Enroladores dos Distraídos – As Bocas. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Enroladores dos Distraídos – As Bocas

Você já parou para observar as bocas que nos cercam?

Um buraco. Fedido ou cheiroso. Um buraco decorado ou não, sempre cheio de bactérias ou vírus.

Um buraco digestivo. Um buraco por onde saem as palavras secas e, também, em forma de canto.

E quando a gente chega, vem a boca dela, falando, falando, falando.

Meus pensamentos embaralham. Já não sei mais aonde estão. Na verdade, não sei mais aonde estou. 

As velhas bocas. Calá-las em nós é nossa divina obrigação.

Por Lu Paternostro



Observadores Ponderados. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Observadores Ponderados

Conscientes.

Ela se esconde, se enterra.

Calculam antes de agir.

Ela perturba e grita.

Isentos de ilusões.

Ela dá para Deus e o mundo.

Amantes da verdade.

Ela vomita na sopa.

Não brigam.

Ela enterra um peixe lá, no deles… pelo menos tenta!

Ponderados, a observam.

Ela dá uma banana para eles e sai de cena…

E tropeça na boca suja de seu próprio rabo.

Por Lu Paternostro



As abelhudas. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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As abelhudas

As abelhudas são pequenas cabecinhas de antenas, que gravitam sobre pequenos tubinhos sinuosos, tubinhos fuxiqueiros. Se enfiam em tudo.

Sempre muito curiosas, vivem abelhando nos cantinhos da vida alheia.

Se você tiver a oportunidade de olhar para dentro de um buraquinho, você talvez as veja.

São atentas e parecem que sabem de tudo.

Depois saem contando para os outros.

São umas bisbilhoteiras fofoqueiras!

Por Lu Paternostro



Sempre com uma questão. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Sempre com uma questão

Os “loucos” têm sempre uma questão cozinhando nas suas vísceras cerebrais.  É uma só cabeça, cheia de outras mil. Cabeças que pensam e falam, falam, falam.

Falam e nascem. Vão nascendo e, como bexigas, sobem quentes, alto, tão alto que estouram. Ou murcham e caem na cabeça da gente que nada sabe, viu, ouviu.

Algumas vão longes, que nem bolhas de sabão, e se dissolvem em si mesmas.

Outras vêm desenfreadas sobre nós.

Você nem imagina quantas cabeças vi jorrando de bocas desembestadas, me atacando sem parar. Depois que entram ficam lá dentro da minha cabeça, rosnando, grunhindo. 

Preciso desenvolver um cérebro-moela para me proteger de tudo isso. 

Por Lu Paternostro



Bombons do Bem. Caixas de Histórias.

Peça da Exposição “Histórias do Universo dos Falantes”. Visite!

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Bombons do Bem

Um dia, do nada, nasceram girassóis no jardim dele. E ele ficou muito, mas muito bravo.

Amaldiçoou, ameaçou, rogou praga na pessoa que tinha feito isso, em Deus, sei lá.

Parou, pensou melhor, relaxou e aceitou uns bom-bonzinhos que ofereceram a ele, também que veio do nada.

Ficou amigo dos girassóis e adorou viver com eles ao seu lado.

Passou a comer bombons e pregar o bom da vida com girassóis… e bombons!

Por Lu Paternostro



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