Ilustração “Os Ingleses”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Ingleses", da série "Imigrantes do Brasil". 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Ilustração “Ingleses”, da série “Imigrantes do Brasil”.
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Ingleses

Os ingleses começaram a chegar ao Brasil muito antes da abertura dos portos às nações amigas, decretada pelo príncipe regente D. João VI, em janeiro de 1808, após sua chegada à cidade de Salvador. Nesse contexto, sua presença em terras brasileiras não era como imigrantes, mas “sob a forma de piratas, aventureiros e negociantes”, que desembarcavam nas praias descobertas por portugueses. O decreto promulgado pelo príncipe português na Colônia, marcou o início da imigração e fundação de colônias inglesas no Brasil, que acabou influenciando não só a economia, como também a vida social e cultural do povo local.

Foram, então, dados alguns direitos, dentre eles o direito de construir cemitérios e templos protestantes, direitos que favoreceram o aumento da influência econômica dos ingleses no comércio e, posteriormente, no processo industrial brasileiro, possibilitando a criação das primeiras fundições modernas, primeiras estradas de ferro, primeiros telégrafos, primeiras moendas de engenho moderno de açúcar, primeira iluminação a gás. O Brasil recebeu uma comunidade expatriada de britânicos que vieram como investidores, bancários e industriais.

Segundo Gilberto Freire, um dos mais importantes sociólogos do século XX, a comunidade britânica mantinha-se nas zonas costeiras, intermediando as relações comerciais do Brasil monárquico, e cita como influência da cultura britânica no Brasil, o terno branco, o chá, a cerveja, o uísque, bife com batatas, o rosbife, o pijama de dormir, o tênis, a capa de borracha, os piqueniques, o escotismo, o lanche e o sanduíche.

Isso sem contar as inúmeras palavras inglesas inseridas à nossa língua. São ingleses o croque, o turfe, o iate, o esnobe, o rum, o cheque, o alô, o pudim, o revolver. As festas de fechar ruas são também típicas dos ingleses

Também foi um brasileiro de ascendência inglesa chamado Charles Miller quem trouxe o futebol para o Brasil. Na mala ele trouxe duas bolas usadas, um par de chuteiras, um livro com as regras do jogo, uma bomba de encher bolas e alguns uniformes usados.

No estado de São Paulo, o primeiro projeto para a construção de uma estrada de ferro foi feito por um inglês, o engenheiro Robert Stephenson, filho de George Stephenson, que foi o inventor da primeira locomotiva e construtor da ferrovia que liga Manchester a Liverpool, precursora das estradas de ferro no mundo. O projeto parado, por conta da complexidade do local para se implantar uma ferrovia, sendo retomado 20 anos depois por José Evangelista de Souza ou, como é mais conhecido, o Barão de Mauá.



De construção do difícil e quase intransponível trecho de serra, foram chamados técnicos reconhecidamente capacitados como engenheiro ferroviário inglês James Brunlees e o engenheiro, Daniel Makinson Fox, responsável pela construção de ferrovias nas montanhas ao Norte do País de Gales e nas encostas dos Pireneus. Foi iniciada, então, depois de dois anos de estudos, em 1860, a construção da São Paulo Railway Company. Em 1946 foi incorporada ao patrimônio da União, com o nome de Estrada de Ferro Santos – Jundiaí e, em 1950, a rede passa a unir-se à Rede Ferroviária Federal.

Em 1874 foi inaugurada a Estação do Alto da Serra, que, mais tarde, seria denominada Paranapiacaba. Para acompanhar as obras foi criada a Vila Ferroviária de Paranapiacaba, localizada na cidade de Santo André, também no estado de São Paulo.

A Vila Ferroviária de Paranapiacaba, era o centro de controle operacional e residência para os funcionários da companhia inglesa de trens São Paulo Railway, que tinham a função de manter os funcionários próximos aos locais de trabalho e, ao mesmo tempo sob supervisão da chefia. A vila e seu entorno formam uma porção de território de grande importância histórica e ambiental, que registra uma época da influência da cultura inglesa, com destaque para a arquitetura e a tecnologia, sendo tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, em 2008.

Ainda no estado de São Paulo, temos a cidade de Santos que, por ser uma vila portuária, recebeu piratas, comerciantes, aventureiros e viajantes escritores ingleses, que gravaram em seus livros a descrição sobre a região. A estação da “Inglesinha” ou a Estação do Valongo, inaugurada em 1867 pela São Paulo Railway, ainda conserva em sua fachada os três leões importados da Inglaterra, para a inauguração da ferrovia. 


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Na capital de São Paulo, dentre outros, encontramos a Vila do Ingleses, um conjunto de 28 sobrados, localizada no bairro da Luz, construído em 1918, e que eram alugados aos operários inglese como moradia para engenheiros que construíram a estação da Luz e a estrada de ferro Santos-Jundiaí.  A vila está localizada numa travessa da Rua Mauá e é um dos principais remanescentes do tipo de construção vitoriana, bastante popular na capital paulista no século XX. Com o passar dos anos a mão de obra que vinha da Inglaterra diminuiu e, em 1930, a vila passou a ser ocupada por famílias paulistanas. 

A Estação da Luz, erguida próxima ao jardim da Luz, reflete o momento histórico em que foi construída, evidenciando o poder do café na trajetória de expansão da cidade. Por décadas a sua torre dominou parte da paisagem central paulistana, sendo o seu relógio, a principal referencial para acerto dos relógios da cidade. Seu estilo arquitetônico é inglês e foi construído pela empresa inglesa que foi a dona da E. F. Santos a Jundiaí desde a sua construção, nos anos 1860 até 1946.

No Estado do Paraná, em 1925, o inglês Lord Lovat criou a companhia de Terras Norte do Paraná, no norte do estado do Paraná, cujo objetivo era iniciar um trabalho de colonização orientado pelos ingleses. Na região havia uma neblina, um fog, muito semelhante ao que é encontrado em Londres. Como homenagem deram o nome da região de Londrina, que significa “originária de Londres”, também conhecida como a Capital Mundial do Café.

Com a proclamação da República, em 1889, Manaus é elevada a capital do Estado do Amazonas, época em que a borracha, o ouro negro, matéria-prima da indústria mundial, era cada vez mais requisitada. Era o chamado Período Áureo da Borracha, que aconteceu em 1890-1910. Por meio dela, o Norte do Brasil se tornou um eixo econômico, possibilitando ao país, embora temporariamente, uma supremacia econômica mundial.



A cidade, então, passou a receber brasileiros e estrangeiros como ingleses, franceses, judeus, gregos, portugueses, italianos e espanhóis. Esse crescimento demográfico gerou mudanças significativas na cultura local e na cidade. A riqueza gerada pela exploração da borracha trouxe da Europa vários arquitetos e paisagistas para a execução de um ambicioso plano urbanístico, que resultaria em uma cidade com perfil arquitetônico europeu, embora dentro da selva.

A Praça Dom Pedro II possui um coreto em ferro, concluído em 1888, feito pela empresa inglesa Francis Morton & Cia. Limited Engineer, de Liverpool, e um chafariz também de ferro. Outra construção que leva a marca dos ingleses em Manaus, é o prédio da Biblioteca Publica do Estado. Em sua arquitetura de estilo eclético, com predominância de elementos clássicos, destaca-se a escadaria interna, de ferro forjado em rendilhado, procedente de Liverpool, Inglaterra. No prédio do “Centro de Artes Chaminé” funcionou a antiga estação de tratamento de esgotos, sob responsabilidade da empresa inglesa Manaos Improvements Limited Company. Sua construção foi concluída em 1910. Em 1993, tornou-se o “Centro de Artes Chaminé”.

A ilustração representa a dança chamada Strathspey. 

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Os Holandeses”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Holandeses", da série "Imigrantes do Brasil". 
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Holandeses

Não se tem dados corretos do número de holandeses que entraram no país, pois a Holanda tem uma lei para garantir a privacidade de seus cidadãos fora do país, garantindo-lhes o direito da não obrigatoriedade de registro. Sabemos que estão em todas as regiões do Brasil, envolvidos em diferentes atividades econômicas e sociais, compondo mais uma peça da complexa e miscigenada cultura brasileira.

Os estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Rio Grande do Sul abrigam os maiores grupos de holandeses ou descendentes.

A história dos holandeses no Brasil, vem do início do Brasil Colônia, deixando fortes influências culturais, principalmente na região nordeste. Foram 30 anos, de 1624 a 1654, do domínio holandês na região. Vieram para o Brasil atraídos pelo chamado “ouro branco”, o açúcar. Porém foram eles, os maiores responsáveis pela produção de grande quantidade de registros de paisagens e tipos humanos da época colonial.



Nos séculos XVII e XVII, a Holanda era uma das grandes potências marítimas da Idade Moderna, ao lado de França, Portugal, Espanha e Inglaterra, havendo muito interesse no potencial produtivo no Brasil, na época colonial.

Para comercializar com a colônia, a Holanda criou a “Companhia das índias Ocidentais”, uma expedição voltada para comercializar com a colônia.

À frente da “Companhia das Índias Ocidentais” estava Mauricio de Nassau, um conde alemão calvinista, que chega ao estado de Pernambuco com a intenção fazer de Recife, hoje capital do estado, um centro de poder e tolerância religiosa. Na época foi construída a primeira sinagoga das américas, o primeiro templo sagrado que os judeus construíram no continente americano, e se encontra lá até hoje.

Mauricio de Nassau investiu na arquitetura e no urbanismo da cidade de Recife. Queria fazer de Recife um polo de conhecimento urbano, o centro político da capitania de Pernambuco. Na época a cidade recebeu um grande plano urbanístico com grande quantidade de jardins, palácios, museus, fortificações, centros de ciência e arte.

Dentre outras melhorias e benfeitorias, a criação de canais permitiu levar as aguas do mar para dentro da cidade, fazendo dos barcos um meio de transporte. Recife passa a ser um grande porto do Atlântico Sul. Foram criadas pontes sobre canais como a ponde Mauricio de Nassau, construída em 1643, até hoje sendo utilizada pela população. Olinda, outra cidade em crescimento na época, foi construída para ser uma réplica da cidade de Amsterdã nos trópicos.

Todas estas benfeitorias eram muito custosas para a Holanda, que decidiu não investir mais no Brasil e exigiu a volta de Mauricio de Nassau. Ao sair, porém, deixou em péssima situação os senhores de engenhos que contavam, com a ajuda da Holanda para a negociação de suas dívidas. Como isso não aconteceu, os senhores de engenho passaram a entender os holandeses como invasores e não querer mais sua presença em Pernambuco.

Liderada por Felipe Dias e por Felipe Camarão, acontece, então, a Insurreição Pernambucana entre 1648 e 1649, no monte Guararapes. A Insurreição Pernambucana é considerada pela corrente historiográfica militar tradicional brasileira, como o primeiro movimento patriótico do Brasil.


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A rendição é assinada 1654, onde os holandeses deixam definitivamente o país. Porém, um tratado de paz definitivo será assinado somente em 1661, após parte da armada holandesa ameaçar Lisboa, exigindo o pagamento de uma indenização pela perda dos territórios.

O período da ocupação holandesa do Brasil com Mauricio de Nassau, foi conhecida como a Idade do Ouro no Brasil, no século XVII.

Uma curiosidade: o território dominado pelos holandeses aqui no Brasil, chegou a ter até uma bandeira própria, já que estes consideravam as regiões conquistadas como a “Nova Holanda”. Era a Bandeira do Brasil Holandês, utilizada pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais para os territórios que estiveram sob seu controle no Brasil, de 1630 a 1654.


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As artes, as ciências e as letras tiveram um grande desenvolvimento com a chegada dos holandeses ao Brasil. Os artistas que vieram juto com Mauricio de Nassau na expedição da Companhia das Índias Ocidentais, produziram as primeiras imagens da natureza, das cidades e das pessoas da América. Os mais conhecidos e relevantes foram o pintor Franz Post e Albert Eckhout que retrataram paisagens, os engenhos, portos, fortificações, naturezas mortas, frutas, plantas, animais e tipos humanos brasileiros, levando para toda a Europa as belezas e riqueza dos trópicos.

Quando voltou para a Holanda, Mauricio de Nassau, em 1647, lançou o livro “Rerumper Octennuim in Brasilia”, editado por Gaspar Barlaeus, uma crônica ilustrada, contanto seus feitos, e que pode ser considerada a primeira obra de caráter científico sobre a natureza brasileira.

Encontramos aspectos da tradição holandesa distribuídas em várias áreas de nossa cultura, porém a maior contribuição da colônia holandesa é no cultivo das flores.

No estado de São Paulo localiza-se uma cidade genuinamente holandesa, a cidade de Holambra cujo nome vem de Holanda, América e Brasil. A cidade se formou em virtude de uma colônia neerlandesa que se firmou numa antiga fazenda. O município destaca-se como o maior centro de produção de flores e plantas ornamentais da América Latina e anualmente promove a maior exposição de flores da América Latina, a Explofora.

Em Holambra, seus habitantes preservam as tradições deste povo nas apresentações de danças. As danças holandesas retratam cenas do cotidiano, como afazeres domésticos, colheita, profissão, etc. A “Valsa Holambresa” surgiu do encontro entre uma melodia e uma coreografia: é dançada em pares que formam rodas com outros pares e todos formam uma grande coreografia única.



A vestimenta típica tem por tradição, os tamancos entalhados em madeira, os “Klopem”.

Os holandeses usam os “Klopem” desde a Idade Média. Em sua origem tinham este formato grande para proteger os pés das atividades do trabalho, do frio e da umidade. Nas danças eles são mais leves; os participantes pulam e batem os tamancos no chão, marcando o ritmo das melodias, dando mais ritmo para a coreografia. 

A quadrilha, introduzida no Brasil durante o período colonial, é uma contradança de origem holandesa com influência portuguesa, da ilha de Açores, além de inglesa. Tornou-se popular nos salões aristocráticos e burgueses do século XVII em todo o mundo ocidental. 

Há uma imensa variedade de pratos feitos com carnes e vegetais, porém, quando falamos em culinária holandesa, pensamos em batata. Vários pratos levam o ingrediente como o “Stampot”, um purê de batata com verduras que podem ser espinafre, chicória, etc, e o “Hutspot”, batata com cenoura. Come-se a batata frita como snaks, em saquinhos em formato de cones, com muita maionese. Uma iguaria recém-chegada ao Brasil, popular como a alface, é a endívia. Há os queijos com o Edam, queijo bola vermelho e o Gouda.

Na cidade de Carambei, no estado do Paraná, existe “Vila Histórica de Carambeí”, um museu a céu aberto, réplica de uma típica cidade holandesa, com estação de trem, moinho d’água, casas típicas, tulipas enfeitando as janelas e varandas, criada por Holandeses que chegaram no local em 1911.

Na cidade de Castro, também no Paraná, existe a Castrolanda, uma colônia fundada por imigrantes neerlandeses ou holandeses, entre 1951 à 1954, que tornou-se uma das mais importantes bacias leiteiras da região. La encontra-se e Sociedade Cooperativa Castrolanda, que, unida à Cooperativa Batavo e à Cooperativa Agrícola de Arapoti, formaram a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná, responsável por uma das maiores bacias leiteiras do Brasil, localizada em Carambeí.

Em Recife, no estado do Pernambuco, temos o plano urbanístico, cultural e religioso de Mauricio de Nassau para a cidade, anteriormente chamada Mauritstad ou “Cidade Maurícia”, onde foram construídas pontes, canais, diques, havendo grande presença da cultura holandesa espalhada por lá.



Olinda, também no estado do Pernambuco, considerada uma das mais bem preservadas cidades coloniais do Brasil, foi tomada pelos holandeses em 1630 e que a incendiaram um ano depois, pois queriam que Recife fosse hegemônica. Os portugueses, então, retomaram o poder e expulsaram os holandeses dali. Mesmo assim houve uma miscigenação entre as culturas, podendo ser percebida nos olhos verdes de diversos cidadãos de Pernambuco.              


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E, como dito anteriormente, a cidade de Holambra, no estado de São Paulo, tornou-se o maior centro de produção de flores e plantas ornamentais da América. Construído em 2008, o visitante encontra na cidade o Moinho Holandês de Holambra, o maior moinho da América Latina, chamado “Povos Unidos” que, com seus 38 metros de altura, é uma réplica fiel de um tradicional moinho holandês moedor de grãos e foi construído de acordo com os moinhos holandeses. Também em Holambra há o “Museu Histórico e Cultural”, que expõe a história da imigração neerlandesa na cidade, através de um acervo de duas mil fotos antigas. Lá pode-se, também, conhecer as máquinas agrícolas utilizadas pelos imigrantes no passado.

Uma curiosidade: Em 12 de julho de 2008, foi fechada uma cápsula do tempo que contém mensagens deixadas pela população holambrense. Sua abertura é programada para 100 anos após o seu fechamento oficial, com data prevista para 12 de julho de 2108.

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Os Franceses”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

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Franceses

Como vários imigrantes que aqui chegaram, os franceses vieram para trabalhar na lavoura, na segunda metade do século XIX.

A história dos franceses no Brasil vem desde o século XVI. Existem duas tentativas de colonização francesa: uma no Rio de Janeiro, em 1555, na Bahia de Guanabara, conhecida como França Antártica, e a outra tentativa foi ao norte, no que seria, posteriormente, o estado do Maranhão, com a fundação de São Luís, chamada de França Equinocial, comandada por padres cappuccinos, que ocorreu entre 1612 e 1615. Era a época do Primeiro Império Colonial Francês.

Porém, foram expulsos da Bahia de Guanabara em 1664, por uma armada de Estácio de Sá, que resultaria na fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, ou seja, a fundação da atual cidade do Rio de Janeiro.

Mas foi no campo das ideias que os franceses mais tiveram ação sobre os brasileiros. Eles estavam por trás de grandes revoltas como a Inconfidência Mineira, a Revolta dos Alfaiates, na Bahia, a Insurreição Pernambucana, a Confederação do Equador e de inúmeras outras rebeliões onde existiam ideias de liberdade.

Cessada a luta pela ocupação territorial, a influência francesa no Brasil se daria no campo das artes, costumes e ideias. Os brasileiros, de forma geral, cultuam a gastronomia, a moda, os prazeres da vida dos franceses.


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Alguns historiadores colocam que Don João VI tinha entre suas ações, os “empreendimentos civilizatórios”. Nesse caso, a meta era promover as artes, cultura e, assim, tentar infundir algum traço de refinamento e bom gosto nos hábitos atrasados da colônia.

Foi contratada a Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil em março de 1816. A missão era composta por artistas plásticos, arquitetos, músicos, carpinteiros, serralheiros, artesãos. Chefiada por Joachim Lebreton, tinha como objetivo instalar o ensino das artes e ofícios no Brasil, através da construção da Academia de Belas Artes. Nomes como o de Jean-Baptiste Debret, Grandjean de Montigny, Auguste Marie Taunay, Nicolas-Antoine Taunay, Segismund Neukom e Zephiryn Ferrez estavam presentes na missão.

Independente dos fatos que acorriam na França, fatos estes que trouxeram os integrantes da missão ao Brasil, os artistas, quando aqui chegaram, encontraram uma natureza exuberante e ao mesmo tempo a violência de uma escravidão institucionalizada. Os artistas pintavam, desenhavam, esculpiam à moda europeia. O estilo que predominava na arquitetura era o neoclássico.

Na cidade do Rio de Janeiro há vários exemplos da arquitetura neoclássica como a Casa França-Brasil, o Solar Grandjean de Montigny, a Academia Imperial de Belas Artes, o Chafariz da Carioca, entre outros. Os artistas franceses deixaram grandes frutos em terras brasileiras.

Na época da corte de Dom João VI, a influência francesa era marcante no Rio de Janeiro. As lojas estavam repletas de novidades que chegavam de Paris. Incluíam vestidos e chapéus da última moda, perfumes, água-de-colônia, luvas, espelhos, relógios, tabaco, livros e uma infinidade de mercadorias até então proibidas e ignoradas na antiga colônia.



Desta forma a França é responsável pelo afloramento das artes, mudança de hábitos culturais e sociais, levando mais este aspecto para a identidade brasileira, exercendo uma colonização cultural, desde certas regras de comportamento das elites, até a filosofia, a gastronomia, a literatura, a moda, a arquitetura.

No estado do Rio Grande do Sul, a cidade de Pelotas é um exemplo. Lá pode-se encontrar vários aspectos da cultura europeia e francesa, que influenciou a forma de ser da elite local, atraindo mais europeus. Até hoje encontramos vestígios da influência francesa na arquitetura como os casarões em estilo neoclássico e ecléticos, no urbanismo, nas confeitarias. La também podemos encontrar o “Museu e Espaço Cultural da Etnia Francesa”, um museu etnográfico, cujo objetivo é servir como um ponto cultural de expressão da memória dos franceses em Pelotas.

Dentre tantas influencias, podemos citar as na nossa língua. Aqui no Brasil, no ensino fundamental, se ensinava o francês! Os galicismos, ou as palavras importadas em francês, acabou fazendo parte da nossa forma de falar. Encontramos cotidianamente palavras como echarpe, butique, bureau, buquê, purê, cabaré, bistrô, etc. Embora no final da Primeira Guerra Mundial a economia francesa tenha entrado em declínio, sua representação como centro cosmopolita permanece no imaginário da cultura brasileira até hoje.

Em 2005 tivemos aqui o ano do Brasil na França. Esse evento foi criado para que franceses e turistas de todo o mundo conhecessem a riqueza e a diversidade da cultura brasileira.

Nas manifestações culturais encontramos as quadrilhas, uma dança de origem europeia, que no século XIX passou a fazer parte dos salões da aristocracia e da classe média do Brasil. Podemos encontrar alguns termos franceses durante a dança.



Mas na gastronomia, a França ganha uma presença extra, compreendendo uma grande variedade de pratos e de grande prestígio no mundo, principalmente no ocidente, como a variedade de queijos, vinhos, carnes e doces.

Quando a rainha da França Catarina de Medici veio para o Brasil, novos hábitos e elementos da cozinha francesa foram incorporados, como o uso dos talheres nas refeições, pois até mesmo a corte existente em solo brasileiro, tinha o hábito de comer com as mãos.

Hoje, a culinária francesa encontra-se enredada na cultura brasileira, como o uso do chantilly, os rissoles, croissant, crepes salgados e doces, o Petit Gâteau, o mousse, o tão conhecido baguete, dentre outros. Desta forma o menu tornou-se variado e novos alimentos foram inseridos da cultura alimentar francesa, como: o azeite de oliva, o espinafre, a alcachofra entre outros, iniciando uma nova fase da culinária francesa, com o requinte e o glamour que a consagrou e que permanece, até os dias atuais.

Entre os séculos XVI e XVII surge o “service à la française”, que viria a dividir as refeições em sopas, entradas e caldos; assados acompanhados de legumes e saladas; sobremesas doces e frutas. A pujança torna-se grosseria à mesa e a parcimônia ‘bem apresentada’. A delicadeza da mesa foi aumentada pouco a pouco, reconstruída pelo gosto requintado de vários senhores, que contribuíram para aperfeiçoarem seus chefs de cozinha.

A disseminação de restaurantes franceses a partir do final do século XIX, também contribuiu para divulgar a cultura gastronômica francesa em terras brasileiras.



A Alta Gastronomia, tal qual é conhecida na atualidade, começou a se desenvolver no Brasil com a chegada dos chefs franceses, no final da década de 1970, no Rio de Janeiro, e no início da década de 1990 em São Paulo.
A Nouvelle Cuisine que em português significa a “Nova Cozinha Francesa”. Trata-se de uma maneira de cozinhar e apresentar usada na cozinha francesa a partir da década de 1970, caracterizada pela leveza e delicadeza dos pratos. Tem como princípios básicos o envolvimento da totalidade dos sentidos humanos, influenciando o ato de comer.

Na França se consome muitos vinhos e com muita frequência, sendo uma refeição sem vinhos, uma refeição incompleta.

Para finalizar, podemos citar mais alguns pratos que fazem parte da nossa vida e que são de origem francesa como o Cassoulet; o Caviar; o Coquilles; os Ovos Pochês; Fondue de Queijo; o Quiche Lorraine; o Fillet au Poivre; o Cocq au Vin; os Escargots;  os Raclette; o Ratatouille; a Sopa de Cebola; o Blanquette de Vitela; a Bouillabaisse ou a sopa de Peixe; o Croque Monsieur, um tipo de sanduiche.


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Nos doces temos os Creme Brulèe; Profiteroles; Tarti Tartin; Crepe Suzette; Madeleine com Especiarias ou biscoitinhos amanteigados e os Macarons.

Bom Appetit!

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Os Espanhóis e o Flamenco”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

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Espanhóis

A presença espanhola em terras brasileiras acontece desde o início da colonização do Brasil, durante a União Ibérica. Entre 1580 e 1640, muitos espanhóis se estabeleceram no país gerando famílias “quatrocentonas”, muitas delas descendentes dos pioneiros Bandeirantes. 

Portanto a presença espanhola em terras brasileiras é muito antiga, sendo um de seus representantes de grande importância para a História de São Paulo, o jesuíta José de Anchieta que, em 1554, contribuiu para a fundação da cidade. 

Mais de 750 mil espanhóis entraram no Brasil a partir do fim do século XIX até os anos 1960.

A primeira e mais numerosa leva de imigrantes espanhóis, até os anos 1930, dirigiu-se, principalmente, para o campo, atraídos pelas oportunidades de trabalho nas fazendas de café do interior do estado paulista, em regime de colonato e, assim, substituir a mão de obra escrava. Mas os que vieram depois da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) encontraram nas cidades e nas indústrias as maiores oportunidades para refazer sua vida, principalmente como mão-de-obra especializada para a indústria nascente e a siderurgia. Ganhavam pouco nas fábricas e o envolvimento de espanhóis em movimentos operários é bastante significativo: foram participantes ativos nas greves de 1917, em São Paulo.


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Na capital paulista, os espanhóis fixaram-se principalmente nos bairros da Mooca, Ipiranga, Cambuci e Brás. Municípios como São Bernardo, São Caetano e Santos também possuem importantes núcleos de imigrantes dessa nacionalidade.

As cidades de Santos, do Rio de Janeiro e de Salvador foram os principais centros de recepção dos “braceros” no Brasil. A cidade de Santos não só abrigava uma numerosa colônia espanhola, que se espraiava nas cercanias da zona portuária – o que lhe valeu, no início do século XX, o apelido de “Barcelona Brasileira”, mas também se tornou um centro de agitação e organização operárias, dominado pelos imigrantes ibéricos. Na cidade do Rio de Janeiro, os espanhóis se fixaram principalmente nas áreas centrais da cidade, inclusive na zona portuária. Lá foram amparados pelas caixas de socorro mútuo, organizações particulares mantidas pelos imigrantes mais prósperos

A imigração espanhola foi muito importante para a formação da população brasileira, sendo o terceiro maior grupo de imigrantes, depois dos italianos e portugueses, a vir para o Brasil.

Espanhóis das províncias da Galícia, Catalunha, Valência, Navarra e das cidades de Sevilha, Cadiz, Córdoba, Almeria, Granada e Málaga formam o principal grupo de imigrantes que se dirigiram ao Brasil. 

Tradições

Dos espanhóis também temos as danças e a culinária típica, com seus vinhos, massa, azeites, o tão apreciado churro.

Na culinária temos a Paella, talvez um dos pratos mais conhecidos, feito de arroz, azeite e açafrão, carne de porco e vaca que, com a popularização do prato na costa do país, foram acrescidos diversos frutos do mar, como camarão, lula, mexilhão e polvo; o Cozido Madrileño, um dos mais típicos pratos de Madrid, capital da Espanha, cuja base é o grão de bico, leva linguiça, frango, batata, acelga, repolho, vagem; o Gaspacho, uma sopa fria feita de pepino, tomate, alho; a Tortilha de Batata, típica, uma espécie de omelete, feita com ovos e batatas, havendo inclusão de ingredientes, conforme a região, como champignons, pimentão e linguiça; o Pisto, um prato feito de pimentões, tomates, ou legumes da época, acompanhado de um ovo frito.



Outro alimento típico encontrado por toda a Espanha são as Tapas, aperitivos variados para se comer conversando e bebericando, encontrado em inúmeros restaurantes da Espanha e em restaurantes espanhóis de vários locais do mundo.

A dança mais conhecida aqui no Brasil é o Flamengo, estilo musical proveniente da Região da Andaluzia, ao sul da Espanha, de grande influência árabe.

Com eles aprendemos o cultivo do centeio e da alfaia.

Uma das contribuições mais visíveis é o festival tradicional que ocorre em Recife, conhecido como Festival de Cinema Espanhol.

O Flamenco

Com seus gestos fortes, ritmos bem pontuados, com muito destaque para a figura feminina, ricamente vestida, aqui na imagem represento o Flamenco,  estilo musical proveniente da Região da Andaluzia, ao sul da Espanha, de grande influência árabe.

Como gosto muito de enfeitar as figuras com detalhes, encontrei nos leques o elemento propicio para isso!



Além da dança, tradicionalmente com as castanholas, o Flamenco é o canto, a música. A origem remonta ás culturas ciganas e mouriscas, com influencias árabes e judaicas. Originalmente, era somente o canto que passou, com o tempo, a ser acompanhado pela guitarra, palmas, sapateados e dança.

A imagem toda tem os ritmos, os movimentos profusos, e optei pelas cores quentes, da estética mais conhecida do Flamenco. Os traços soltos, voam e tudo vibra ao mesmo tempo. Os leques se mexem e deslocam a energia do fundo da imagem. Tudo é movimento, porque o Flamenco é uma dança que não para. Um desafio constante e uma riqueza inimaginável de movimentos.  

Normalmente, por serem músicas com temáticas de sofrimento, as mulheres dançam muito sérias, tendo seus semblantes pesados. Aqui a fiz sorrir, não sorriso solto, mas com um pouco mais de alegria!

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Por Lu Paternostro
NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores.

Ilustração “Alemães e a Dança Volkstanz”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Alemães a dança Volkstanz", da série "Imigrantes do Brasil". 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Ilustração “Alemães a dança Volkstanz”, da série “Imigrantes do Brasil”.
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Alemães

No estado do Rio de Janeiro, a cidade de Nova Friburgo é considerada o berço da colonização alemã no Brasil. Imigrantes chegaram na região em busca das prometidas terras férteis. Na época, 1824, o Imperador Dom Pedro I, incentivou as autoridades para os levar para a região. Os alemães pagaram suas passagens de vinda para o Brasil, foram para Nova Friburgo, porém não receberam qualquer ajuda de qualquer governo ou autoridade. Custearam suas vidas durante um grande tempo, quando, enfim, receberam os lotes de terra prometidos. Estavam sem dinheiro, em situação adversa, mas se ergueram com a força de seu povo e de seu trabalho. Iniciava-se, oficialmente, a imigração germânica no país.

Os grupos de alemães que aportaram no Brasil no século XIX, tinham uma notável diversidade. Vieram para povoar as colônias do Sul e Sudeste.

No sul, a experiência começou na cidade de São Leopoldo, a primeira experiência de povoamento do Sul, tendo se transformado num dos grandes sucessos da política de colonização do governo imperial. As cidades de São Pedro de Alcântara e Mafra, no estado de Santa Catarina, e Rio Negro no estado do Paraná, são outro exemplo de colônias estabelecidas pelo governo imperial.


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Os colonos alemães expandiram-se pelo território brasileiro e levaram consigo esse sistema de colonização para além da Região Sul, para os estados Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Porém entraram e se dispersaram entre a população brasileira, marcando e influenciando fortemente determinadas áreas. Um traço dessa expansão são construções das igrejas luteranas, que acabaram influenciando alguns aspectos dos rituais católicos.

Também podemos encontrar influência na arquitetura das cidades por onde se estabeleceram.

Na agricultura introduziram o cultivo do trigo e a criação de suínos.

No estado de Santa Catarina, com mais de 180 anos de história, tudo começou no município de Dona Emma, uma cidade com menos de 4.000 habitantes, onde podemos encontrar a “Casa do Imigrante”, da família AX, construída na típica arquitetura enxaimel. Lá a família mantém um acervo de fotos, documentos, objetos, moveis e louças. A casa é aberta para visitação.

Localizada, também, no estado de Santa Catarina, a cidade de Pomerode é considerada a mais germânica das cidades brasileiras, onde se comemora o Festival de inverno de Pomerode, o Pomeroder Winterfest. Lá o visitante assiste às danças folclóricas, saboreia pratos típicos e aprecia o artesanato típico germânico entre eles a pintura Bauer, uma técnica de pintura que vem desde o século XVII, aplicada em móveis, objetos decorativos, utilitários, e o Quebra Nozes que, ao invés do Papei Noel, é o símbolo do Natal Alemão.         

No estado do Espirito Santo, a cidade de Domingos Martins, foi fundada por imigrantes alemães do século XIX. Em 1846 chegaram os imigrantes pomeranos, que ajudaram na colonização e acabaram influenciando a cultura alemã local. Lá se encontra o “Museu Histórico da Colonização Alemã”, criado para preservar e valorizar a cultura através da história dos imigrantes. No museu pode-se encontrar uma variedade imensa de objetos, livros, moveis, cenários, documentos, culinária típica e até aula de pomerano. Uma curiosidade: o gramofone, alternativa para quem quisesse ouvir música no século IXI, foi uma invenção de um alemão, Emil Berliner, em 1887. Na região se fala 4 línguas: o português, o italiano, o pomerano e o hunsrück, uma espécie de dialeto alemão. Ainda em Domingos Martins, encontramos o grupo de danças folclóricas alemãs Bergfreunde de Campinho.

A primeira comunidade luterana no Brasil foi a dos alemães chegados em Nova Friburgo que, em 1827, construíram o primeiro templo luterano do país. Porém as autoridades, na época, mandaram demolir.

A gastronomia alemã utiliza as carnes de porco, bovina e de aves sendo a suína, a mais usada e popular, tanto que o assado de porco, quase sempre a perna, é a refeição de domingo ou em dias festivos, em muitas regiões da Alemanha.



Um outro prato típico é o porco frito com rodelas de limão. A carne é muitas vezes comida em forma de salsicha, sendo que no país são produzidos mais de 1.500 tipos diferentes de salsichas.

Outros pratos são a salada de batata, conhecida como Kartoffelsalat, popular por todo o país; o chucrute ou Sauerkraut, prato típico da culinária alemã, comido no mundo todo, sendo uma conserva de repolho fermentado. Ainda destacamos a batata Rosti Recheada; o joelho de porco ou Eisbein;o Spatzle, uma massinha de batata, semelhante a um inhoque que pode ser servida como acompanhamento de carnes; o Goulash com Batata, um guisado de carne de vaca.

Nos doces encontramos o típico Bolo Floresta Negra, que leva cerejas em seu recheio; o Strudel, de maçã que pode ser servida com chantili; a cuca alemã; o Rote Gruetze, sagu de vinho com creme de baunilha; os Pretzel, famosos pãezinhos tradicionais, feitos em formato de pequeno nó: o milho brot, feito com batata doce, cará e fubá de milho branco, cozidos em folhas de bananeira ao forno.

Nas bebidas, apesar do vinho estar se tornando mais popular, a bebida alcoólica nacional é a cerveja. As variedades de cerveja incluem a Alt, Bock, Dunkel, Kölsch, Lager, Malzbier, Pils e Weizenbier.

A contribuição na música e na dança, uma herança da cultura alemã, são as bandas: os alemães tocavam, por tradição, instrumentos de metais de sopro, sempre em grupos, um som bem tradicional das festas alemães.



A Dança Volkstanz

Nesta imagem fiz um destaque para a cerveja, um produto que o brasileiro ama e aprecia em festas e feiras típicas alemães. O trigo faz a decoração do fundo onde vemos a bandeira da Alemanha.

Na frente, o casal dança a Volkstanz, uma dança folclórica, provavelmente com origem no século XII.

Os primeiros registros das danças folclóricas alemães aparecem no século XII. Eram dirigidas por um dançarino e sua parceira, com cantos e gestos que eram imitados pelas pessoas ao redor. Muitas danças tinham o caráter cômico imitando os cavaleiros em suas conquistas e nas batalhas.

Um dançarino e sua parceira se cortejam durante a dança intercalando com um ou mais dançarinos que representam cenas cômicas de cavalheiros em suas batalhas. As vestimentas são simples, lembrando camponeses.

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Por Lu Paternostro
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