Franceses
Como vários imigrantes que aqui chegaram, os franceses vieram para trabalhar na lavoura, na segunda metade do século XIX.
A história dos franceses no Brasil vem desde o século XVI. Existem duas tentativas de colonização francesa: uma no Rio de Janeiro, em 1555, na Bahia de Guanabara, conhecida como França Antártica, e a outra tentativa foi ao norte, no que seria, posteriormente, o estado do Maranhão, com a fundação de São Luís, chamada de França Equinocial, comandada por padres cappuccinos, que ocorreu entre 1612 e 1615. Era a época do Primeiro Império Colonial Francês.
Porém, foram expulsos da Bahia de Guanabara em 1664, por uma armada de Estácio de Sá, que resultaria na fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, ou seja, a fundação da atual cidade do Rio de Janeiro.
Mas foi no campo das ideias que os franceses mais tiveram ação sobre os brasileiros. Eles estavam por trás de grandes revoltas como a Inconfidência Mineira, a Revolta dos Alfaiates, na Bahia, a Insurreição Pernambucana, a Confederação do Equador e de inúmeras outras rebeliões onde existiam ideias de liberdade.
Cessada a luta pela ocupação territorial, a influência francesa no Brasil se daria no campo das artes, costumes e ideias. Os brasileiros, de forma geral, cultuam a gastronomia, a moda, os prazeres da vida dos franceses.
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Alguns historiadores colocam que Don João VI tinha entre suas ações, os “empreendimentos civilizatórios”. Nesse caso, a meta era promover as artes, cultura e, assim, tentar infundir algum traço de refinamento e bom gosto nos hábitos atrasados da colônia.
Foi contratada a Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil em março de 1816. A missão era composta por artistas plásticos, arquitetos, músicos, carpinteiros, serralheiros, artesãos. Chefiada por Joachim Lebreton, tinha como objetivo instalar o ensino das artes e ofícios no Brasil, através da construção da Academia de Belas Artes. Nomes como o de Jean-Baptiste Debret, Grandjean de Montigny, Auguste Marie Taunay, Nicolas-Antoine Taunay, Segismund Neukom e Zephiryn Ferrez estavam presentes na missão.
Independente dos fatos que acorriam na França, fatos estes que trouxeram os integrantes da missão ao Brasil, os artistas, quando aqui chegaram, encontraram uma natureza exuberante e ao mesmo tempo a violência de uma escravidão institucionalizada. Os artistas pintavam, desenhavam, esculpiam à moda europeia. O estilo que predominava na arquitetura era o neoclássico.
Na cidade do Rio de Janeiro há vários exemplos da arquitetura neoclássica como a Casa França-Brasil, o Solar Grandjean de Montigny, a Academia Imperial de Belas Artes, o Chafariz da Carioca, entre outros. Os artistas franceses deixaram grandes frutos em terras brasileiras.
Na época da corte de Dom João VI, a influência francesa era marcante no Rio de Janeiro. As lojas estavam repletas de novidades que chegavam de Paris. Incluíam vestidos e chapéus da última moda, perfumes, água-de-colônia, luvas, espelhos, relógios, tabaco, livros e uma infinidade de mercadorias até então proibidas e ignoradas na antiga colônia.
Desta forma a França é responsável pelo afloramento das artes, mudança de hábitos culturais e sociais, levando mais este aspecto para a identidade brasileira, exercendo uma colonização cultural, desde certas regras de comportamento das elites, até a filosofia, a gastronomia, a literatura, a moda, a arquitetura.
No estado do Rio Grande do Sul, a cidade de Pelotas é um exemplo. Lá pode-se encontrar vários aspectos da cultura europeia e francesa, que influenciou a forma de ser da elite local, atraindo mais europeus. Até hoje encontramos vestígios da influência francesa na arquitetura como os casarões em estilo neoclássico e ecléticos, no urbanismo, nas confeitarias. La também podemos encontrar o “Museu e Espaço Cultural da Etnia Francesa”, um museu etnográfico, cujo objetivo é servir como um ponto cultural de expressão da memória dos franceses em Pelotas.
Dentre tantas influencias, podemos citar as na nossa língua. Aqui no Brasil, no ensino fundamental, se ensinava o francês! Os galicismos, ou as palavras importadas em francês, acabou fazendo parte da nossa forma de falar. Encontramos cotidianamente palavras como echarpe, butique, bureau, buquê, purê, cabaré, bistrô, etc. Embora no final da Primeira Guerra Mundial a economia francesa tenha entrado em declínio, sua representação como centro cosmopolita permanece no imaginário da cultura brasileira até hoje.
Em 2005 tivemos aqui o ano do Brasil na França. Esse evento foi criado para que franceses e turistas de todo o mundo conhecessem a riqueza e a diversidade da cultura brasileira.
Nas manifestações culturais encontramos as quadrilhas, uma dança de origem europeia, que no século XIX passou a fazer parte dos salões da aristocracia e da classe média do Brasil. Podemos encontrar alguns termos franceses durante a dança.
Mas na gastronomia, a França ganha uma presença extra, compreendendo uma grande variedade de pratos e de grande prestígio no mundo, principalmente no ocidente, como a variedade de queijos, vinhos, carnes e doces.
Quando a rainha da França Catarina de Medici veio para o Brasil, novos hábitos e elementos da cozinha francesa foram incorporados, como o uso dos talheres nas refeições, pois até mesmo a corte existente em solo brasileiro, tinha o hábito de comer com as mãos.
Hoje, a culinária francesa encontra-se enredada na cultura brasileira, como o uso do chantilly, os rissoles, croissant, crepes salgados e doces, o Petit Gâteau, o mousse, o tão conhecido baguete, dentre outros. Desta forma o menu tornou-se variado e novos alimentos foram inseridos da cultura alimentar francesa, como: o azeite de oliva, o espinafre, a alcachofra entre outros, iniciando uma nova fase da culinária francesa, com o requinte e o glamour que a consagrou e que permanece, até os dias atuais.
Entre os séculos XVI e XVII surge o “service à la française”, que viria a dividir as refeições em sopas, entradas e caldos; assados acompanhados de legumes e saladas; sobremesas doces e frutas. A pujança torna-se grosseria à mesa e a parcimônia ‘bem apresentada’. A delicadeza da mesa foi aumentada pouco a pouco, reconstruída pelo gosto requintado de vários senhores, que contribuíram para aperfeiçoarem seus chefs de cozinha.
A disseminação de restaurantes franceses a partir do final do século XIX, também contribuiu para divulgar a cultura gastronômica francesa em terras brasileiras.
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A Alta Gastronomia, tal qual é
conhecida na atualidade, começou a se desenvolver no Brasil com a chegada dos chefs franceses, no final da década de
1970, no Rio de Janeiro, e no início da década de 1990 em São Paulo.
A Nouvelle Cuisine que em português
significa a “Nova Cozinha Francesa”. Trata-se de uma maneira de
cozinhar e apresentar usada na cozinha
francesa a partir da década de
1970, caracterizada pela leveza e delicadeza dos pratos. Tem como
princípios básicos o envolvimento da totalidade dos sentidos humanos, influenciando
o ato de comer.
Na França se consome muitos vinhos e com muita frequência, sendo uma refeição sem vinhos, uma refeição incompleta.
Para finalizar, podemos citar mais alguns pratos que fazem parte da nossa vida e que são de origem francesa como o Cassoulet; o Caviar; o Coquilles; os Ovos Pochês; Fondue de Queijo; o Quiche Lorraine; o Fillet au Poivre; o Cocq au Vin; os Escargots; os Raclette; o Ratatouille; a Sopa de Cebola; o Blanquette de Vitela; a Bouillabaisse ou a sopa de Peixe; o Croque Monsieur, um tipo de sanduiche.
Nos doces temos os Creme Brulèe; Profiteroles; Tarti Tartin; Crepe Suzette; Madeleine com Especiarias ou biscoitinhos amanteigados e os Macarons.
Bom Appetit!
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Por Lu Paternostro
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