Ilustração “Armênios e a Dança Kochari”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Armênios e a Dança Kochari", da série "Imigrantes do Brasil". 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
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Armênios

A Arménia é um país sem costa marítima, localizado na região da Transcaucásia e tem como capital, Erevã. Faz fronteira com a Turquia a oeste, Geórgia a norte, Azerbaijão a leste, e com o Irão e o enclave de Nakhchivan (pertencente ao Azerbaijão) ao sul. Apesar de geograficamente estar inteiramente localizada na Ásia, a Armênia possui extensas relações sociopolíticas e culturais com a Europa. O país recebeu influência de todos os países vizinhos.

Os armênios têm sua própria língua e alfabeto, que consiste em 38 letras, duas delas adicionadas durante o período ciliciano. 96% da população fala o idioma armênio e cerca de 75,8% fala também o russo, mas o inglês vem, cada vez mais, ganhando espaço entre a população.

Em 1915, mais de um milhão e meio de armênios são assassinados, mais precisamente degolados, num assassinato em massa cometido pelo Império Otomano. Esse episódio é negado até hoje pela República da Turquia. Este massacre foi considerado o primeiro genocídio do século XX. Até hoje a memória do Genocídio Armênio é relembrada no dia 24 de abril pelas comunidades Armênias do mundo todo, inclusive aqui no Brasil.


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Os sobreviventes do massacre refugiaram-se na Síria, Egito, Chipre, Iraque, Grécia e Líbano, na época, território francês. Durante toda a década de 1920, os armênios emigraram, em massa, para várias partes do mundo sendo, em maior número para Europa, América do Norte e América do Sul. Era a Diáspora Armênia.

No Brasil acabaram indo para a cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, mas a maioria veio para a cidade de São Paulo, onde mais de 40 mil descendentes se estabeleceram. Na cidade de São Paulo muitos foram para a cidade de Osasco, outros para a cidade de Presidente Altino, afim de trabalhar na Cerâmica Hervy e no Frigorífico Wilson. Porém grande parte ficou na região central, próximo ao Mercado Municipal. Chegavam sem emprego e se viraram nas suas, vendendo como mascates, camelôs, em feiras. Muitos tornaram-se comerciantes e, posteriormente, grandes industriais. Na cidade de Osasco foi criada a “CAO – Comunidade Armênia de Osasco”. Em homenagem a esta etnia, ainda em São Paulo, existe a Estação Armênia do Metrô e um portal na web, o “Portal da Estação Armênia”, com notícias da comunidade, cultura, rádios, etc.

Por conta da geografia e história, a culinária Armênia é representada pela culinária mediterrânea e caucasiana, com fortes influências da Europa Oriental e do Oriente Médio, portanto influenciadas por seus países vizinhos.

Caracteriza-se pelos recheios, purês e coberturas na preparação de um grande número de carnes, peixes e legumes. Podemos encontrar muitos pratos da culinária árabe como as esfirras abertas de carne, esfirras fechadas de queijo, abobrinhas e berinjelas recheadas, os rolinhos de folha de uva, o quibe, a qualhada seca. O café árabe também é tomado na comunidade.



A Basturma, é um símbolo da gastronomia Armênia, uma carne de vaca seca ao sol, prensada, envolvida por condimentos. Ela foi criada quando, nos primórdios da civilização, os guerreiros e viajantes penduravam um pedaço de carne salgada no lombo dos cavalos para secar e conservar por longos períodos. Existem aproximadamente 23 tipos de Basturma feito com cavalo, carneiro, cabrito e aves em geral, entre outros. A peça fica parecida com um presunto cru e é comida em laminas fatiadas muito finas, quase transparentes. Na tradição armênia é consumido com ovos

A Sujuk é uma linguiça de carne de vaca também seca e picante, com temperos como cominho, pimenta vermelha e outros. Come-se como um salame, em fatias finas.

A Dança Kochari

Os Armênios formavam uma minoria com longa tradição cristã no Império Otomano Muçulmano.

A agressiva e vigorosa Dança Kochari remonta à esta época na qual estavam em desacordo com os governantes, é uma dança de intimidação executada tanto por homens como por mulheres.



A cultura Armênia é muito rica e profusa de danças e trajes com bastante bordados. Foi difícil escolher uma que a representasse.

Na imagem, em frente ás cores da bandeira Armênia, um casal representa a Kochari, dança que tornou-se patrimônio nacional e cultural do povo Armênio. É dançada em grupo, todos com as mãos dadas, mas destaquei o casal a fim de mar coerência formal para as ilustrações. Os homens levam um lenço nas mãos.

Ao fundo a esquerda, um homem toca o Nagara, um tambor, normalmente tocado com as mãos.

Os símbolos foram invenções minhas, não tendo relação direta com a cultura armênia, uma “licença poética”. 

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Alemães e a Dança Volkstanz”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Alemães a dança Volkstanz", da série "Imigrantes do Brasil". 
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Alemães

No estado do Rio de Janeiro, a cidade de Nova Friburgo é considerada o berço da colonização alemã no Brasil. Imigrantes chegaram na região em busca das prometidas terras férteis. Na época, 1824, o Imperador Dom Pedro I, incentivou as autoridades para os levar para a região. Os alemães pagaram suas passagens de vinda para o Brasil, foram para Nova Friburgo, porém não receberam qualquer ajuda de qualquer governo ou autoridade. Custearam suas vidas durante um grande tempo, quando, enfim, receberam os lotes de terra prometidos. Estavam sem dinheiro, em situação adversa, mas se ergueram com a força de seu povo e de seu trabalho. Iniciava-se, oficialmente, a imigração germânica no país.

Os grupos de alemães que aportaram no Brasil no século XIX, tinham uma notável diversidade. Vieram para povoar as colônias do Sul e Sudeste.

No sul, a experiência começou na cidade de São Leopoldo, a primeira experiência de povoamento do Sul, tendo se transformado num dos grandes sucessos da política de colonização do governo imperial. As cidades de São Pedro de Alcântara e Mafra, no estado de Santa Catarina, e Rio Negro no estado do Paraná, são outro exemplo de colônias estabelecidas pelo governo imperial.


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Os colonos alemães expandiram-se pelo território brasileiro e levaram consigo esse sistema de colonização para além da Região Sul, para os estados Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Porém entraram e se dispersaram entre a população brasileira, marcando e influenciando fortemente determinadas áreas. Um traço dessa expansão são construções das igrejas luteranas, que acabaram influenciando alguns aspectos dos rituais católicos.

Também podemos encontrar influência na arquitetura das cidades por onde se estabeleceram.

Na agricultura introduziram o cultivo do trigo e a criação de suínos.

No estado de Santa Catarina, com mais de 180 anos de história, tudo começou no município de Dona Emma, uma cidade com menos de 4.000 habitantes, onde podemos encontrar a “Casa do Imigrante”, da família AX, construída na típica arquitetura enxaimel. Lá a família mantém um acervo de fotos, documentos, objetos, moveis e louças. A casa é aberta para visitação.

Localizada, também, no estado de Santa Catarina, a cidade de Pomerode é considerada a mais germânica das cidades brasileiras, onde se comemora o Festival de inverno de Pomerode, o Pomeroder Winterfest. Lá o visitante assiste às danças folclóricas, saboreia pratos típicos e aprecia o artesanato típico germânico entre eles a pintura Bauer, uma técnica de pintura que vem desde o século XVII, aplicada em móveis, objetos decorativos, utilitários, e o Quebra Nozes que, ao invés do Papei Noel, é o símbolo do Natal Alemão.         

No estado do Espirito Santo, a cidade de Domingos Martins, foi fundada por imigrantes alemães do século XIX. Em 1846 chegaram os imigrantes pomeranos, que ajudaram na colonização e acabaram influenciando a cultura alemã local. Lá se encontra o “Museu Histórico da Colonização Alemã”, criado para preservar e valorizar a cultura através da história dos imigrantes. No museu pode-se encontrar uma variedade imensa de objetos, livros, moveis, cenários, documentos, culinária típica e até aula de pomerano. Uma curiosidade: o gramofone, alternativa para quem quisesse ouvir música no século IXI, foi uma invenção de um alemão, Emil Berliner, em 1887. Na região se fala 4 línguas: o português, o italiano, o pomerano e o hunsrück, uma espécie de dialeto alemão. Ainda em Domingos Martins, encontramos o grupo de danças folclóricas alemãs Bergfreunde de Campinho.

A primeira comunidade luterana no Brasil foi a dos alemães chegados em Nova Friburgo que, em 1827, construíram o primeiro templo luterano do país. Porém as autoridades, na época, mandaram demolir.

A gastronomia alemã utiliza as carnes de porco, bovina e de aves sendo a suína, a mais usada e popular, tanto que o assado de porco, quase sempre a perna, é a refeição de domingo ou em dias festivos, em muitas regiões da Alemanha.



Um outro prato típico é o porco frito com rodelas de limão. A carne é muitas vezes comida em forma de salsicha, sendo que no país são produzidos mais de 1.500 tipos diferentes de salsichas.

Outros pratos são a salada de batata, conhecida como Kartoffelsalat, popular por todo o país; o chucrute ou Sauerkraut, prato típico da culinária alemã, comido no mundo todo, sendo uma conserva de repolho fermentado. Ainda destacamos a batata Rosti Recheada; o joelho de porco ou Eisbein;o Spatzle, uma massinha de batata, semelhante a um inhoque que pode ser servida como acompanhamento de carnes; o Goulash com Batata, um guisado de carne de vaca.

Nos doces encontramos o típico Bolo Floresta Negra, que leva cerejas em seu recheio; o Strudel, de maçã que pode ser servida com chantili; a cuca alemã; o Rote Gruetze, sagu de vinho com creme de baunilha; os Pretzel, famosos pãezinhos tradicionais, feitos em formato de pequeno nó: o milho brot, feito com batata doce, cará e fubá de milho branco, cozidos em folhas de bananeira ao forno.

Nas bebidas, apesar do vinho estar se tornando mais popular, a bebida alcoólica nacional é a cerveja. As variedades de cerveja incluem a Alt, Bock, Dunkel, Kölsch, Lager, Malzbier, Pils e Weizenbier.

A contribuição na música e na dança, uma herança da cultura alemã, são as bandas: os alemães tocavam, por tradição, instrumentos de metais de sopro, sempre em grupos, um som bem tradicional das festas alemães.



A Dança Volkstanz

Nesta imagem fiz um destaque para a cerveja, um produto que o brasileiro ama e aprecia em festas e feiras típicas alemães. O trigo faz a decoração do fundo onde vemos a bandeira da Alemanha.

Na frente, o casal dança a Volkstanz, uma dança folclórica, provavelmente com origem no século XII.

Os primeiros registros das danças folclóricas alemães aparecem no século XII. Eram dirigidas por um dançarino e sua parceira, com cantos e gestos que eram imitados pelas pessoas ao redor. Muitas danças tinham o caráter cômico imitando os cavaleiros em suas conquistas e nas batalhas.

Um dançarino e sua parceira se cortejam durante a dança intercalando com um ou mais dançarinos que representam cenas cômicas de cavalheiros em suas batalhas. As vestimentas são simples, lembrando camponeses.

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Povos Africanos”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

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Povos Africanos

A construção da identidade do povo brasileiro passa pela contribuição dos povos africanos que chegaram ao Brasil como escravos enraizando, na forma de ser do brasileiro, sua rica e variada cultura.

O continente africano é caracterizado pela diversidade de culturas e línguas. Só na África fala-se cerca de 2 mil línguas, com seus dialetos. Esta diversidade é encontrada também em cada país, em cada região.

Durante 400 anos a África passou por um processo muito cruel de violência e discriminação que foi a escravidão e o colonialismo. Mas a alma deste povo continua florescendo em seu território e no mundo todo através de seus ritmos, danças, gastronomia, religião.

Foram cerca de 11 milhões de africanos que chegaram nas Américas, no maior processo de imigração forçada da história humana, sendo que vieram para o Brasil, trazidos pelos portugueses, 4 milhões desse “comércio infame”. Vieram como escravos, trazidos para as lavouras de cana de açúcar, tabaco, algodão, cacau, café, diamantes e outros para a construção de igrejas, casa, ferrovias.

Vieram para o Brasil em navios negreiros ou tumbeiros. A maioria deles eram jovens de 8 a 25 anos, mas nos navios vinham de tudo: cego, manco, surdos, chefes religiosos, príncipes, mulheres gravidas, mulheres com bebes.

Atravessaram o Atlântico em condições mínimas de higiene, vivendo em estado de sofrimento com os mals tratos de uma tripulação sem escrúpulos.  Vinham confinados em porões, junto a comidas podres. Neste tétrico cenário, pegavam doenças, morriam e seus corpos, jogados no mar. Muitos se matavam, jogando-se dos navios, num ato de desespero pelo sofrimento.

O negro tem marcado em sua forma de ser, a força. Resistiam, lutavam contra os colonos, criavam os quilombos, comunidades próprias dos negros, onde viviam suas culturas sem a arbitrariedade dos brancos. O Quilombo dos Palmares, cujo o líder era Zumbi, era o mais famoso, símbolo da resistência negra no Brasil.

Embora a proibição do trafego de escravos tenha partido da Europa, por puro interesse próprio, a escravidão no Brasil terminou muito tarde, num longo processo de proibições em leis que não eram cumpridas, pois a mão de obra barata dos escravos, gerava muito lucro aos senhores de terra. Com as sanções e proibições da Europa, o Brasil começou a comercializar escravos internamente: estes vinham do nordeste para os estados de São Paulo e Minas Gerais.


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No dia 13 de Maio de 1888, a filha de Dom Pedro II, a Princesa Isabel, que assumiu o trono por conta de uma viagem de seu pai à Europa por motivo de saúde, assina a Lei Aurea, abolindo totalmente escravidão. Os escravos foram soltos, porém sem nenhuma indenização, deixando-os rivalizados, sem leis e proteção. Desta forma foram largados, sem educação, moradia, em estado de sub existência.

Porém, sendo um povo de tradição nas lutas, “seus tambores nunca se calaram” e continuaram firmes e fortes levando, ao longo dos anos, sua rica cultura para cada canto do Brasil, desde as religiões afro-brasileiras, as danças, a música, a culinária e o idioma.

Gastronomia

Na gastronomia, a África deu sua contribuição na construção de nossa identidade brasileira. Encontramos na culinária africana um grande universo de modos de fazer, temperos, ingredientes, utensílios, sabores, história, religião, todos aspectos que influenciaram nossa mesa.

De todas as culturas do mundo, a africana é a mais representativa da junção destes fatores. De norte a sul da África encontramos pratos com influência mediterrânea, das tribos locais, asiáticas, mulçumanas, árabes. E quando vieram para o Brasil, trouxeram uma rica sabedoria culinária.

O Azeite de Dendê é um exemplo emblemático. Outro exemplo, fruto da adaptação do negro diante das condições desumanas em que eram submetidos, foi a feijoada, feita com as sobras das carnes dos seus senhores, processadas pelo modo africano de cozinhar.

O Acarajé, uma especialidade gastronômica da culinária afro-brasileira, um bolinho de massa de feijão fradinho, cebola e sal, frito em azeite-de-dendê, oferecidos no Candomblé para Xangô e Iansã. A forma de fazer e comercializar, o “Oficio das Baianas de Acarajé”, é registrado como “Bem Cultural de Natureza Imaterial”, inscrito no “Livro dos Saberes” do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico Nacional.
Sua receita tem origens no Golfo do Benim, na África Ocidental, tendo sido trazidos ao Brasil pelos escravos que vieram dessa região.



No caso da culinária brasileira, que leva a influência dos indígenas e europeus também, os africanos trouxeram outros quitutes e pratos bem típicos: o Abará, um bolinho de origem africana feito com a massa do feijão fradinho, camarão seco, azeite de dendê e temperos, enrolados em folha de bananeira, cozidos em água, sendo, no candomblé, comida de santo, oferecido para Obá e Ibeji; o Aberém, um bolinho feito de milho, arroz moído na pedra, macerado em água, salgado e cozido em folhas de bananeira secas, sendo também, comida de santo no Candomblé, oferecidos a Omulu e Oxumaré; o Quibebe, um prato típico nordestino de origem africana, feito de carne, caruru, mocotó.

O Aluá é uma bebida feita de milho, de arroz ou casca de abacaxi, fermentados com açúcar ou rapadura, usada como oferenda em festas de orixás. Da cultura africana adquirimos o habito de se comer camarão seco, utilizar panelas de barro e a colher de pau, dentre outras.



Religião

A religião africana, apesar de ser considerada herege pela Igreja Católica na época da escravidão, influenciou os rituais e as crenças do povo brasileiro.

Os escravos que vieram para o Brasil entre os séculos XVI e XIX, trouxeram o Candomblé, considerado feitiçaria pelos colonos portugueses que reprimiu seus rituais de forma brutal. Para continuar existindo, se transmutou e tornou-se a maior representação do sincretismo religioso afro-brasileiro. Para cada orixá, ou deuses africanos, há um corresponde santo católico, uma forma criativa que os escravos encontraram para esconder suas devoções com as “vestes católicas”, enganando, assim, seus senhores.

Alguns exemplos de sincretismos são: o orixá Oxalá seria representado na religião católica por Jesus Cristo e Senhor do Bonfim; Xangô, São Jerônimo e São Pedro; Ogun, São Sebastião na Bahia e São Jorge no Rio de Janeiro; Oxóssi, São Sebastião no Rio de Janeiro e São Jorge na Bahia; Obaluaiê, São Lazaro e São Roque; Oxum are, São Bartolomeu; Logun Edé; Santo Expedito e São Miguel Arcanjo; Ibeji, São Cosme e São Damião; Exu, Santo Antônio e, erroneamente, o Diabo; Ewá, Nossa Senhora das Neves; Nanã, Santa Ana, mãe de Maria;  Iemanjá, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora dos Navegantes; Oxum, Nossa Senhora da Conceição no Rio de Janeiro e Nossa Senhora das Candeias na Bahia; Iansã, Santa Bárbara; Obá, Santa Catarina; Xangô, São Jerônimo, Santo Antônio, São Pedro, São João Batista, São José e São Francisco de Assis.

A lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim, ritual que acontece todos os anos desde 1754, em Salvador, capital do estado da Bahia, é um dos exemplos da fusão religiosa do catolicismo com o Candomblé. O cortejo é comandado pelas baianas com seus ricos trajes típicos. Carregam vasos com águas de cheiro. Atrás delas vêm os Filhos de Gandhi e uma multidão de fiéis, todos vestidos de branco, a cor de Oxalá, o deus Yoruba, sincretizado com o Senhor do Bonfim.

A Umbanda, é uma religião brasileira, formada por elementos de outras religiões como o catolicismo e o espiritismo, juntando elementos das culturas indígenas e africanas. A palavra significa “Curandeiro” em banto, língua falada em Angola. Tem origem nas senzalas, onde os escravos vindos da África, louvavam e incorporavam seus deuses através de danças e cantos acompanhados de atabaques.



Incorporados, também, da cultura africana, estão as superstições, os talismãs, os amuletos e outros objetos onde se atribui um valor de encantamento e proteção. Eram objetos usados pelos escravos vindos para o Brasil. Entre ao mais conhecidos, encontramos as pencas de balangandãs, símbolo típico da Bahia, as figas, antigos objetos de proteção e sorte. Os patuás, já utilizados pelos etruscos, foram incorporados na cultura africana. Os patuás são pequenos saquinhos de plástico ou tecido contendo orações, terra santa, ervas e tantos outros preenchimentos, voltados para a proteção de quem os carrega.

Outro aspecto dos cultos africanistas é a leitura de Búzios, uma arte adivinhatória, utilizados nas religiões tradicionais da África.

Em Salvador, no estado da Bahia, encontramos a festa de São Roque, desde 1737, uma manifestação de sincretismo Afro-católico. Além da missa católica que acontece na Igreja de São Lázaro, o povo da tradição Candomblé oferece rituais de banho de pipoca para os visitantes, para limpar o corpo e espantar o mal olhado, além de diversas outras atividades, gastronomia, etc.

Festas e Danças

As festas e tradições populares brasileiras de origem, ou que tiveram influências africanas, marcam nosso calendário. Normalmente feitas em comunidade carregam ritmos variados, coreografias que envolvem a coletividade, muita alegria, formas e cores. Com enredos ou não, os participantes cantam, tocam e dançam juntos, muitas vezes em ritmos rápidos e enérgicos, outros sensuais, muitas vezes quase em estado de transe.

Podemos citar como típicas da cultura afro-brasileira o Maracatu, a Congada, a Festa de Iemanjá, manifestações de devoção a São Benedito, o santo negro, dentre inúmeras outras.

Música

Os ritmos da África influenciaram a música do planeta. Aqui no Brasil, praticamente toda nossa música popular brasileira tem um toque dos ritmos africanos, tornando-se uma mistura de influencias da música africana com elementos da música portuguesa.

Canal Parabolé.

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As expressões das músicas afro-brasileira mais conhecidas são o Samba; o Maculelê, uma dança afro-indígena; o Maracatu, ritmo tradicional do nordeste do Brasil, nascido nas cidades  de Recife e Olinda, no estado de Pernambuco; o Ijexá, um ritmo musical suave, de batida e cadência marcadas de grande beleza, no ritmo e na dança, sendo o “Afoxé Filhos de Gandhi” do estado da Bahia, o mais persistente dos grupos culturais brasileiros na preservação desse ritmo. Temos ainda o Coco, o Jongo, o Carimbó, a Lambada, o Maxixe, o Samba Reggae, Axé, o Lundu, o Cafezal, o Caxambú, e tantos outros ritmos.

Destacamos a Roda de Capoeira, que une luta e dança tornando-se um símbolo da resistência da cultura africana, com os ritmos típicos do berimbau, instrumento musical de origem angolana. A Roda de Capoeira recebeu o título de “Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade” da “Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura” (Unesco).

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “O Jangadeiro”. Tipos Tradicionais Brasileiros. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Os Jangadeiros", da série "Tipos Tradicionais Brasileiros"
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Ilustração “Os Jangadeiros”, da série “Tipos Tradicionais Brasileiros”
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O sol nasce no horizonte 
Entre as florestas e os monte, despertando o 
Jangadeiro. 
Homem que não teme a morte 
Jangadeiro do norte trabalha nos enterros 
Solta a jangada no mar, vai remando devagar. 
Vai ficando a branca areia. 
Fica as mata e os palmiteiro, diz adeus ao jangadeiro. 
Suas folhas balanceia. 

Por ter sua devoção, não tira o pé do chão. 
Ele faz sua oração para se arretirar. 
Ai, ai, pra enfrentar as ondas do mar. 

Eu sô um pobre pescador, ajudai ó meu senhor. 
Manda um anjo protetor para o meu barco guardar 
Ai, ai, pras ondas não me tragar. 

E o sol já se despedindo, sobre as águas vai sumindo. 
E as estrelas vão surgindo, fica as estrelas e o luar. 
Ai, ai, sol, ele, Deus e o mar. 

Ele volta carregado, o seu corpo já cansado. 
Seu amor desesperado, no seu ranchinho a esperar. 
Ai, ai, ela se põe a rezar. 

Lá vem o meu pescador, luto com força e vigor. 
Agradeço ao meu senhor, por essa benção me dar. 
Ai, ai, já voltou para o meu lar.

Jangadeiro Cearense
Tião Carreiro e Pardinho

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Jangadeiro

Os jangadeiros são populações tradicionais marítimas que vivem no litoral nordestino, na faixa costeira entre o Ceará e o sul da Bahia. Muito retratado, é figura típica do litoral Nordestino. Escasso agrupamento litorâneo, seus hábitos são ligados estritamente ao mar. Moram em casas simples de telhados de palmas de coqueiro ou casas de palha.

Com coragem descomunal, saem pelo oceano, ainda de madrugada, tripulando tradicionais jangadas de pau piúba, embarcações simples, em busca da pesca. Vão longe. Chegam a cruzar com embarcações grandes. Em jangadas vão pescar os peixes que vendem nos portos e mercados.

As jangadas têm sua origem nas balsas, o mais primitivo dos barcos, composto de paus amarrados entre si. São embarcações de madeira, típicas, usadas pelos pescadores artesanais do Nordeste do Brasil. Luiz Câmara Cascudo afirma que a palavra jangada é de origem asiática, presumivelmente da Malásia.

As jangadas são compostas de materiais como a madeira de flutuação, tecidos e cordas. As tradicionais não possuem nenhum elemento de metal para prender os componentes, apenas encaixes e amarração com cordas de fibras selvagens.

A jangada é construída com cinco ou seis troncos de piúva (ipê) ou de jangadeira apeíba (Tibourbou, aUBL.), conhecida também por pau-de-janga.



Possui uma vela triangular, também conhecida como vela latina, presa a um mastro, que permite navegar contra o vento. A vela está intimamente ligada à presença do navegante, atento todo momento ao movimento do vento.

Encontramos também objetos e apetrechos como o samburá, cesto feito de cipó ou taquara, com uma boca estreita, onde se armazena os peixes pescados no mar; a quimanga, vasilha na qual levam os alimentos dos jangadeiros como a farinha, a banana, a rapadura, o peixe assado; um barrilote para armazenar a água; o remo de governo em forma de grande pá, utilizado como leme e dois outros pequenos para propulsão; a bolina, prancha de madeira fixada no centro da jangada, próximo ao mastro; o tauaçu, a âncora do jangadeiro, composta de uma pedra, envolta de paus fortes que a seguram, presas ao barco por uma corda. Da vela ao tauaçu, todos os elementos da jangada tradicional são feitos artesanalmente.  

Sua tripulação pode ser de três a cinco pessoas que ficam um tanto quanto apertadas sobre a embarcação.

Os pescadores tradicionais respeitam a natureza: obedecem as marés, o regime de ventos, das correntes. Podem ficar muito tempo ao mar dependendo do tipo de pesca. Antigamente iam para o mar alto, chegando até a 120 quilômetros da costa. Hoje não se afastam tanto, chegando a cerca de 50 quilômetros. 



Na enseada de Mucuripe, na cidade de Fortaleza, estado do Ceará, acontece o Circuito Cearense de Jangadas, que compõe o calendário turístico nacional do Ministério do Turismo, uma homenagem a força dos homens que trabalham nos 573 quilômetros da costa marítima cearense. As principais colônias de pesca do estado se envolvem na competição. Dias antes do evento, os jangadeiros reformam suas jangadas, costuram os tecidos e pintam as estruturas do barco, garantindo a beleza e a segurança de suas embarcações.

O conhecimento da construção dessa família de embarcações artesanais está em extinção: embora ainda haja colônias de pescadores remanescentes das primeiras comunidades que ocuparam o litoral brasileiro, sobretudo no litoral do estado do Ceará e do Rio Grande do Norte, praticamente não se constrói mais a jangada tradicional, com troncos de madeira de flutuação, as jangadas de troncos. As atuais jangadas são feitas em pranchas de madeira industrializada ou utilizando instrumentos de corte mecanizado, as chamadas jangadas de tábuas.


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Seu Santo padroeiro é São Pedro.

As comunidades de jangadeiros são muito importantes no litoral do Ceará para a pesca da lagosta e na costa do estado do rio Grande do Norte onde pesca-se a lagosta e outros peixes com redes. Hoje sofrem a concorrência dos pescadores de botes motorizados e do turismo, que adquirem terras para a construção de estabelecimento hoteleiro nas praias.  

O jangadeiro constitui um tipo original no nordeste, típico de sua paisagem. Vemos as jangadas e seus pescadores, pequenas e frágeis, lá longe, no alto mar. O jangadeiro é consagrado em canções, versos, poesia, cheios de lendas e histórias fantásticas para ouvirmos, lermos e imaginarmos.

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Por Lu Paternostro
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Ilustrações “Danças Gauchas”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Danças Gaúchas", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
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Tão bela flor, Quero-Mana,
Quero-Mana lá de fora,
Foi um gaúcho que trouxe,
Na roseta da espora, ai!

Minha terra, minha terra,
ela lá e eu aqui, ai,
Por muito bem que me tratem
Não esqueço onde eu nasci

Tão bela flor, Quero-Mana,
Tão bela flor, é verdade,
Do que é ruim ninguém se lembra,
do que é bom se tem saudade, ai!

Quero-Mana
Música da dança
tradicional gaucha

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Danças Gaúchas

As danças gaúchas são marcadas pela influencia da cultura espanhola, portuguesa e francesa. Em todas elas vê-se o espírito da fidalguia e do respeito à mulher. Outras vezes a dança é mercada por sapateados fortes, ritmados, uma apresentação de perícia de seus dançarinos.

Várias são as cantigas típicas gaúchas dançadas aos pares, onde há sempre o cortejo entre homem e mulher, como o Anú, Balaio, Chimarrita, Pezinho, Cana Verde. As danças gaúchas são ricas e profusas. 

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As danças gaúchas são marcadas pela influencia da cultura espanhola, portuguesa e francesa. Em todas elas vê-se o espírito da fidalguia e do respeito à mulher. Outras vezes a dança é mercada por sapateados fortes, ritmados, uma apresentação de perícia de seus dançarinos.

O fandango, que significa de forma mais universal, baile, vem da dança espanhola cantada, acompanhada por castanholas, violão, uma dança ritmada e forte, uma dança popular. Também, remete a uma dança portuguesa, mas sem o canto, um baile popular onde se toca sanfona, se executam varias danças de roda e sapateados.

O primeiro fandango gaúcho veio de uma mistura dos lundus africanos com as danças dos espanhóis que vinham para as cidades sul-americanas, resultando numa série de sapateados misturados com as cantigas brasileiras, que se uniram aos cantos europeus. Algumas destas cantigas eram o Tatu, o Anu, Quero-mana, etc. Os sapateados vinham da Península Ibérica. Sumiu dos bailes a sua forma tradicional, passando a ser de par enlaçado.


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Várias são as cantigas típicas gaúchas dançadas aos pares, onde há sempre o cortejo entre homem e mulher.

O Anú divide-se em duas partes: uma para ser cantada, um passeio cerimonioso e cortes dos pares, e a outra para ser sapateada onde podemos encontrar evoluções do sapateado bastante marcantes. Em sua origem era de pares soltos, mas não independentes.

O Balaio é originário do Nordeste, com influencias dos Lundus. É uma dança de sapateado e ao mesmo tempo de conjunto. O sapateado vem das danças originais de sapateado e as de rodas, vêm das quadrilhas que se encontra em muitas danças do ocidente.

A Chimarrita tem origem no arquipélago de Açores e na Ilha da Madeira. Foi trazida pelos colonos portugueses ao Rio Grande do Sul, em meados do século XVIII. Tradicionalmente a dança é de pares, em fileiras opostas, e lembram as danças típicas portuguesas.

O Pezinho, cuja melodia é muito popular nos Açores e em Portugal, é uma dança onde todos os dançarinos, obrigatoriamente, cantam durante toda a evolução e coreografia. Há a marcação de pés e, posteriormente, os pares giram em redor de si próprios, tomados pelos braços, uma dança que reflete a ternura entre seus praticantes, muito apreciada pelos tradicionalistas rio-grandenses.



As danças gaúchas são ricas e profusas. Há ainda a Cana Verde, o Chamamé, o Maçanico, o Caranguejo, onde sua dança representa o cumprimento entre os dançarinos e os balanceios, uma evolução que se originou da quadrilha europeia; a Tirana do Lenço, o Xote Carreirinha, a Valsa, o Chote, a Milonga, a Vanera, o Bugio, uma dança típica de peões com as chinas indígenas

A Chula já é uma dança de desafio, praticada apenas por homens. Ao som da gaita gaúcha os homens sapateiam sobre uma vara de quatro metros, numa incrível sequência coreográfica.

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Por Lu Paternostro
NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores

Ilustração “Carnaval”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Carnaval", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
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Carnaval, desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta-feira sempre desce o pano

Carnaval, desengano
Essa morena me deixou sonhando
Mão na mão, pé no chão
E hoje nem lembra não
Quarta-feira sempre desce o pano

Era uma canção, um só cordão
E uma vontade
De tomar a mão
De cada irmão pela cidade

No carnaval, esperança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança

Sonho de um Carnaval
Chico Buarque
Música e poesia

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Carnaval

O Carnaval é uma das maiores festas populares do país. Tem origem na Grécia, onde o povo fazia festas em agradecimento à fertilidade dos solos. Porém sua origem no Brasil vem do entrudo português, uma festa pagã europeia, uma série de jogos e brincadeiras populares, que chegou aqui no século XVII.


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O entrudo acontecia antes da Quaresma e tinha um significado de liberdade para seus participantes. Esse espírito alimentou suas origens e o modo de ser típicos do carnaval brasileiro.

Cada cidade brasileira tem sua forma típica de manifestar o carnaval

No Rio de Janeiro e em São Paulo são os desfiles de escolas de samba. Em Recife e Olinda, blocos de rua, marchinhas carnavalescas e os bonecões ou bonecos gigantes. Nas cidades do Nordeste do Brasil encontramos o frevo, que nasceu em Pernambuco, e o Maracatu. Em Salvador podemos encontrar os trios elétricos e os blocos negros como Olodum, o Ileayê, Afoxé Filhos de Gandhi e Timbalada.

Pelo Brasil, durante todo o ano, há os carnavais fora de época ou as chamadas “Micaretas”.

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O Carnaval é uma das maiores festas populares do país. Tem origem na Grécia, onde o povo fazia festas em agradecimento à fertilidade dos solos. Porém sua origem no Brasil vem do entrudo português, uma festa pagã europeia, uma série de jogos e brincadeiras populares, que chegou aqui no século XVII.

O entrudo acontecia antes da Quaresma e tinha um significado de liberdade para seus participantes. Esse espírito alimentou suas origens e o modo de ser típicos do carnaval brasileiro. Na Itália e na França eram comuns as máscaras e os desfiles urbanos que também influenciaram e forma de brincar o carnaval aqui no Brasil.



Somente no final do século XIX começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, os cordões e quando, no inicio do século XX, surgem os primeiros automóveis, aparecem nas ruas os “corsos”, onde as pessoas se fantasiavam e saiam às ruas com seus carros decorados com motivos carnavalescos. Daí se originaram os famosos carros alegóricos que vemos brilhar nos desfiles de carnaval das principais cidades brasileiras.


A alegria das pessoas em participar foi crescendo com a entrada das marchinhas carnavalescas, que animavam as festas de rua e davam uma grandiosidade para esta manifestação.

Cada cidade brasileira tem sua forma típica de manifestar o carnaval. No Rio de Janeiro e em São Paulo temos os desfiles de carnaval famosos por suas alegorias cada vez mais fantásticas e tecnologicamente elaboradas. Em Recife e Olinda, cidades históricas do Estado do Pernambuco, o carnaval manteve suas tradições com os blocos de rua, marchinhas carnavalescas e os bonecões ou bonecos gigantes que dançam e caminham pelas ruas das cidades junto aos foliões. Encontramos também nas cidades do Nordeste do Brasil o frevo, que nasceu em Pernambuco, e o Maracatu. Já em Salvador podemos encontrar os trios elétricos, os blocos negros como Olodum, o Ileayê, Afoxé Filhos de Gandhi e Timbalada.



As Escolas de Samba competem entre si e assim, com alegorias cada vez mais elaboradas, exportam o Carnaval Brasileiro para o mundo todo. Dentre os personagens destes grandiosos desfiles encontramos o Diretor de Bateria ou Mestre de Bateria, o maestro das baterias; a Rainha de Bateria ou madrinhas, musas ou princesas, normalmente ocupado por pessoas famosas que ficam á frente das baterias; a tradicional Ala das Baianas; a Velha-Guarda, grupos de sambistas idosos; o Interprete ou Puxador, o profissional responsável pelo andamento do samba enredo durante o desfile. Há também o Mestre Sala e a Porta Bandeira, figuras que chamam a atenção por suas ricas coreografias e cortejos e a beleza de suas fantasias. A comissão de frente, um pequeno grupo de pessoas, fazem uma coreografia que introduz o enredo. É o primeiro grupo de integrantes a desfilar. O Carnavalesco cria todas as alegorias do desfile.


Pelo Brasil, durante todo o ano, há os carnavais fora de época ou as chamadas “Micaretas”.

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Por Lu Paternosto
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