Os Sudaneses, não estamos falando dos habitantes do país Sudão, mas o povo de uma grande região da África, a costa central-ocidental, são considerados uma nação, um grupo étnico cultural, ou seja, falavam quase a mesma língua, possuem os mesmos hábitos e religiões semelhantes. Foram eles que trouxeram para o Brasil, o candomblé.
Junto com os Bantos, que foram os primeiros a chegar aqui, formam os dois maiores grupos de escravizados que vieram para o Brasil. Com o tempo vieram negros de outras regiões, mas estes foram os que mais influenciaram nossa cultura.
Ambas as culturas, Bantos e Sudaneses, acreditavam em várias entidades, como os orixás (para os Bantos, os inquices). Acima deles, estava o Deus supremo, a entidade suprema que tudo cria. Para os Sudaneses essa entidade máxima chama-se Olorum e para os Bantos, caham-se Zambi. Mesma realidade com nomes diferentes.
Os Sudaneses trouxeram para o Brazil o Candomblé.
Candon significa tambor. Candongueiro é o escravo que tocava o tambor na língua iorubá, dos Sudaneses. O Candongueiro era, também, uma espécie de “dedo-duro”: quando os escravos estavam trabalhando numa lavoura, por exemplo, o candongueiro, percebendo o feitor distraído, tocava o tambor num ritmo específico que os escravos já entendiam que eles poderiam fugir. E se a fuga fosse descoberta, o candongueiro mudava o ritmo e os escravos se continham, pois eles haviam sido descobertos.
O Candomblé não tem um livro sagrado, mas narrativas, ou itãs.
Na narrativa de um Itan, a criação do mundo é mais ou menos assim: Não havia separação entre os deuses ou o Deus supremo, Olorun, e os homens, nem entre o céu e a terra. Um dia, um homem tocou o Orun, que é o céu, com as mãos sujas. Olorum (Deus supremo) ficou indignado e soprou forte, e com esse sopro, ele separou o céu (Orun) da Terra (Aiyê).
No Orun, no céu, nós temos o panteão, onde habitam os orixás, entidades divinas que nunca tiveram existência na terra, criados por Olorum, e os eguns, homens que tiveram existência na terra e que são os nossos antepassados.
A união entre os dois espaços, o céu, Orun e a Terra, Aiyê, acontece dentro do culto ou no terreiro de Candomblé. No Brasil temos 12 divindades mais populares, e, no terreio, eles ficam no panteão dos orixás, no centro, onde os vemos dançando, incorporados nos médiuns.
Cada um tem um nome, símbolos que o representam, suas personalidades forças e poderes, suas cores, colares de contas com combinação de cores especificas, dias da semana e, no sincretismo, os santos católicos que os representam, dentre outras características. Cada um tem um tipo de oferenda e de música.
As oferendas, dadas aos orixás, específicas para cada orixás, é uma forma da pessoa se realinhar com eles, com o céu, com a Terra, a Orun. É o dar e receber.
Embora seja uma religião monoteísta, os Orixás, que estão diretamente ligados a Olorun como emissários, entidades espirituais representantes do Deus supremo, tem seu espaço dentro da criação e se conectam mais fortemente aos anseios dos homens e mulheres devotos, recebendo mais destaque. Olorun acaba ficando oculto, abstrato, e até esquecido, mas é super respeitado no mais íntimo de cada homem. Olorun, o Deus supremo, encarregou um Orixá, Oxalá, da criação dos homens, do mundo.
No Candomblé, temos 3 forças essenciais: o Iva, ou a criação, o Axé, que faz a criação desabrochar e Obá que dá um destino, um rumo certo para a criação.
Como gosto de desenhar as danças tradicionais dos povos, resolvi representar a Danças dos Orixás, na verdade um pequeno momento do que é o ritual e seu movimento.
Minha vontade aqui foi de criar um desenho muito colorido, com tons bem característicos do Brasil, com cores fortes, vivas e quentes.
Os orixás são muito detalhados em suas vestimentas e isso dá uma boa chance de os brindarmos com formas ricas, profusas, muitas cores e movimento!
No desenho, o tocador de tambor é uma figura que simboliza o ritmo do Candomblé.
Na composição resolvi usar dois orixás, pois queria mais destaques de detalhes a eles. A escolha foi baseada nas suas cores predominantes, suas formas.
No primeiro plano está Oxum, a Deusa das águas doces, dos rios, das fontes, dos lagos. A deusa do ouro, da fecundidade, do jogo de búzios e do amor. Leva um espelho em suas mãos. Maternal, tranquila, quieta. Cuida, flui. Sua cor, o amarelo ouro, intercalado aqui com as minhas cores quentes. No sincretismo católico, é representada por Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Candeias.
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Mais atrás, com a predominância dos verdes, Oxóssi, deus da caça, é o patrono do Candomblé Brasileiro. Seu elemento são as florestas. Usa um pequeno arco associado a uma flecha em suas mãos.
No sincretismo católico, São Jerônimo, Santo Antônio, São Pedro, São João Batista, São José e São Francisco de Assis.
Oxalá está presente como símbolos. Oxalá é o criador do homem, o Deus da Criação, e pode ser representado como jovem ou velho. Seu elemento é o ar. Seu símbolo, aqui posicionado no centro da imagem, é Oparoxó (cajado de alumínio com adornos). No sincretismo católico, tem sua representação em Jesus Cristo. A pomba, que também o representa, é uma de suas oferendas.
Para alinhar com todos e sua profusão de cores, instrumentos musicais flutuam no fundo da imagem. Um universo de ritmos, sabores, cores, emoção e fé.
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Lu Paternostro
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