas só as ouvimos, quando conseguimos ouvi-lo.
Parece que fala da vida, do mundo, sei lá!

O Cumincho é um ser paralelo. E desta forma, cria personagens mais esquisitnhos e verdinhos que ele. Mas, aqueles verdes sapos que vemos pular por aí, não são dele. Eles não existem no mundo dele! São sapos de sapos. Sapos paralelos. Sapos-sonhos. Quando, um dia, morri de sonho, lá encontrei os sapos.

E o Cumincho? Sorrindo para mim.
Aí me perguntei: o que será que ele é?

Uma coisa eu sei: ele vive onde não habitamos: no hoje.
Ele aparece quando estamos, por algum momento, num universo de paz.

E os sapos?, você pode estar se perguntando.
Os sapos são as coisas convictas que achamos que acreditamos que estão, mas não estão aqui!



Horinda Clementine. Coleção Nhôs

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“Horinda Clementine” (PN99). Coleção Nhôs.
Técnica mista sobre painel. 30x05x30 cm(CxAxL)
Lu Paternostro

coleção Nhôs

Horinda Clementine

Ela vive no meio de divertidos bobõezinhos coloridos, porém recatados. Um deles tem uma incrível vontade de gritar! E qual será? Todos estão ligados a ela. São suas formas de pensamento, com grandes olhos, que olham para tudo o tempo todo.

Sorriem, dizendo que está tuuuuudo bem! Ela e todos brilham porque estão totalmente conectados com inúmeras outras dimensões.

Tudo nela vibra cor: a as “mesas-olho”, as testemunhas abstratas, que tudo observam!
As mesas são antenas, que voam e giram e captam até o que não vemos!
Os olhos são profundos, vivos e a protegem! Sempre. Até estarem aí.

Se você queimar a tela em que a Horinda mora, você queima todas as mesas-antenas do mundo!
Só se consegue ouvir as “mesas-olho” quando atingimos essas outras dimensões.

Esse movimento intenso e incrível, cria milhões de pequenas e quase transparentes flores, que seguem livres. São vazias, ocas, leves para ir bem loooonge, pelo universo, navegando suaves para outras nações que a podem perceber.
As flores são os elementos que conectam tudo.

E a Clementine?
A Clementine está nos olhos da Horinda, como uma outra pessoa. Seu terceiro olho está no coração. E a Clementine a observa!



Sônia Mercantine. Coleção Nhôs

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Pinturas-objetos. “Sônia Mercantine” (P100)
Técnica mista sobre painel. 30x05x30 cm(CxAxL)
Lu Paternostro

coleção Nhôs

Sônia Mercantine

Sônia é conectada ao céu por seus cabelos, cacheados, cor de fogo, e à terra, com seu pesado casaco marrom.
É duro admitir, mas ela é a mais inteligente da turma dela. Por isso prefere se isolar.

De suas orelhas saem mãos falando em libras. As querem surdas e mudas para sempre. Elas e nem a Sônia, aguentam mais a voz humana. Cansa, porque ela tem todas as informações do mundo e as retorna, sempre, para o seu mundo. Isso gera um turbilhão de palavras em um eterno fluxo manifestado. Mas ela acha esse fluxo bonito, e não para de falaaar para ouví-lo eternamente! Acho isso feio pra danar!

Das “mesas-olho”, uma está desenvolvendo a consciência. Porém, o ambiente da mente da Sonia está tão tóxico, que uma delas preferiu se proteger: usa um capacetinho que a impede de ver as coisas tão nítidas como gostaria, para se livrar dos pensamentos chatos da Sônia.

A má notícia é que, parece, que alguns olhos das mesas já estão se apagando e, de repente, todas podem morrer ao mesmo tempo.

Aquele que nascem dos seus olhos da Sônia, aprenderam a ser saqueadores mentais: eles roubam sua atenção e apagam sua consciência por alguns momentos. Mas, depois de um tempo, parece que tudo retorna e volta a ser normal, mas não é bem assim! Se ficar um pouco mais atento, notará o que ela te roubou.

Ela tem poder, pode confiar!



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