Lucinéia do Canhamo. Coleção Nhôs

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“Lucineia do Canhamo (PN102), Coleção Nhôs.
Técnica mista sobre painel. 20x05x20 cm(CxAxL)
Lu Paternostro


Lucinéia do Canhamo

Lucinéia era meio alucinada. Ficava falando a mesma coisa, todos os dias de sua vida.

Vivia dentro de um tubo tecido por linhas mentais muito fortes. Vivia no tubo, ao mesmo tempo que tinha os olhos vidrados numa ampla janela que a chamava. E que janela é essa? Uma janela que conectava com essa flor, linda, que você pode ver em sua testa e que ela, ela mesma, nem percebe que esta lá.
Nunca percebe! Essa linda flor, que gira lentamente às vezes para um lado, às vezes para outro, conectava com a grande janela, a janela do todo!

Ela andava meio angustiada e ficava com coisas bobas na cabeça enquanto tudo em sua volta acontecia feliz, iluminado e fluido, independente dela e de seu tubo, às vezes tão fechado, que a sufocava.
Às vezes uma luz aparecia, sua flor brilhava mais e a janela se iluminava toda.

Ela não via nada! Estava presa no seu tubo, tão firme e forte, que ela nada percebia
Mas, calma, um dia ela vai acordar e, quando acordar, vai ver tudo à sua volta: a flor que gira, a janela que brilha e um grande sorriso nascerá em seu rosto, para sempre!!

Lucinéia do Canhamo é a esperança em nós! 



Nhoma. Coleção Nhôs

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“Nhoma” (PN101) Coleção Nhôs.
Técnica mista sobre painel. 30x05x30 cm(CxAxL)
Lu Paternostro

coleção Nhôs

Nhoma

A Nhoma, queria voar.

Mas não conseguia. Ela é meio perturbadinha.

Vivia tendo interferência de suas atormentadas baratas mentais, bastante perturbadinhas também!

Mudou de casa, morou em outros países, planetas e até outras dimensões. Nada a livrava delas. As baratas cresciam, criavam olhos, bocas, evoluíam, se especializavam na Nhoma, tornavam-se adultas e saiam pelo mundo, entrando nos outros pelos ouvidos e imaginação.

Adoravam ser o que mais sabiam ser: baratas mentais se espalhando por tudo, todos! Fortes, sim, resistentes! E cada vez mais entre nós, Nhomas despercebidas, querendo chupar o líquido que sai de nossas medulas existenciais.
Essas baratas criam-se na gente.

Parece que temos um buraco aberto dentro da gente para gestar essas coisas viventes.



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