E novamente ele chegou Com inspiração Com muito amor, com emoção, com explosão em gol Sacudindo a torcida aos 33 minutos Do segundo tempo Depois de fazer uma jogada celestial em gol
Tabelou, driblou dois zagueiros Deu um toque driblou o goleiro Só não entrou com bola e tudo Porque teve humildade em gol
Foi um gol de classe onde ele mostrou Sua malícia e sua raça Foi um gol de anjo um verdadeiro gol de placa Que a galera agradecida assim cantava
Foi um gol de anjo um verdadeiro gol de placa Que a galera agradecida assim cantava
Fio maravilha, Nós gostamos de você Fio maravilha, Faz mais um pra gente ver
Fio maravilha, Nós gostamos de você Fio maravilha, Faz mais um pra gente ver
Fio Maravilha Jorge Bem Música e poesia
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O futebol é um dos esportes mais antigos e populares do mundo, praticado em centenas de países por ser fácil, simples e pode-se jogar em qualquer lugar. É difícil prever sua origens, mas pode-se encontrar resquícios do jogo em vários países.
No Brasil, 1894 é considerado o início oficial do futebol. Charles W. Miller, nascido no bairro paulistano do Brás, foi para a Inglaterra e trouxe uma bola de capotão e um conjunto de regras, sendo considerado o pai do futebol no Brasil.
O primeiro jogo realizado no Brasil foi em 15 de abril de 1895 entre funcionários de empresas inglesas que trabalhavam em São Paulo, a Cia. Ferroviária São Paulo Railway contra os funcionários da Cia de Gás, o The Gaz Co. Miller atuou no time ferroviário. O jogo foi realizado num pedaço de terra na Várzea do Carmo.
No dia 19 de julho se comemora o Dia Nacional do Futebol.
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O futebol é um dos esportes mais antigos e
populares do mundo, praticado em centenas de países por ser fácil, simples e
pode-se jogar em qualquer lugar.
É difícil prever sua origens, mas pode-se encontrar resquícios do jogo em
vários países.
Na China antiga, por
volta de 3.000 anos a.C., após as guerras, os soldados formavam equipes para
chutar os crânios dos inimigos derrotados. O jogo era um treinamento militar,
com oito homens de cada lado. Com o tempo os crânios foram
substituídos por uma bola de couro, revestida por cabelo. O objetivo era passar
a bola de pé em pé, sem deixa-la cair no chão, levando-a para dentro de duas
estacas fincadas no campo.
O nome do jogo era Tsu-Chu.
No Japão antigo se jogava o Kemari,
onde participavam pessoas da corte japonesa. Eram 16 jogadores num campo de 200
m2, de formato quadrado. Era proibido qualquer contato físico entre eles. A
bola, que simbolizava o sol, era feita artesanalmente de fibra de bambu.
Já na Grécia os gregos criaram o Episkiros, onde soldados
em número de nove por equipe, jogavam num campo retangular. Em Esparta, cidade
grega, jogavam com quinze jogadores de cada lado, um campo bem maior e uma bola
feita de bexiga de boi recheada de areia ou terra. Quando os romanos dominaram
a Grécia conheceram o Episkiros, porém
o tornaram muito violento.
Em 200 a.C., no Império Romano, aparece o Harpastum, descendente do Episkiros, um exercício militar, jogado
em campo retangular, cuja partida poderia durar horas. A bola também era feita
de bexiga de boi e se chamava follis.
Com a conquista romana ele se espalhou para outras regiões como Europa, Ásia e
Norte da África.
Na Idade Média há sinais de um jogo muito parecido com o
futebol, mas bem mais violento. Os 27 jogadores jogavam em duas equipes:
atacantes e defensores. Em suas regras eram permitidos chutes, pontapés,
rasteiras e outros golpes. Jogadores morriam durante a partida.
Na mesma época, na Itália, o jogo mais parecido era o Gioco del Calcio ou Calcio Fiorentino, criado em Florença. O
jogo tinha 10 a 12 juízes e a bola,[ podia ser impulsionada com as mãos e os
pés. O objetivo era introduzir a bola numa barraca localizada em cada canto do
campo. Como não tinha regras para o numero de jogadores, usava-se ter muitos
juízes. Hoje o Calcio Storico Fiorentino
é uma festa anual que acontece em cidades da Itália. Seus uniformes são
parecidos com roupas medievais.
Da Itália o futebol foi para a Inglaterra, no século XVII, onde ganhou
regras sistemáticas e outra organização. O campo passaria a
medir 120 por 180 m e nas suas duas pontas as traves retangulares levariam o
nome de gol. Aqui a bola é de couro, cheia de ar. A nobreza o praticava.
No ano de 1848, uma Conferência em Cambridge criou um código
unificado para os jogos de futebol e 20 anos depois, criou-se um personagem
chamado guarda-redes, que ficaria na frente do gol, o único que poderia colocar
a mão na bola, atualmente o goleiro. Com o tempo novas regras foram surgindo
como o tempo do jogo, o pênalti, impedimento, etc. O futebol foi se difundindo e se
profissionalizando.
Em 1904 a FIFA – Federação Internacional de Futebol Association
foi criada com a função de organizar o futebol no mundo todo como as copas do
mundo e outros campeonatos.
Entre 900 e 200 a.C no México, o povo maia jogava um jogo que poderia utilizar os pés e
as mãos. Seu nome era pok ta pok,
cujo objetivo era arremessar a bola num furo
circular, localizada em meio de placas de pedra. O grupo que perdesse
tinha seu capitão de equipe sacrificado.
No Brasil, 1894 é considerado o início oficial do futebol,
ano em que Charles W. Miller, nascido no bairro paulistano do Brás, foi para a
Inglaterra estudar aos nove anos. Lá tomou contato com o futebol e trouxe em
sua bagagem uma bola de capotão e um conjunto de regras. Por isso é considerado
pai do futebol no Brasil.
O primeiro jogo realizado no Brasil foi em 15 de abril de
1895 entre funcionários de empresas inglesas que trabalhavam em São Paulo, a
Cia. Ferroviária São Paulo Railway contra os funcionários da Cia de Gás, o The
Gaz Co. Miller atuou no time ferroviário. O jogo foi realizado num pedaço de
terra na Várzea do Carmo.
Em 1902 a Liga Paulista de Foot-Ball organiza o campeonato
paulista que é considerado a primeira competição oficial de futebol do Brasil.
Em 1950 temos a primeira copa do mundo realizada no Brasil.
No dia 19 de julho se comemora o Dia Nacional do Futebol.
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Por Lu Paternostro NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores
Ilustração “Os Bois de Manaus”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
É com o
brilho da lua
Que o meu boi vai brincar
Com todas bonitas
E o povão a cantar
E a magia da floresta
O toque gostoso
Do meu boi bumbá
Boi Caprichoso vai remexer
O coração da galera azul e branca
Olé, olé, olá
Caprichoso acabou de chegar!
A Magia Da Floresta Boi Caprichoso
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Eu irei, Andirá
Pelo rio Marau navegar
Garantido faz festa na ilha
Minha tribo eu quero levar
Eu vou que vou
Vou numa boa
Não tem despesa eu viajo de canoa
E já me vou é piracema
O meu hotel é de fazenda em fazenda
Eu irei, Andirá
Pelo rio Marau navegar
Garantido faz festa na ilha
Minha tribo eu quero levar
Vou viajando
Na pororoca não faço força
A correnteza me reboca
Vou ver meu boi
Boi Garantido
Ele é o mais lindo é o mais brioso
O mais querido
Eu irei, Andirá
Pelo rio Marau navegar
Garantido faz festa na ilha
Minha tribo eu quero levar
Andirá Boi Garantido
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Boi de Parintins
O Festival Folclórico de Parintins, conhecido no mundo todo como uma das maiores celebrações culturais da América Latina, acontece no mês de junho, na cidade de Parintins, no estado do Amazonas.
O festival é uma grande festa popular, que acontece na última semana de junho, onde o ponto culminante é a disputa entre os dois bois folclóricos: o Boi Garantido, com as cores vermelho e branco, leva um coração na testa, e o Boi Caprichoso, com suas cores azul e branco, carrega na testa uma estrela como símbolo.
Uma curiosidade: um torcedor de um boi jamais fala o nome do outro boi referindo-se ao seu opositor pela palavra “contrário”.
O Festival Folclórico de Parintins ocorre no mês de junho, começando no dia 24, dia de São João, e vai até o fim do mês.
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O Festival Folclórico de Parintins, conhecido no mundo todo como uma das
maiores celebrações culturais da América Latina, acontece no mês de junho, na cidade
de Parintins, no estado do Amazonas.
O festival é uma
grande festa popular, que acontece na última semana de junho, onde o ponto
culminante é a disputa entre os dois bois folclóricos: o Boi Garantido, com as
cores vermelho e branco, leva um coração na testa, e o Boi Caprichoso, com suas
cores azul e branco, carrega na testa uma estrela como símbolo.
Ao boi Garantido
foram atribuídos muitos nomes carinhosos como “Boi da Promessa”, “Boi do
Coração”, “Brinquedo de São João”, “Boi do Povão” e outros. O mais popular é
“Brinquedo de São João”, de autoria de Lindolfo Monteverde, criador do boi.
Lindolfo deu o nome de Garantido, pois dizia que nas brigas com os “contrários”
seu boi nunca quebrava, “isso era garantido”.
O
Caprichoso é considerado o “Guardião da Floresta”, do imaginário das lendas
caboclas e dos povos indígenas. O seu nome representa as pessoas cheias de
capricho, trabalho e honestidade. O Caprichoso seria um personagem extravagante
e primoroso em sua arte.
A origem dos bois é
controversa, pois até neste aspecto eles disputam, brigando para que um tenha
sido criado antes do outro. Sabe-se que a brincadeira vem evoluindo desde o
início dos anos 1900 e que em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de
Parintins, mas sem a participação dos bumbás. Porém a primeira disputa acontece
no ano seguinte, perpetuando-se até os dias de hoje.
O festival é repleto
de personagens, figuras gigantes e coreografias com muitos participantes e
acontece num cenário grandioso, repleto de luzes teatrais, fogos de artifícios,
efeitos especiais que atraem pessoas de todos os lugares do mundo.
Os personagens que
fazem parte do festival são, em primeiro lugar, o próprio Boi Bumbá Evolução, o
motivo de ser do festival. Esta figura tem de ser bem feita, ter leveza e os
movimentos bem próximos de um boi real. A pessoa que o comanda e o produz é o
Tripa ou Miolo do Boi.
Junto ao boi encontramos o Apresentador, o mestre de cerimônias, que conduz o espetáculo e como narrador, faz a introdução às lendas e chama o boi; o Levantador de Toadas que, com sua voz vibrante e afinada, tem a missão de levar a toada durante toda a apresentação; o Amo do Boi, dono da fazenda, com seu berrante, chama o boi para bailar; a Sinhazinha da Fazenda, filha do amo do boi, que dança com graça saudando-o, com suas roupas exuberantes que representam a riqueza das sinhás dos tempos coloniais. Também temos a Cunha-Poranga, a mulher mais bela da tribo, uma entidade que representa a garra e o mistério das lendárias amazonas; a Porta-Estandarte, a personagem responsável por conduzir o símbolo dos bois em movimento. Ela deve ter vontade, alegria e desenvoltura na forma de girar, segurar o símbolo e dançar. Ele é a Rainha do Folclore que, com força mágica e sua rica indumentária, representa a beleza e grandiosidade do folclore e lendas da Amazônia. O pajé, que vem do auto do boi do nordeste, se insere no festival entre as danças dos índios, tornando-se um dos pontos mais esperados da apresentação, ressuscitando o boi.
Há ainda as tribos
indígenas, com suas ricas fantasias e coreografias que representam os
agrupamentos nativos da Amazônia. Em cena, dependendo do local da apresentação,
há ainda os bonecos gigantes, cobras e animais da selva, representando as
figuras encontradas nas lendas amazônicas, com seus movimentos típicos e
harmoniosos.
Há na disputa a
presença de jurados, a torcida ou a galera do boi.
Uma curiosidade: um torcedor de um boi jamais fala o nome do
outro boi referindo-se ao seu opositor pela palavra “contrário”. Mesmo
nesta típica disputa entre os dois, são proibidas vaias, palmas, ou quaisquer demonstrações
de animosidade quando o “contrário” se apresenta.
O Festival Folclórico de Parintins ocorre no mês de junho, começando no dia 24, dia de São João, e vai até o fim do mês.
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Por Lu Paternostro
NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autore
Ilustração “Lituanos”, da série “Imigrantes do Brasil”. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Lituanos
Localizada no norte da Europa, tem litoral no Mar
Báltico. É um país encanta a todos por suas incríveis paisagens, ilhas de
castelos, construções medievais, bosques, rios, lagos, paisagens que parecem de
contos de fadas!
Uma nação de cultura muito rica, a preservação da
arquitetura barroca em sua capital, seus museus, igrejas, festivais de teatro e
música, fazem parte da tradição do maior país entre os países bálticos. Porém, a
Lituânia passou por sérias dificuldades, o que acabou gerando uma imigração dos
lituanos para outros países, dentre eles o Brasil.
O primeiro registro da presença de um cidadão
lituano no Brasil, data de 1886. Trata-se do coronel Andrius Visteliauskas, que
auxiliou o Exército Brasileiro durante a Guerra do Paraguai.
O primeiro grupo de lituanos chegou ao Brasil entre
1888 e 1890, e se dirigiram para o Rio Grande do Sul, em Ijuí, uma cidade que
recebeu além dos lituanos, poloneses, alemães, austríacos, italianos, suíços,
tchecos entre outros, tornando-se uma prospera cidade para os padrões da época.
Em 1923, após uma divulgação feita
por agentes brasileiros na Lituânia, o Brasil atraiu uma leva maior de cidadãos
lituanos interessados em emigrar. De acordo com os registros do governo
brasileiro, 6 mil imigrantes chegaram a São Paulo nessa época, para trabalhar
nas lavouras de café, algodão e cana de açúcar do interior do Estado,
principalmente nas cidades de Ribeirão Preto, Araraquara, Colina e Barão de
Antonina. Vieram atraídos pelas promessas de trabalho e de terras baratas para
cultivo. Porém muitos se estabeleceram na cidade de São Paulo, indo trabalhar
como operários, em indústrias no bairro da Mooca. Alguns trabalharam, na
construção da Estrada de Ferro Sorocabana. Concentraram-se nos bairros da
Mooca, Bom Retiro, Vila Anastácio, Vila Bela, na capital.
Em 1926, o estado do Rio de Janeiro
também recebeu algumas centenas de lituanos que se instalaram no município de
Caxias e na então Capital Federal. Dedicaram-se ao comércio, à indústria e à
arte, tornando-se fundadores de fábricas, bares, restaurantes, mercearias. Após
1940, devido às restrições impostas aos estrangeiros pelo presidente Getúlio Vargas,
e também em reflexo da ocupação soviética da Lituânia em 1944, a comunidade
entrou em declínio.
A maioria dos lituanos vindos naquele período acabou
abandonando ou fugindo das fazendas de café em busca de trabalho na indústria
paulista, empolgados com as notícias que recebiam daqueles que residiam em São
Paulo.
A cidade de São Paulo é a segunda
maior colônia de lituanos do mundo, atrás somente da cidade de Chicago, nos
Estados Unidos. A imigração lituana para o estado de São Paulo ocorreu em três
fases. A primeira, de 1926 a 1929, foi composta por camponeses. Em meados de
1930, veio uma leva constituída de operários e trabalhadores com alguma
qualificação profissional e, após a II Guerra Mundial, a terceira leva, vieram fugidos
do regime comunista da União Soviética.
Em 1927, no bairro da Vila Zelina, também na cidade de São
Paulo, chegaram várias famílias lituanas, hoje considerado núcleo de uma
comunidade de descendentes de lituanos. Pelo fato dos lituanos serem em sua
maioria católicos, e alguns luteranos, a Igreja de São José foi construída com
o capital dos imigrantes lituanos, e exerceu um papel importante para a
comunidade, por se tornar um espaço social, onde se mantinha os costumes e as
tradições dos lituanos, bem as reuniões que faziam para saber notícias de algum
parente que estava na Lituânia, na época sob o controle da União Soviética. Hoje
mais de 7.000 habitantes, a maioria filhos e netos destes imigrantes, moram na
região.
Em frente à igreja foi criada a Praça
República Lituana, em 1976, onde foi edificado o Monumento à Liberdade, em
1982, um marco comemorativo do cinquentenário da imigração (1926-76). Na praça
realizam-se todos os anos, um ato cívico, precedido de missa e apresentação de
danças folclóricas para comemorar o dia da Lituânia, a 16 de fevereiro.
Gastronomia.
A gastronomia Lituânia é adaptada
para o clima frio da Europa. Utiliza ingredientes como a cevada, a batata, o
centeio, a beterraba, verduras de folhas verdes e os cogumelos, que crescem em
abundância nos seus bosques. A culinária tem influência, dente outros países, da
Polônia, Alemanha e dos judeus asquenazi.
A culinária lituana é bastante
conhecida em regiões do sul do Brasil, colonizadas pelos imigrantes polacos e
ucranianos, principalmente no Paraná, em restaurantes típicos, em barracas nas feiras de rua de Curitiba e em diversos municípios
do estado do Paraná como Ponta Grossa, Irati, Prudentópolis, Araucária,
Contenda, Ariranha do Ivaí, Mallet, Tijucas do Sul, Rio Negro, São João
do Triunfo, São Mateus do Sul, União da Vitória, Canoinhas, Rio Azul. No estado de Santa Catarina temos as cidades
de Papanduva, Mafra, Rio Negrinho, Itaiópolis e o estado do Rio Grande do Sul, a
cidade de Áurea, considerada a “Capital
Polonesa dos Gaúchos”.
Alguns exemplos de comidas são o Saltibarsciai, sopa
fria de beterraba fria com creme de leite e ovos cozidos; o Kugelis, torta de
batata, comida nos lares lituanos; os Pieroji, pastéis cozidos de origem
polonesa; as sardinhas curtidas em salmoura; pepinos azedos; o Virtiniai,
ravióli lituano recheado com carne ou queijo; a tradicional e exótica
Koshilenai, geleia feita de carnes de porco e boi, guarnecida com mostarda
escura e pão francês; a sardinha enrolada na cebola curtida para comer
com pão preto Falšyvas Zuikis ou bolo de carne e a Obuoliu Pyragas ou a torta
de maçã.
Quanto às bebidas encontramos
Lietuva Sour, uma bebida feita a base de licor de mel, o Krupnikas, limão e
água tônica.
Cultura, danças e artesanato
Na Lituânia festeja-se com muita
alegria a Páscoa ou o Velykos, o Domingo de Ramos ou o Verbu Sekmadienis, a
Gavenia ou Quaresma, o Natal ou Kaledos, o Naujuju Metu ou Ano Novo e no dia 23
de abril, a Festa de São Jorge ou o ano novo dos lavradores.
No artesanato legítimo do leste
europeu, mais especificamente da Ucrânia, encontramos as Matrioskas russas, um
brinquedo tradicional da Rússia, constituída de uma série de bonecas, que são
colocadas uma dentro da outra; as porcelanas decoradas com motivos ucranianos e
as Pêssankas ou Marguciai, ovos decorados de forma majestosa, com motivos
simbólicos de paz e boa sorte, para dar de presente por ocasião da Páscoa na
Ucrânia.
A dança é considerada como algo da essencial
para os lituanos. Geralmente representam o dia-a-dia do povo e, por se tratar
de um país essencialmente agrícola, elas estão muito relacionadas às atividades
do campo, desde a atividade pastoril, até as ações relativas à plantação como o
ato de arar, semear, regar, a colheita, a chegada da primavera, a variedade de
grãos e festas para agradecer a fartura; aos trabalhos da colheita que preparam
o fio para tecer, colocam-no na roca, o trabalho nos teares manuais e
industriais. Representa-se o cruzamento dos fios, os giros dos carretéis e das
engrenagens do tear ou o funcionamento dos moinhos de água e vento.
O grupo Rambynas é um grupo de danças tradicionais da Lituânia, que tem a missão de manter e divulgar a tradição do país no Brasil.
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Por Lu Paternostro NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores
Ilustração “A Lenda da Teiniaguá”, da série “Tradições Gaúchas”. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Eu vou contar para vocês uma história diferente Que de tão incrível virou lenda E até hoje lá no sul o povo conta para a gente E o cantador emenda Um sacristão lá da igreja que ficava de bobeira Sentado olhando o rio passar Um dia notou algo diferente A água “tava” fervente começando a borbulhar: “Meu deus, o que é isto dentro do rio? É um clarão, e vem na minha direção!” Muito assustado o sacristão caiu de lado Vendo o ser iluminado disparar seu coração Valha-me deus, nossa senhora! É o tal lagarto com a pedra preciosa na cabeça! Contam as velhas histórias que há muito tempo começou a fama do lagarto Teiniaguá, Diziam que quem o aprisionasse acharia um tesouro, o mais lindo tesouro que há, Eram riquezas ocultas dentro de uma caverna, chamada Salamanca lá na Serra do Jarau Passado o susto o sacristão pegou o bicho Levou pra casa, tremenda confusão Foi quando viu estupefato num delírio O lagarto virar um mulherão Era a verdadeira deusa da beleza Cheia de encantos coisa e tal Que aprisionada no corpo do lagarto Guardava o tesouro da Salamanca do Jarau Cuidado sacristão, essa mulher é o pecado encarnado! Esse coisa do diabo! Seduzido pelo luxo e riqueza Encantos e belezas começou a vacilar E cegamente apaixonado jurou amor eterno E fale quem quiser falar E eram tantos seus pecados que os padres das paróquias Já não puderam perdoar Pobre sacristão, foi condenado! No dia marcado pra sua morte, um trovão bem forte, para sua sorte, fez o céu estremecer O dia de repente virou noite e de dentro do rio surgiu de novo o teiniaguá O brilho de sua pedra cegou todos os homens e o povo com medo fugiu Livres, os dois subiram a serra do Jarau, e no caminho, o sacristão olhando aquela formosura de lagarto disse: É lagarto, tu me ensinas a fazer “lenda” que eu te ensino a namorar. E até hoje diz a lenda ainda vivem na colina Os dois deixando o tempo passar Guardando um tesouro precioso Um romance sem igual na Salamanca do Jarau O lagarto que era o tal da Salamanca do Jarau UAU! O progresso me dá liberdade de compor versos estilizados Me proponho a cantar as raízes e as relíquias dos antepassados Tradição para o leigo é grossura a cultura enriquece o estado Só me resta dizer aos amigos o Rio Grande vai bem obrigado
“A Salamanca do Jarau” Fernanda Lima
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A Lenda da Teiniaguá ou Salamanca do Jarau
Típica das tradições gaúchas, a lenda
da Teiniaguá ou Salamanca do Jarau, de origem espanhola, está repleta de
elementos que refletem a formação do povo gaúcho, produto de complexa
inter-relação entre o europeu, o oriental, ou o mouro, e o povo indígena.
Em seu livro “Lendas do Sul” (1913),
a fábula é recontada por João Simões Lopes Neto (1865-1916), um contador de
lendas e estórias que, através de seu narrador protagonista Blau Nunes, que
ouvia as histórias contadas por sua avó charrua, tribo indígena que habitava o
estado do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina e que fora dizimada pela
colonização espanhola.
Nela temos inúmeros elementos
integrando-se de forma dinâmica como a citação de Salamanca, uma das cidades da
Espanha mais ricas em monumentos da Idade Média e Renascimento, trazendo a
tradição de lendas e histórias antigas, representando a mescla cristão-árabe,
cheia de misticismo, milagres, feitiços, escolas de magia. No seu livro, Lopes
Neto a utiliza como uma denominação para as cavernas encantadas encontradas na
América.
Encantadoras e personagem principal,
as princesas mouras, são originalmente relacionadas a magia e encantamento nas
histórias das tradições árabes, o que reforça a presença do povo islâmico. A
citação à cultura indígena é representada no Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã,
que transforma a linda princesa moura numa lagartixa ou salamandra, destinada a
viver aprisionada numa lagoa, no Cerro do Jarau, uma formação rochosa de grande
valor arqueológico, localizada no município de Quaraí, no estado do Rio Grande
do Sul.
Outra personagem de importância é o
sacristão, descendente de espanhóis jesuítas, que se apaixona pela princesa árabe,
um amor proibido pela Igreja Católica.
A lenda da Teiniaguá ou a Salamanca
do Jarau “busca a composição étnica, histórica – e por que não dizer – até
mesmo antropológica da civilização gaúcha, através de seus tipos principais,
representados cada qual por uma narrativa: o índio, o árabe e o espanhol, o
português e o negro (HOHLFELDT, 1996, p. 47).
Resumindo em uma das formas de se
contar, a lenda é mais ou menos assim:
Conta a lenda que um sacristão da
igreja de São Tomé, num dia de muito calor, e indo se refrescar numa lagoa, se
depara com a Teiniaguá, uma princesa moura que foi transformada numa lagartixa
com uma pedra reluzente na cabeça, pelo demônio vermelho, o Anhangá-Pitã. Ele
sabia que o homem que a encontrasse ficaria rico para sempre.
O sacristão pega a lagartixa e a leva
para sua casa. À noite, como rezava a lenda, a lagartixa se transformou numa
belíssima princesa de lábios vermelhos, muito sedutora, que pediu vinho ao
sacristão.
O homem, levado pelos seus encantos,
rouba o vinho santo da igreja, se delicia com a moça e embriaga. É encontrado
neste deplorável estado e preso pelos padres. A princesa volta a se tornar
lagartixa e foge.
O sacristão, então, é sentenciado,
mas no momento de sua morte, a Teiniaguá reaparece, singrando pela terra
profunda, e o captura, levando-o para a Salamanca do Jarau, uma gruta profunda
e encantada. O mantem como prisioneiro.
Passados 200 anos, um cavaleiro
corajoso, que já conhecia a estória da Teiniaguá, estória contada por sua avó,
uma índia charrua, enfrenta os sete desafios corajosamente chegando até a
gruta. Lá se depara com a salamandra encantada, que o alerta de seu prêmio. Mas
o cavaleiro não aceita e a salamandra fica desolada, pois sabia que para se
livrar do encantamento o cavaleiro precisava aceitar uma coisa que desistiria
depois.
O velho sacerdote então, oferece a
moeda de ouro mágica de uma outra forma e o cavaleiro, para não fazer desfeita,
a põe em seu bolso e vai embora.
Quando chega em sua terra, viu que a
moeda de ouro que se multiplicava conforme ia usando, o deixara muito rico, mas
com muitas desgraceiras no seu caminho.
Voltou à caverna e devolveu a moeda.
Neste momento um clarão mágico
acontece e tanto a lagartixa, como o velho sacerdote prisioneiro são libertados
do feitiço e tornam-se um casal de jovens e felizes.
Casam-se, formando a partir daí toda
a descendência do povo gaúcho.
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Por Lu Paternostro NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores
Ilustração “Dança dos Facões”, da série “Tradições Gaúchas”. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
“Agradeço aos fãs que eu tenho pois aplaudem as façanhas que faço Sou vaqueano na lida de campo e um taura num tiro de laço Aprendi a tocar e cantar e também dividir no compasso E o fole que vai e que vem eu domino na força do braço (A essência nativa da terra simboliza grandeza e valor Me orgulha cantar o Rio Grande com carinho, civismo e amor) Bis Sou um simples tropeiro de rimas extraídas da inspiração Eu preservo o valor do passado de bombacha e de gaita na mão Admiro os costumes antigos recordar é viver emoção Nos fandangos transmito alegria alma xucra da minha canção O progresso me dá liberdade de compor versos estilizados Me proponho a cantar as raízes e as relíquias dos antepassados Tradição para o leigo é grossura a cultura enriquece o estado Só me resta dizer aos amigos o Rio Grande vai bem, obrigado!”
“Tropeiro de Rimas”
Os Serranos
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A Dança dos Facões
As danças fazem parte integrante da cultura de um país, de um povo. A dança dos facões é uma dança típica e muito popular no Rio Grande do Sul, tradicionalmente apresentada por pares ou por grupos de homens, que executam complexos movimentos com dois facões, um em cada mão.
Parece que tem suas origens distante,
nas danças de esgrima, vindas da Europa Oriental, da Ásia e África Mulçumana.
Os portugueses e espanhóis que vieram para o Rio Grande do Sul, trouxeram em
sua bagagem uma carga cultural repleta de influência dos árabes. Existe uma
dança egípcia, a tahtib, que provem dos pastores onde homens com cajados,
dançam com saltos e sapateios semelhantes aos feitos na coreografia da dança
dos facões. Por isso a suspeita de sua origem vir destas regiões orientais.
Representam entreveros entre gaúchos,
as lutas territoriais, lutas por divisas, temas que formam a coreografia da
dança. Algumas versões tem um caráter dramático, onde os dançarinos encenam
enredos que representam a realidade do campo e suas desavenças, mas são mal
interpretações da dança original, podendo fugir de sua tradição ou da arte
genuinamente folclórica e original.
Os facões são instrumentos de
trabalho e fazem parte da vida no campo do gaúcho. Nas mãos dos habilidosos
dançarinos, eles fazem evoluções em movimentos coordenados, rápidos, ágeis e
que reproduzem as ações de luta, ataque, contra-ataque, defesa. A dança é feita
com facões verdadeiro e bem afiados, o que vai exigir muito cuidado por parte
do dançarino.
Através dos movimentos de passar de
um facão por entre as pernas, de uma mão para a outra, sapateando em complexos
movimentos, interligando-se uns aos outros, batendo seus facões com tamanha
força que chegam a soltar faíscas.
A dança pode variar entre movimentos
mais cadenciados até rápidos, que desafiam a coordenação motora e reflexo dos
participantes. Os sapateados vigorosos e fortes de algumas coreografias, exige
bastante esforço dos dançarinos, chegando a ser um desafio, tendo um caráter de
audácia e coragem.
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Lu Paternosro NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores
Ilustração “A Lenda de São Sepé”, da série “Tradições Gaúchas”. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Nem bem clareia já me encontro chimarreando Ao pé do fogo que aquenta as madrugadas Daqui um poquito o sol desponta no horizonte “Tô desde ontonte co’as idéia engarrafada Pra o parapeito do galpão arrasto as “garra” Bucal na mão vo “tiflando” pra mangueira Meu sestrosa me cuidando a matungada Vem da invernada e fica “flor de caborteira” Mas que me importa pois me levantei aluado Cano virado das minhas botas garroneiras Toda segunda tem bagual de lombo inchado Adivinhando que passei de “borracheira” Junto as “argola” do cinchão no osso do peito “precuro” um jeito busco a volta e me enforquilho Depois que “munto” e atiro o “caixão” pra trás Só Deus com um gancho pra me “saca” do lombilho Me dá vontade de “prende” o buçal na cara Deste picaço que esqueceu como se forma Mas eu garanto que embaixo dos meus “arreio” Conhece o ferio e aprende a “respeitá as norma” Pego-lhe o grito “tacho os ferro” na paleta De boca aberta o queixo-roxo vende garra Lida baguala que em muitos mete medo Meu xucro ofício que por vício eu fiz de farra.
“Um Canto A Tiaraju” Jorge Freitas
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A Lenda de São Sepé (Sepé Tiaraju)
Sepé Tiaraju é um índio missioneiro valente e forte, que se tornou líder guarani no século XVIII. Guerreiro, assumiu a defesa do seu território na guerra contra a Espanha e Portugal.
Nas planícies férteis do sul do
Brasil, mais precisamente as fronteiras oeste do estado do Rio Grande do Sul,
eram muito cobiçadas por suas terras verdes e muito férteis. Neste local, na
época das Missões Jesuíticas de catequização dos índios, os padres viviam em
paz com os guaranis. Formou-se uma sociedade harmônica, próspera, igualitária,
fraternal, onde os índios aprendiam a fazer e a tocar instrumentos, construir
em sociedade, viver em sintonia com a natureza.
Toda essa liberdade dos índios e
padres jesuítas nas terras tão ricas, atiçou a cobiça dos colonizadores
brancos. Com os olhares fixos sobre a região, e com o Tratado de Madri,
Portugal cedia à Espanha a Colônia de Sacramento, no Uruguai, e a Espanha
entregava aos portugueses as terras onde estavam situados os 7 Povos das
Missões, as reduções consideradas mais populosas e ricas.
Nesta ganaciosa divisão, os guaranis
tinham de abandonar suas terras com os bens que pudessem carregar, para o outro
lado do Rio da Prata, deixando seus templos, lavouras, suas casas. Os guaranis
não aceitaram. Resolveram defender seu território.
Portugal e Espanha se unem para fazer
valer seu novo trato, mas os Guaranis resolvem resistir fortemente. Logo, os
colonizadores foram seguidos pelos Guaranis da redução de São Miguel, chefiados
pelo corregedor Sepé Tiaraju, líder do exército Guarani.
Diziam que era predestinado por Deus,
pois havia nascido com uma cicatriz em sua testa que tinha o formato de uma
lua. Durante o dia parecia algo comum, mas a noite ou em pleno combate, o lunar
brilhava, guiando, assim, os soldados missioneiros. Isso o torna um ser único e
celestial.
Os padres, pressionados pelas cortes
reais por deixarem os índios serem tão teimosos e desobedientes, tentaram fazer
com que desistissem desse enfrentamento, fazendo-os acreditar que eram fracos e
pouco equipados para lutar contra as armas poderosas dos brancos europeus. Mas
os índios, definitivamente, não aceitaram tal imposição e tocaram em frente,
combatendo contra aqueles que para eles eram os intrusos em suas terras
sagradas, os colonizadores brancos.
É de Sepé a frase: “Esta terra é
nossa! Nós a recebemos de Deus e do arcanjo São Miguel. Somente eles nos podem
deserdar! ”
Atacado pelos portugueses ao norte e
pelos castelhanos ao sul, ao Guaranis resistiram durante anos até a batalha de
Caiboaté, em 1756, onde morreu em combate, Sepé Tiaraju
Conta a lenda que a cicatriz em forma
de lua que Sepé tinha na testa, depois da sua morte, se projetou em forma de
estrelas e criou o Cruzeiro do Sul para ser o guia de todos os gaúchos.
“O mito de Sepé Tiaraju, como herói
nacional, passou a pertencer, efetivamente, ao conjunto de elementos… para a
formação da identidade e representação do gaúcho, a partir do século XX, quando
Simões Lopes Neto publicou o poema Lunar de Sepé, em Lendas do Sul (1913).”
(NUNES, 2014)
Sua lenda perpetuou-se por todo o
estado do Rio Grande do Sul, tornando um herói popular para seu povo. Graças a
ele o tesouro guarani ainda está lá e a lembrança de sua luta habita os
corações de seus descendentes.
O povo da região das Missões guarda a
memória de Sepé Tiaraju como um santo que morreu como um mártir. Há uma cidade
em homenagem a ele, a cidade de São Sepé, localizada no Rio Grande do Sul.
Sepé Tiaraju ou São Sepé cada vez
mais revive hoje na mente e nas ações de todos aqueles que buscam uma forma
melhor de viver, uma Pátria mais fraterna, uma Terra sem Males. Tornou-se um
símbolo de resistência e de não aceitação de uma sociedade medíocre,
preconceituosa, gananciosa.
Sepé Tiaraju é considerado um dos
maiores heróis brasileiros.
No dia 3 de novembro de 2005, o
estado do Rio Grande do Sul o considera Herói Guarani Missioneiro
Rio-grandense. Em 2009 Sepé Tiaraju foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria.
No dia 7 de fevereiro de 2015,
comemora-se 259 anos da morte de Sepé Tiaraju.
Por Lu Paternostro
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