Tu precisa ir pro Norte
Ver Bumba meu Boi Bumbá
Ê bum bum Bumba meu Boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá
(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)
Tu precisa ver a dança
Do reisado imperiá
(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)
No dia desse festejo
Vai toda gente pra rua
Ê bum bum Bumba meu Boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá
(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)
Todo mundo qué espiá
A dança do Boi Bumbá!
Ê bum bum bum Bumba meu Boi…
Bumba meu Boi
Jackson do Pandeiro
Música e poesia
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Boi Bumbá
Espalhando-se pelo Brasil, o bumba-meu-boi adquire características diversas na forma da dança, ritmo, personagens e até na forma de interpretar o enredo.
O bumba meu boi é um dos traços mais marcantes da identidade cultural brasileira. A dança surgiu no século XVIII, no nordeste do Brasil e é resultado da união de elementos das culturas europeia, africana e indígena. Porém, foi no estado do Maranhão que ele tomou corpo, integrando-se em sua comunidade.
São cinco os sotaques do bumba meu boi do Maranhão. O Sotaque da Ilha ou de Matraca, Sotaque de Zabumba, Sotaque Costa de Mão e o Sotaque da Baixada ou de Pindaré.
O “Complexo Cultural do Bumba Meu Boi Do Maranhão” foi inscrito no Livro dos Registros de Bens Imateriais do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, na categoria “Celebrações”, em agosto de 2011.
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Espalhando-se pelo Brasil, o bumba-meu-boi adquire características diversas na forma da dança, ritmo, personagens e até na forma de interpretar o enredo. Por conta disso, adquire também diversos nomes, a saber: em Pernambuco é chamado boi-calemba ou bumbá; no Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí é chamado de bumba-meu-boi; no Ceará é boi de reis, boi-surubim ou boi-zumbi; na Bahia é boi-janeiro, boi-estrela-do-mar, dromedário e mulinha-de-ouro; em Minas Gerais e Rio de Janeiro é bumba ou folguedo do boi; no Espírito Santo chama-se boi de reis; em São Paulo é conhecido como boi-de-jacá e dança-do-boi; no Pará, Rondônia e Amazonas é boi-bumbá ou pavulagem; no Paraná e Santa Catarina é boi-de-mourão ou boi-de-mamão; no Rio Grande do Sul é bumba, boizinho ou boi-mamão.
O bumba meu boi é um dos traços mais marcantes da identidade cultural brasileira. A dança surgiu no século XVIII, no nordeste do Brasil e é resultado da união de elementos das culturas europeia, africana e indígena. Porém, foi no estado do Maranhão que ele tomou corpo, integrando-se em sua comunidade.
O bumba-meu-boi ou boi-bumbá é uma festa tradicional em que o personagem central é o boi, seu ciclo vital e o seu universo mítico e religioso, uma grande celebração que congrega diversas manifestações culturais ao seu redor. Encontramos presente a devoção aos santos juninos como São João e São Pedro e, ao mesmo tempo, traços do Tambor de Mina, Tambor da Mata e o Terecô, religiões afro-brasileiras onde encontramos a presença de orixás. Esta riqueza o configura como um “complexo cultural”.
O folguedo é composto de personagens humanos e animais, e resume-se no seguinte enredo: A Mãe Catirina, grávida, desejava comer a língua do melhor boi da fazenda e o seu marido, Pai Francisco, para satisfazer o desejo de sua mulher, matou o melhor animal que podia, sendo este o boi preferido do seu senhor, o dono da fazenda. O boi era um animal de estimação e o seu amo o desejava vivo. Começa uma correria para procurar santos, orixás e pajés para fazer o boi ressuscitar. O boi renasce e acontece um verdadeiro milagre ecumênico onde todos dançam e cantam.
Na véspera do dia 24 de junho, o novo “couro” do boi é batizado para protegê-lo quando sair às ruas. Cumpridos os rituais divinos o novo coro do boi é oficialmente apresentado à comunidade. A festa acontece na noite de São João. Em alguns grupos o ciclo termina somente em Outubro, com a morte do boi.
O boneco do boi é formado por uma estrutura de madeira com veludo, que recebe ricos bordados. Em volta desta estrutura pendura-se uma saia colorida. A pessoa que conduz o boi é chamado de “tripa” ou “miolo do boi”. Os personagens, embora possam mudar de grupo para grupo, são: o Capitão que comanda o espetáculo, o amo ou o dono da fazenda e do boi, o Pai Francisco ou Mateus, empregado da fazenda e marido da Mãe Catirina, figuras cômicas, que animam o público. Há ainda um padre, os vaqueiros, índios, índias e caboclos que enriquecem com suas danças e indumentárias. Eventualmente vê-se a burrinha, um cavalinho pequeno com um furo no meio onde o brincante entra e é preso por um suspensório. Há ainda um doutor curador e os Cazumbás, personagens meio assustadores que usam batas e máscaras coloridas variadas, e fazem soar seus sinos ao movimento de seu rebolar, dentre outros.
O bumba meu boi tem os “sotaques” ou formas rítmicas como são conhecidos no estado do Maranhão. A diferença entre eles são os instrumentos musicais, as formas em que são tocados e como influenciam as diversas formas de dançar.
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São cinco os sotaques do bumba meu boi do Maranhão. O Sotaque da Ilha ou de Matraca onde alguns elementos lembram rituais indígenas e predomina o som das matracas. Seu ritmo é mais lento, com gestos curtos, menos gingado. Uma de suas fantasias que chamam a atenção é o Caboclo Real, uma espécie de índio que se apresenta coberto de penas coloridas.
O Sotaque de Zabumba tem suas origens no município de Guimarães, talvez o mais antigo dos sotaques. Suas raízes são africanas. Suas vestimentas são ricamente bordadas e enfeitadas. O zabumba, um tambor que dá nome ao sotaque, faz a marcação rítmica deste e a forma de dançar dos brincantes é com os calcanhares.
Já o Sotaque Costa de Mão, o que chama a atenção na vestimenta dos homens são as calças de veludo ricamente bordada e os chapéus em forma de cones, ricamente ornados com fitas multicoloridas. Usam-se instrumentos como maracas, caixas e o pandeiro onde tocam com a parte de trás das mãos.
No Sotaque da Baixada ou de Pindaré aparece o Cazumbá. O Sotaque de Orquestra vem influenciado por diversos gêneros musicais e incorporou instrumentos de sopro, de cordas e a sanfona.
O “Complexo Cultural do Bumba Meu Boi Do Maranhão” foi inscrito no Livro dos Registros de Bens Imateriais do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, na categoria “Celebrações”, em agosto de 2011.
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Por Lu Paternostro
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