Alemães
No estado do Rio de Janeiro, a cidade de Nova Friburgo é considerada o berço da colonização alemã no Brasil. Imigrantes chegaram na região em busca das prometidas terras férteis. Na época, 1824, o Imperador Dom Pedro I, incentivou as autoridades para os levar para a região. Os alemães pagaram suas passagens de vinda para o Brasil, foram para Nova Friburgo, porém não receberam qualquer ajuda de qualquer governo ou autoridade. Custearam suas vidas durante um grande tempo, quando, enfim, receberam os lotes de terra prometidos. Estavam sem dinheiro, em situação adversa, mas se ergueram com a força de seu povo e de seu trabalho. Iniciava-se, oficialmente, a imigração germânica no país.
Os grupos de alemães que aportaram no Brasil no século XIX, tinham uma notável diversidade. Vieram para povoar as colônias do Sul e Sudeste.
No sul, a experiência começou na cidade de São Leopoldo, a primeira experiência de povoamento do Sul, tendo se transformado num dos grandes sucessos da política de colonização do governo imperial. As cidades de São Pedro de Alcântara e Mafra, no estado de Santa Catarina, e Rio Negro no estado do Paraná, são outro exemplo de colônias estabelecidas pelo governo imperial.
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Os colonos alemães expandiram-se pelo território brasileiro e levaram consigo esse sistema de colonização para além da Região Sul, para os estados Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Porém entraram e se dispersaram entre a população brasileira, marcando e influenciando fortemente determinadas áreas. Um traço dessa expansão são construções das igrejas luteranas, que acabaram influenciando alguns aspectos dos rituais católicos.
Também podemos encontrar influência na arquitetura das cidades por onde se estabeleceram.
Na agricultura introduziram o cultivo do trigo e a criação de suínos.
No estado de Santa Catarina, com mais de 180 anos de história, tudo começou no município de Dona Emma, uma cidade com menos de 4.000 habitantes, onde podemos encontrar a “Casa do Imigrante”, da família AX, construída na típica arquitetura enxaimel. Lá a família mantém um acervo de fotos, documentos, objetos, moveis e louças. A casa é aberta para visitação.
Localizada, também, no estado de Santa Catarina, a cidade de Pomerode é considerada a mais germânica das cidades brasileiras, onde se comemora o Festival de inverno de Pomerode, o Pomeroder Winterfest. Lá o visitante assiste às danças folclóricas, saboreia pratos típicos e aprecia o artesanato típico germânico entre eles a pintura Bauer, uma técnica de pintura que vem desde o século XVII, aplicada em móveis, objetos decorativos, utilitários, e o Quebra Nozes que, ao invés do Papei Noel, é o símbolo do Natal Alemão.
No estado do Espirito Santo, a cidade de Domingos Martins, foi fundada por imigrantes alemães do século XIX. Em 1846 chegaram os imigrantes pomeranos, que ajudaram na colonização e acabaram influenciando a cultura alemã local. Lá se encontra o “Museu Histórico da Colonização Alemã”, criado para preservar e valorizar a cultura através da história dos imigrantes. No museu pode-se encontrar uma variedade imensa de objetos, livros, moveis, cenários, documentos, culinária típica e até aula de pomerano. Uma curiosidade: o gramofone, alternativa para quem quisesse ouvir música no século IXI, foi uma invenção de um alemão, Emil Berliner, em 1887. Na região se fala 4 línguas: o português, o italiano, o pomerano e o hunsrück, uma espécie de dialeto alemão. Ainda em Domingos Martins, encontramos o grupo de danças folclóricas alemãs Bergfreunde de Campinho.
A primeira comunidade luterana no Brasil foi a dos alemães chegados em Nova Friburgo que, em 1827, construíram o primeiro templo luterano do país. Porém as autoridades, na época, mandaram demolir.
A gastronomia alemã utiliza as carnes de porco, bovina e de aves sendo a suína, a mais usada e popular, tanto que o assado de porco, quase sempre a perna, é a refeição de domingo ou em dias festivos, em muitas regiões da Alemanha.
Um outro prato típico é o porco frito com rodelas de limão. A carne é muitas vezes comida em forma de salsicha, sendo que no país são produzidos mais de 1.500 tipos diferentes de salsichas.
Outros pratos são a salada de batata, conhecida como Kartoffelsalat, popular por todo o país; o chucrute ou Sauerkraut, prato típico da culinária alemã, comido no mundo todo, sendo uma conserva de repolho fermentado. Ainda destacamos a batata Rosti Recheada; o joelho de porco ou Eisbein;o Spatzle, uma massinha de batata, semelhante a um inhoque que pode ser servida como acompanhamento de carnes; o Goulash com Batata, um guisado de carne de vaca.
Nos doces encontramos o típico Bolo Floresta Negra, que leva cerejas em seu recheio; o Strudel, de maçã que pode ser servida com chantili; a cuca alemã; o Rote Gruetze, sagu de vinho com creme de baunilha; os Pretzel, famosos pãezinhos tradicionais, feitos em formato de pequeno nó: o milho brot, feito com batata doce, cará e fubá de milho branco, cozidos em folhas de bananeira ao forno.
Nas bebidas, apesar do vinho estar se tornando mais popular, a bebida alcoólica nacional é a cerveja. As variedades de cerveja incluem a Alt, Bock, Dunkel, Kölsch, Lager, Malzbier, Pils e Weizenbier.
A contribuição na música e na dança, uma herança da cultura alemã, são as bandas: os alemães tocavam, por tradição, instrumentos de metais de sopro, sempre em grupos, um som bem tradicional das festas alemães.
A Dança Volkstanz
Nesta imagem fiz um destaque para a cerveja, um produto que o brasileiro ama e aprecia em festas e feiras típicas alemães. O trigo faz a decoração do fundo onde vemos a bandeira da Alemanha.
Na frente, o casal dança a Volkstanz, uma dança folclórica, provavelmente com origem no século XII.
Os primeiros registros das danças folclóricas alemães aparecem no século XII. Eram dirigidas por um dançarino e sua parceira, com cantos e gestos que eram imitados pelas pessoas ao redor. Muitas danças tinham o caráter cômico imitando os cavaleiros em suas conquistas e nas batalhas.
Um dançarino e sua parceira se cortejam durante a dança intercalando com um ou mais dançarinos que representam cenas cômicas de cavalheiros em suas batalhas. As vestimentas são simples, lembrando camponeses.
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Por Lu Paternostro
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