Ilustração Africanos Bantus e o Jongo. Série Imigrantes Brasileiros.

A África é chamada de “O Continente Negro”, onde se acredita que se deu a origem da raça humana. Um espaço geográfico de culturas, etnias e línguas muito variadas, nunca sendo caracterizada por uma cultura homogênea, em termos humanos ou culturais. 

Ilustração "Africanos Bantus e o Jongo", da série "Imigrantes Brasileiros. 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Ilustração “Africanos Bantus e o Jongo”, da série “Imigrantes Brasileiros.
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Aganju, Xangô
Alapalá, Alapalá, Alapalá
Xangô, Aganju

O filho perguntou pro pai:
“Onde é que tá o meu avô
O meu avô, onde é que tá?”

O pai perguntou pro avô:
“Onde é que tá meu bisavô
Meu bisavô, onde é que tá?”

Avô perguntou bisavô:
“Onde é que tá tataravô
Tataravô, onde é que tá?”

Tataravô, bisavô, avô
Pai Xangô, Aganju
Viva egum, babá Alapalá!

Aganju, Xangô
Alapalá, Alapalá, Alapalá
Xangô, Aganju

Alapalá, egum, espírito elevado ao céu
Machado alado, asas do anjo Aganju
Alapalá, egum, espírito elevado ao céu
Machado astral, ancestral do metal
Do ferro natural
Do corpo preservado
Embalsamado em bálsamo sagrado
Corpo eterno e nobre de um rei nagô
Xangô

Babá Alapalá.
Gilberto Gil

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Africanos Bantus e o Jongo

Num passado não tão remoto, comparado com a história da África, alguns povos vindos de Angola, do Congo, de Moçambique, da Nigéria e de outras partes do Continente Negro, atravessaram o Atlântico e foram parar no Brasil. A maior parte dos negros escravizados que vieram trazidos para o Brasil eram de etnias bantas (Congo, Benguela, Cabinda, Angola, Angico etc.), sendo os primeiros que chegaram, vindos a costa ocidental africana.

Entre as etnias africanas, existem nuances, ficando muito difícil falar sobre elas, ainda de uma forma específica! Mas, o que é objetivo, é que estes povos trouxeram para o Brasil  grande parte da riqueza cultural que hoje temos aqui – Muito do nosso vocabulário atual tem origem banta, de nossa gastronomia, frutas, vegetais, cultura e muitas coisas mais!

No campo da música, os bantos forneceram grande parte do ritmo que caracteriza a música brasileira. O gosto dos bantos pelos batuques, atabaques e instrumentos de percussão se refletiu em gêneros musicais como o samba, a bossa nova, o coco, o maracatu, o pagode, etc



Por conta disso, quis representar uma dança, que aqui se torna, não uma dança específica, mas uma síntese simplória, por assim dizer, do movimento relacionado às danças e rituais religiosos.

Pesquisei sobe o tema das danças dos bantus, mas quase nada de específico achei disponível sobre o tema. Embora temos muitas imagens, não há identificação de ondem são ou o que representam. Parece tudo muito misturado, confuso de se entender, também, porque os africanos e sua cultura original não são nada padronizados.     

O que posso tirar, é que as tribos têm sua religiosidade misturada com sua vida diária, e a dança se confunde com a vida, que é a luta da vida, que se une com os rituais religiosos.

Na pesquisa que fiz, optei por esta dança que foi filmada no meio de uma comunidade, por parecer ser mais genuína, pé na terra, sem as “fantasias” típicas dos grupos para folclóricos*.   

Mesmo assim, recriei as suas roupas, inserindo uma enorme quantidade de elementos e cores. Desta forma quis representar a riqueza e a diversidade  desse povo, de sua vida, cultura e de sua gente e saberes.  

O que mais chama a atenção nas danças africanas, de forma geral, são os inúmeros movimentos rítmicos, quase que semelhantes e um estado de transe, transformando os corpos em ondas de movimentos quase inconcebíveis!

Procurei representar um pouco disso no movimento dos traços, no ritmo de formas que se repetem, nas texturas, nos detalhes que adquirem muitas cores, criando uma nova paleta, uma forma de agradecer a eles a riqueza que me deram.

Também a forma que encontrei de “dançar” um pouco com eles.

O Jongo

O Jongo, ou Caxambu, é um ritmo que teve suas origens na região do Congo-Angola. É uma dança profana para o divertimento, mas uma atitude religiosa permeia a festa.

Antigamente, somente os mais velhos podiam participar, ficando os mais jovens apenas observando. Também é a dança dos ancestrais, dos pretos-velhos escravos e dos cativeiros.


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* Os grupos para folclóricos são utilizados para nos contar mais de nossa cultura tradicional ou típica, mas de uma forma mais colorida, os detalhes mais ressaltados, feitos pensando em apresentações em palcos. São como shows, mas com tema cultural.

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Lu Paternostro

NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores.

Ilustração “Jongo”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Jongo", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Ilustração “Jongo”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira.
Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
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Quando a noite descia,
ao som da Ave-Maria,
um som de tambor se ouvia.
Dentro de uma senzala, 
em um caminho pra Minas,
vozes de jongueiros se ouviam.

Na Fazenda da Bem Posta, em pleno Estado do Rio,
um jongueiro sentindo falta do caxambu,
tocava o candongueiro, após o angú.

Cantarolava a saracura,
levou o lenço da moça 
que ficou chorando, 
que pecado que ela leva quando morrer….

Saracura
Jongo de Serrinha

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Jongo

O jongo tem diversos nomes: tambu, batuque, tambor, caxambu. É cantado e tocado de diversas formas, dependendo do local que é praticado, e é considerado um dos ritmos precursores do samba.

O jongo é uma forma de reverência e louvação aos antepassados, lembrando profundamente de suas raízes negras; tem seus saberes, ritos e crenças nos povos africanos. São várias as maneiras de dançar o jongo. Os dançarinos dançam e cantam numa roda. Um deles faz o solo e os outros respondem cantando.

O registro do “Jongo do Sudeste” como patrimônio imaterial do Brasil pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em dezembro de 2005, na categoria “Formas de Expressão”, é o reconhecimento da importância desta expressão para a formação da multifacetada identidade cultural brasileira.

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O jongo tem diversos nomes: tambu, batuque, tambor, caxambu. É cantado e tocado de diversas formas, dependendo do local que é praticado, e é considerado um dos ritmos precursores do samba.

Foi trazido para o Brasil pelos escravos angolanos. É uma expressão rítmica da mesma família do tambor de crioula, do samba de roda e do coco. Integra a percussão de tambores, as danças coletivas e disposição em roda dos dançarinos, o bater das palmas, a umbigada, elementos comuns a estas danças. 


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É praticado nos quintais das casas de periferias urbanas e de comunidades rurais do sudeste brasileiro.

O jongo é uma forma de reverência e louvação aos antepassados, lembrando profundamente de suas raízes negras; tem seus saberes, ritos e crenças nos povos africanos e exaltam estas historias em suas canções.

Os jongos não são liturgias, mas estão associados ao catolicismo afro brasileiro, em especial ao culto de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. 

Para os jongueiros os tambores são sagrados, pois fazem a conexão com as entidades do mundo espiritual. Seus guardiões são os líderes das próprias comunidades jongueiras. Os instrumentos musicais podem ser diferentes de um grupo para outro, mas o mais comum é terem dois ou três tambores. Podemos encontrar em algumas comunidades o chamado tambor de fricção, um tipo de cuíca em formato maior.



São várias as maneiras de dançar o jongo. Os dançarinos dançam e cantam numa roda. Um deles faz o solo e os outros respondem cantando. Sozinhos ou em pares os dançarinos vão até o centro da roda e dançam até serem substituídos por outro par. Os praticantes dançam como sabem dançar; uns dançam pulando, arrastando os pés, dançam devagar, outros mais rápidos e soltos. O chamado “ponto” é um dos elementos mais marcantes do jongo, onde a palavra cantada assume características únicas.

O registro do “Jongo do Sudeste” como patrimônio imaterial do Brasil pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em dezembro de 2005, na categoria “Formas de Expressão”, é o reconhecimento da importância desta expressão para a formação da multifacetada identidade cultural brasileira.

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Por Lu Paternostro
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