Ilustração “Futebol”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
E novamente ele chegou Com inspiração Com muito amor, com emoção, com explosão em gol Sacudindo a torcida aos 33 minutos Do segundo tempo Depois de fazer uma jogada celestial em gol
Tabelou, driblou dois zagueiros Deu um toque driblou o goleiro Só não entrou com bola e tudo Porque teve humildade em gol
Foi um gol de classe onde ele mostrou Sua malícia e sua raça Foi um gol de anjo um verdadeiro gol de placa Que a galera agradecida assim cantava
Foi um gol de anjo um verdadeiro gol de placa Que a galera agradecida assim cantava
Fio maravilha, Nós gostamos de você Fio maravilha, Faz mais um pra gente ver
Fio maravilha, Nós gostamos de você Fio maravilha, Faz mais um pra gente ver
Fio Maravilha Jorge Bem Música e poesia
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O futebol é um dos esportes mais antigos e populares do mundo, praticado em centenas de países por ser fácil, simples e pode-se jogar em qualquer lugar. É difícil prever sua origens, mas pode-se encontrar resquícios do jogo em vários países.
No Brasil, 1894 é considerado o início oficial do futebol. Charles W. Miller, nascido no bairro paulistano do Brás, foi para a Inglaterra e trouxe uma bola de capotão e um conjunto de regras, sendo considerado o pai do futebol no Brasil.
O primeiro jogo realizado no Brasil foi em 15 de abril de 1895 entre funcionários de empresas inglesas que trabalhavam em São Paulo, a Cia. Ferroviária São Paulo Railway contra os funcionários da Cia de Gás, o The Gaz Co. Miller atuou no time ferroviário. O jogo foi realizado num pedaço de terra na Várzea do Carmo.
No dia 19 de julho se comemora o Dia Nacional do Futebol.
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O futebol é um dos esportes mais antigos e
populares do mundo, praticado em centenas de países por ser fácil, simples e
pode-se jogar em qualquer lugar.
É difícil prever sua origens, mas pode-se encontrar resquícios do jogo em
vários países.
Na China antiga, por
volta de 3.000 anos a.C., após as guerras, os soldados formavam equipes para
chutar os crânios dos inimigos derrotados. O jogo era um treinamento militar,
com oito homens de cada lado. Com o tempo os crânios foram
substituídos por uma bola de couro, revestida por cabelo. O objetivo era passar
a bola de pé em pé, sem deixa-la cair no chão, levando-a para dentro de duas
estacas fincadas no campo.
O nome do jogo era Tsu-Chu.
No Japão antigo se jogava o Kemari,
onde participavam pessoas da corte japonesa. Eram 16 jogadores num campo de 200
m2, de formato quadrado. Era proibido qualquer contato físico entre eles. A
bola, que simbolizava o sol, era feita artesanalmente de fibra de bambu.
Já na Grécia os gregos criaram o Episkiros, onde soldados
em número de nove por equipe, jogavam num campo retangular. Em Esparta, cidade
grega, jogavam com quinze jogadores de cada lado, um campo bem maior e uma bola
feita de bexiga de boi recheada de areia ou terra. Quando os romanos dominaram
a Grécia conheceram o Episkiros, porém
o tornaram muito violento.
Em 200 a.C., no Império Romano, aparece o Harpastum, descendente do Episkiros, um exercício militar, jogado
em campo retangular, cuja partida poderia durar horas. A bola também era feita
de bexiga de boi e se chamava follis.
Com a conquista romana ele se espalhou para outras regiões como Europa, Ásia e
Norte da África.
Na Idade Média há sinais de um jogo muito parecido com o
futebol, mas bem mais violento. Os 27 jogadores jogavam em duas equipes:
atacantes e defensores. Em suas regras eram permitidos chutes, pontapés,
rasteiras e outros golpes. Jogadores morriam durante a partida.
Na mesma época, na Itália, o jogo mais parecido era o Gioco del Calcio ou Calcio Fiorentino, criado em Florença. O
jogo tinha 10 a 12 juízes e a bola,[ podia ser impulsionada com as mãos e os
pés. O objetivo era introduzir a bola numa barraca localizada em cada canto do
campo. Como não tinha regras para o numero de jogadores, usava-se ter muitos
juízes. Hoje o Calcio Storico Fiorentino
é uma festa anual que acontece em cidades da Itália. Seus uniformes são
parecidos com roupas medievais.
Da Itália o futebol foi para a Inglaterra, no século XVII, onde ganhou
regras sistemáticas e outra organização. O campo passaria a
medir 120 por 180 m e nas suas duas pontas as traves retangulares levariam o
nome de gol. Aqui a bola é de couro, cheia de ar. A nobreza o praticava.
No ano de 1848, uma Conferência em Cambridge criou um código
unificado para os jogos de futebol e 20 anos depois, criou-se um personagem
chamado guarda-redes, que ficaria na frente do gol, o único que poderia colocar
a mão na bola, atualmente o goleiro. Com o tempo novas regras foram surgindo
como o tempo do jogo, o pênalti, impedimento, etc. O futebol foi se difundindo e se
profissionalizando.
Em 1904 a FIFA – Federação Internacional de Futebol Association
foi criada com a função de organizar o futebol no mundo todo como as copas do
mundo e outros campeonatos.
Entre 900 e 200 a.C no México, o povo maia jogava um jogo que poderia utilizar os pés e
as mãos. Seu nome era pok ta pok,
cujo objetivo era arremessar a bola num furo
circular, localizada em meio de placas de pedra. O grupo que perdesse
tinha seu capitão de equipe sacrificado.
No Brasil, 1894 é considerado o início oficial do futebol,
ano em que Charles W. Miller, nascido no bairro paulistano do Brás, foi para a
Inglaterra estudar aos nove anos. Lá tomou contato com o futebol e trouxe em
sua bagagem uma bola de capotão e um conjunto de regras. Por isso é considerado
pai do futebol no Brasil.
O primeiro jogo realizado no Brasil foi em 15 de abril de
1895 entre funcionários de empresas inglesas que trabalhavam em São Paulo, a
Cia. Ferroviária São Paulo Railway contra os funcionários da Cia de Gás, o The
Gaz Co. Miller atuou no time ferroviário. O jogo foi realizado num pedaço de
terra na Várzea do Carmo.
Em 1902 a Liga Paulista de Foot-Ball organiza o campeonato
paulista que é considerado a primeira competição oficial de futebol do Brasil.
Em 1950 temos a primeira copa do mundo realizada no Brasil.
No dia 19 de julho se comemora o Dia Nacional do Futebol.
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Por Lu Paternostro NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores
Ilustração “Os Bois de Manaus”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
É com o
brilho da lua
Que o meu boi vai brincar
Com todas bonitas
E o povão a cantar
E a magia da floresta
O toque gostoso
Do meu boi bumbá
Boi Caprichoso vai remexer
O coração da galera azul e branca
Olé, olé, olá
Caprichoso acabou de chegar!
A Magia Da Floresta Boi Caprichoso
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Eu irei, Andirá
Pelo rio Marau navegar
Garantido faz festa na ilha
Minha tribo eu quero levar
Eu vou que vou
Vou numa boa
Não tem despesa eu viajo de canoa
E já me vou é piracema
O meu hotel é de fazenda em fazenda
Eu irei, Andirá
Pelo rio Marau navegar
Garantido faz festa na ilha
Minha tribo eu quero levar
Vou viajando
Na pororoca não faço força
A correnteza me reboca
Vou ver meu boi
Boi Garantido
Ele é o mais lindo é o mais brioso
O mais querido
Eu irei, Andirá
Pelo rio Marau navegar
Garantido faz festa na ilha
Minha tribo eu quero levar
Andirá Boi Garantido
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Boi de Parintins
O Festival Folclórico de Parintins, conhecido no mundo todo como uma das maiores celebrações culturais da América Latina, acontece no mês de junho, na cidade de Parintins, no estado do Amazonas.
O festival é uma grande festa popular, que acontece na última semana de junho, onde o ponto culminante é a disputa entre os dois bois folclóricos: o Boi Garantido, com as cores vermelho e branco, leva um coração na testa, e o Boi Caprichoso, com suas cores azul e branco, carrega na testa uma estrela como símbolo.
Uma curiosidade: um torcedor de um boi jamais fala o nome do outro boi referindo-se ao seu opositor pela palavra “contrário”.
O Festival Folclórico de Parintins ocorre no mês de junho, começando no dia 24, dia de São João, e vai até o fim do mês.
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O Festival Folclórico de Parintins, conhecido no mundo todo como uma das
maiores celebrações culturais da América Latina, acontece no mês de junho, na cidade
de Parintins, no estado do Amazonas.
O festival é uma
grande festa popular, que acontece na última semana de junho, onde o ponto
culminante é a disputa entre os dois bois folclóricos: o Boi Garantido, com as
cores vermelho e branco, leva um coração na testa, e o Boi Caprichoso, com suas
cores azul e branco, carrega na testa uma estrela como símbolo.
Ao boi Garantido
foram atribuídos muitos nomes carinhosos como “Boi da Promessa”, “Boi do
Coração”, “Brinquedo de São João”, “Boi do Povão” e outros. O mais popular é
“Brinquedo de São João”, de autoria de Lindolfo Monteverde, criador do boi.
Lindolfo deu o nome de Garantido, pois dizia que nas brigas com os “contrários”
seu boi nunca quebrava, “isso era garantido”.
O
Caprichoso é considerado o “Guardião da Floresta”, do imaginário das lendas
caboclas e dos povos indígenas. O seu nome representa as pessoas cheias de
capricho, trabalho e honestidade. O Caprichoso seria um personagem extravagante
e primoroso em sua arte.
A origem dos bois é
controversa, pois até neste aspecto eles disputam, brigando para que um tenha
sido criado antes do outro. Sabe-se que a brincadeira vem evoluindo desde o
início dos anos 1900 e que em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de
Parintins, mas sem a participação dos bumbás. Porém a primeira disputa acontece
no ano seguinte, perpetuando-se até os dias de hoje.
O festival é repleto
de personagens, figuras gigantes e coreografias com muitos participantes e
acontece num cenário grandioso, repleto de luzes teatrais, fogos de artifícios,
efeitos especiais que atraem pessoas de todos os lugares do mundo.
Os personagens que
fazem parte do festival são, em primeiro lugar, o próprio Boi Bumbá Evolução, o
motivo de ser do festival. Esta figura tem de ser bem feita, ter leveza e os
movimentos bem próximos de um boi real. A pessoa que o comanda e o produz é o
Tripa ou Miolo do Boi.
Junto ao boi encontramos o Apresentador, o mestre de cerimônias, que conduz o espetáculo e como narrador, faz a introdução às lendas e chama o boi; o Levantador de Toadas que, com sua voz vibrante e afinada, tem a missão de levar a toada durante toda a apresentação; o Amo do Boi, dono da fazenda, com seu berrante, chama o boi para bailar; a Sinhazinha da Fazenda, filha do amo do boi, que dança com graça saudando-o, com suas roupas exuberantes que representam a riqueza das sinhás dos tempos coloniais. Também temos a Cunha-Poranga, a mulher mais bela da tribo, uma entidade que representa a garra e o mistério das lendárias amazonas; a Porta-Estandarte, a personagem responsável por conduzir o símbolo dos bois em movimento. Ela deve ter vontade, alegria e desenvoltura na forma de girar, segurar o símbolo e dançar. Ele é a Rainha do Folclore que, com força mágica e sua rica indumentária, representa a beleza e grandiosidade do folclore e lendas da Amazônia. O pajé, que vem do auto do boi do nordeste, se insere no festival entre as danças dos índios, tornando-se um dos pontos mais esperados da apresentação, ressuscitando o boi.
Há ainda as tribos
indígenas, com suas ricas fantasias e coreografias que representam os
agrupamentos nativos da Amazônia. Em cena, dependendo do local da apresentação,
há ainda os bonecos gigantes, cobras e animais da selva, representando as
figuras encontradas nas lendas amazônicas, com seus movimentos típicos e
harmoniosos.
Há na disputa a
presença de jurados, a torcida ou a galera do boi.
Uma curiosidade: um torcedor de um boi jamais fala o nome do
outro boi referindo-se ao seu opositor pela palavra “contrário”. Mesmo
nesta típica disputa entre os dois, são proibidas vaias, palmas, ou quaisquer demonstrações
de animosidade quando o “contrário” se apresenta.
O Festival Folclórico de Parintins ocorre no mês de junho, começando no dia 24, dia de São João, e vai até o fim do mês.
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Por Lu Paternostro
NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autore
Ilustração “Danças Gaúchas”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Tão bela flor, Quero-Mana,
Quero-Mana lá de fora,
Foi um gaúcho que trouxe,
Na roseta da espora, ai!
Minha terra, minha terra,
ela lá e eu aqui, ai,
Por muito bem que me tratem
Não esqueço onde eu nasci
Tão bela flor, Quero-Mana,
Tão bela flor, é verdade,
Do que é ruim ninguém se lembra,
do que é bom se tem saudade, ai!
Quero-Mana Música da dança tradicional gaucha
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Danças Gaúchas
As danças gaúchas são marcadas pela influencia da cultura espanhola, portuguesa e francesa. Em todas elas vê-se o espírito da fidalguia e do respeito à mulher. Outras vezes a dança é mercada por sapateados fortes, ritmados, uma apresentação de perícia de seus dançarinos.
Várias são as cantigas típicas gaúchas dançadas aos pares, onde há sempre o cortejo entre homem e mulher, como o Anú, Balaio, Chimarrita, Pezinho, Cana Verde. As danças gaúchas são ricas e profusas.
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As danças gaúchas são marcadas pela influencia da cultura espanhola,
portuguesa e francesa. Em todas elas vê-se o espírito da fidalguia e do
respeito à mulher. Outras vezes a dança é mercada por sapateados fortes,
ritmados, uma apresentação de perícia de seus dançarinos.
O fandango, que significa de forma mais universal, baile, vem da dança
espanhola cantada, acompanhada por castanholas, violão, uma dança ritmada e
forte, uma dança popular. Também, remete a uma dança portuguesa, mas sem o
canto, um baile popular onde se toca sanfona, se executam varias danças de roda
e sapateados.
O primeiro fandango gaúcho veio de uma mistura dos lundus africanos com
as danças dos espanhóis que vinham para as cidades sul-americanas, resultando
numa série de sapateados misturados com as cantigas brasileiras, que se uniram
aos cantos europeus. Algumas destas cantigas eram o Tatu, o Anu, Quero-mana,
etc. Os sapateados vinham da Península Ibérica. Sumiu dos bailes a sua forma
tradicional, passando a ser de par enlaçado.
Várias são as cantigas típicas gaúchas dançadas aos pares, onde há
sempre o cortejo entre homem e mulher.
O Anú divide-se em duas partes: uma para ser cantada, um passeio
cerimonioso e cortes dos pares, e a outra para ser sapateada onde podemos
encontrar evoluções do sapateado bastante marcantes. Em sua origem era de pares
soltos, mas não independentes.
O Balaio é originário do Nordeste, com influencias dos Lundus. É uma
dança de sapateado e ao mesmo tempo de conjunto. O sapateado vem das danças
originais de sapateado e as de rodas, vêm das quadrilhas que se encontra em
muitas danças do ocidente.
A Chimarrita tem origem no arquipélago de Açores e na Ilha da Madeira. Foi
trazida pelos colonos portugueses ao Rio Grande do Sul, em meados do século
XVIII. Tradicionalmente a dança é de pares, em fileiras opostas, e lembram as
danças típicas portuguesas.
O Pezinho, cuja melodia é muito popular nos Açores e em Portugal, é uma
dança onde todos os dançarinos, obrigatoriamente, cantam durante toda a
evolução e coreografia. Há a marcação de pés e, posteriormente, os pares giram
em redor de si próprios, tomados pelos braços, uma dança que reflete a ternura
entre seus praticantes, muito apreciada pelos tradicionalistas rio-grandenses.
As danças gaúchas são ricas e profusas. Há ainda a Cana Verde, o Chamamé,
o Maçanico, o Caranguejo, onde sua dança representa o cumprimento entre os
dançarinos e os balanceios, uma evolução que se originou da quadrilha europeia;
a Tirana do Lenço, o Xote Carreirinha, a Valsa, o Chote, a Milonga, a Vanera, o
Bugio, uma dança típica de peões com as chinas indígenas
A Chula já é uma dança de desafio, praticada apenas por homens. Ao som da gaita gaúcha os homens sapateiam sobre uma vara de quatro metros, numa incrível sequência coreográfica.
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Por Lu Paternostro NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores
Ilustração “Carnaval”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Carnaval, desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta-feira sempre desce o pano
Carnaval, desengano
Essa morena me deixou sonhando
Mão na mão, pé no chão
E hoje nem lembra não
Quarta-feira sempre desce o pano
Era uma canção, um só cordão
E uma vontade
De tomar a mão
De cada irmão pela cidade
No carnaval, esperança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança
Sonho de um Carnaval Chico Buarque Música e poesia
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Carnaval
O Carnaval é uma das maiores festas populares do país. Tem origem na
Grécia, onde o povo fazia festas em agradecimento à fertilidade dos solos.
Porém sua origem no Brasil vem do entrudo português, uma festa pagã europeia,
uma série de jogos e brincadeiras populares, que chegou aqui no século XVII.
O entrudo acontecia antes da Quaresma e tinha um significado de
liberdade para seus participantes. Esse espírito alimentou suas origens e o
modo de ser típicos do carnaval brasileiro.
Cada cidade brasileira tem sua forma típica de manifestar o carnaval
No Rio de Janeiro e em São Paulo são os desfiles de escolas de samba. Em
Recife e Olinda, blocos de rua, marchinhas carnavalescas e os bonecões ou
bonecos gigantes. Nas cidades do Nordeste do Brasil encontramos o frevo, que
nasceu em Pernambuco, e o Maracatu. Em Salvador podemos encontrar os trios
elétricos e os blocos negros como Olodum, o Ileayê, Afoxé Filhos de Gandhi e
Timbalada.
Pelo Brasil, durante todo o ano, há os carnavais fora de época ou as
chamadas “Micaretas”.
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O Carnaval é uma das maiores festas populares do país. Tem origem na
Grécia, onde o povo fazia festas em agradecimento à fertilidade dos solos.
Porém sua origem no Brasil vem do entrudo português, uma festa pagã europeia, uma
série de jogos e brincadeiras populares, que chegou aqui no século XVII.
O entrudo acontecia antes da Quaresma e tinha um significado de
liberdade para seus participantes. Esse espírito alimentou suas origens e o
modo de ser típicos do carnaval brasileiro. Na Itália e na França eram comuns
as máscaras e os desfiles urbanos que também influenciaram e forma de brincar o
carnaval aqui no Brasil.
Somente no final do século XIX começam a aparecer os primeiros blocos
carnavalescos, os cordões e quando, no inicio do século XX, surgem os primeiros
automóveis, aparecem nas ruas os “corsos”, onde as pessoas se fantasiavam e
saiam às ruas com seus carros decorados com motivos carnavalescos. Daí se
originaram os famosos carros alegóricos que vemos brilhar nos desfiles de
carnaval das principais cidades brasileiras.
A alegria das pessoas em participar foi crescendo com a entrada das marchinhas
carnavalescas, que animavam as festas de rua e davam uma grandiosidade para
esta manifestação.
Cada cidade brasileira tem sua forma típica de manifestar o carnaval. No
Rio de Janeiro e em São Paulo temos os desfiles de carnaval famosos por suas
alegorias cada vez mais fantásticas e tecnologicamente elaboradas. Em Recife e
Olinda, cidades históricas do Estado do Pernambuco, o carnaval manteve suas
tradições com os blocos de rua, marchinhas carnavalescas e os bonecões ou
bonecos gigantes que dançam e caminham pelas ruas das cidades junto aos
foliões. Encontramos também nas cidades do Nordeste do Brasil o frevo, que
nasceu em Pernambuco, e o Maracatu. Já em Salvador podemos encontrar os trios
elétricos, os blocos negros como Olodum, o Ileayê, Afoxé Filhos de Gandhi e
Timbalada.
As Escolas de Samba competem entre si e assim, com alegorias cada vez
mais elaboradas, exportam o Carnaval Brasileiro para o mundo todo. Dentre os
personagens destes grandiosos desfiles encontramos o Diretor de Bateria ou
Mestre de Bateria, o maestro das baterias; a Rainha de Bateria ou madrinhas,
musas ou princesas, normalmente ocupado por pessoas famosas que ficam á frente
das baterias; a tradicional Ala das Baianas; a Velha-Guarda, grupos de
sambistas idosos; o Interprete ou Puxador, o profissional responsável pelo
andamento do samba enredo durante o desfile. Há também o Mestre Sala e a Porta
Bandeira, figuras que chamam a atenção por suas ricas coreografias e cortejos e
a beleza de suas fantasias. A comissão de frente, um pequeno grupo de pessoas,
fazem uma coreografia que introduz o enredo. É o primeiro grupo de integrantes
a desfilar. O Carnavalesco cria todas as alegorias do desfile.
Pelo Brasil, durante todo o ano, há os carnavais fora de época ou as chamadas “Micaretas”.
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Por Lu Paternosto NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores
Ilustração “Ticumbi”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira. Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Entre serra e mar, Das tardes num rio a se banhar, Os pensamentos vagueiam num dourado céu de acolá. Vales e montanhas, verde e azul de uma terra ao léu… Dorme um sonho de quem acredita naquele lugar. Em roda da pedra ou na Barra Um congo a cantarolar, a dançar…
Ticumbí nas dunas, Jongo e Folia vêm lá. Gente que planta a semente, Sopro de vida de um ser maior… Cala a palavra e o que fala é a vida ao luar Em roda da pedra… Entre serra e mar…
Mar e Montanha Grupo Moxuara
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Ticumbi
O
ticumbi é um baile de congos, típico do norte do Estado do Espírito Santo, encontrado
no Vale do Cricaré, região entre as cidades de Conceição da Barra e São Mateus.
Trata-se de um folguedo tradicional que acontece no começo do ano, encenado
para homenagear São Benedito, padroeiro dos negros, pobres e oprimidos, e São
Sebastião.
A procissão leva a imagem de São Benedito do Córrego das
Piabas, no distrito de Meleiras até a Igreja Matriz de Nossa Senhora da
Conceição, no centro da cidade, onde os membros do Ticumbi se apresentam,
iniciando o primeiro mês do ano. A festa continua no Baile de São Benedito e
São Sebastião, na segunda semana de janeiro.
Trata-se
de uma dança coreografada, com enredo onde, conta a história, que o “Rei de
Congo”, cristão, queria fazer a festa de São Benedito sozinho, separado do “Rei
de Bamba”, pagão. Como não há acordo entre as duas nações, a guerra é travada e
seus secretários se desafiam fazendo embaixadas, em coreografias agitadas, na
forma de uma luta bailada. Essa guerra inicial é denominada “primeira guerra de
reis congo” ou “guerra sem travá”. Quando os reis entram para guerrear,
realiza-se a “guerra travada”, onde os reis batem as espadas junto com seus
secretários.
Os
personagens que fazem parte do folguedo são o Rei de Congo, os Rei de Bamba,
seus secretários próprios, e o corpo de dança de cada nação, composto por dois
guias, dois contra guias e um número de congos que pode variar, representando
os guerreiros das duas nações. Há ainda o violeiro, que participa das encenações.
O
Ticumbi tem uma característica própria muito interessante: cada ano os versos
são alterados para contar algum fato novo que aconteceu ou alguma história
local, nacional ou internacional, que acaba marcando a história da cidade. São
cantados na praça, um local público.
Suas vestimentas são bem característica, formadas por longas batas brancas rendadas, calça branca larga com um friso de fita ao lado das pernas, duas fitas trançadas no peito, espadas e na cabeça um chapéu cheio de flores com fitas longas, tudo muito colorido. Os reis aparecem com coroas de papelão, enfeitadas com papel dourado ou prateado, peitoral de espelhinhos e flores de papel, uma capa comprida e, nas mãos ou na cintura, uma longa espada.
Os
instrumentos que fazem o ritmo são os pandeiros e os “Ganzás” ou “Canzás”,
chocalhos feitos de latas. A viola entra junto com os participantes sendo a
vestimenta do violeiro bem parecida com a dos dançantes.
A
encenação acontece na frente da igreja de Itaúnas.
A
vila de Itaúnas, distrito de Conceição da Barra, localiza-se no extremo norte
do estado do Espirito Santo, pertinho da divisa com o estado da Bahia. É um vilarejo
simpático, rustico e bucólico, de terra batida, onde vive um pouco mais de 2.000
pessoas.
Na
vila reinam a diversidade de manifestações de cultura tradicional que vão das
danças e folguedos, até ritmos, formas de fazer objetos utilitários, barcos,
artesanato, gastronomia.
A
vila antiga, sumiu sob as areias que foram se instalando aos poucos, num
processo longo mas constate. A igreja e o cemitério sumiram em primeiro lugar.
Mas, por amor de seu povo, ela foi sendo reconstruída, aos pouquinhos,
buscando-se a semelhança com a anterior, mas atravessando lentamente o rio
Itaúnas, indo parar na sua margem oposta.
No
começo de todos os anos, os moradores comemoram o dia de São Benedito e São
Sebastião, presentes também no calendário anual de Conceição da Barra e do estado
do Espírito Santo. Nos meses de outubro e novembro, começam os ensaios dos
grupos de ticumbi nas roças, para a encenação em homenagem a São Benedito.
O
ticumbi, encenado nas homenagens aos santos, é um registro vivo das histórias
contadas pelos seus moradores antigos. Na forma da dança e das letras estas
historias passam de pai para filho.
“De acordo com alguns relatos, o ticumbi é criação de Silvestre Nagô, negro escravo que, para animar seus pares, inventou os folguedos, rapidamente transformados em modo de lembrar e reviver o passado, fortalecer laços e identidades, manter e reconstruir memórias e de mobilização da própria comunidade que o produzia. ” (ALVARENGA, 2011)
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Por Lu Paternostro NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores