Ilustração “Os Portugueses e o Vira”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Portugueses e o Vira", da série "Imigrantes do Brasil". 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
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Portugueses

Os portugueses, depois dos africanos, é o segundo grupo de imigrantes no Brasil.

Durante mais de três séculos de colonização, deixaram várias heranças na cultura e costumes do país, sendo a mais significativa a língua portuguesa e a formação do povo brasileiro.

Distribuídos por todo o território, estão inteiramente integrados à sociedade brasileira.

Portugal, em sua história, teve um momento de grande influência da cultura árabe, que mesclou vários aspectos de sua cultura com a cultura portuguesa, e que foram sendo trazidos pelos colonizadores para o Brasil. Exemplos da influência árabe são os algarismos arábicos usados até hoje. O moinho d´água, a cultura do algodão, o bicho da seda, a laranjeira, a cana de açúcar, a azulejo, a tela mourisca, a varanda, o “muxarabi”, o gosto pelo açúcar, a doçaria, o pandeiro e outros aspectos da cultura árabe-portuguesa no Brasil.

Inúmeras foram as heranças do povo português, principalmente na cultura tradicional do Brasil como os carnavais e entrudos, as festas juninas, cavalhadas, farras de boi, fandango, reisado, pastoris, as rodas infantis, além de um dos nossos maiores patrimônios imateriais: o bumba-meu-boi, uma dança dramática de origem lusitana, sendo hoje uma das mais típicas do nosso país.



Quanto às danças, as mais conhecidas são o Vira, gênero musico-coreográfico típico do folclore português, mais característico da região do Minho; o Fandango; a Chula; o Corridinho; a Cana Verde, onde homens e mulheres executam animadas coreografias com muitas palmas, guitarras e acordeões, danças que refletem as tradições de namoro e galanteio, executadas com grande alegria e exuberância de seus trajes coloridos e festivos.

Temos ainda o pau de fitas ou danças das fitas, onde um grupo de dançantes segurando fitas coloridas atadas a um mastro, executam os movimentos coordenados e vão trançando e destrançando as fitas ao redor do mastro, formando texturas típicas e efêmeras, criadas da coreografia dos dançantes.  

No folclore, os portugueses introduziram personagens típicos como a Cuca, o Lobisomem, conhecido em vários países da Europa, o Bicho Papão, a Mula-Sem-Cabeça, a história da Burrinha de Padre, lendas e personagens que povoaram o imaginário infantil de tanta gente!

Outro aspecto importantíssimo da influência portuguesa são os instrumentos musicais como o piano, a clarineta, o violino, o contrabaixo, o violoncelo, a viola, a sanfona, o triângulo, e até o pandeiro. Todos os instrumentos musicais básicos do choro brasileiro como o cavaquinho, a flauta e o violão, vieram também de Portugal.

Na religião, temos o culto ao Divino e a São Gonçalo de Amarante, grupos religiosos das folias ou bandeiras, recomenda de almas e tantas outras que hoje são tradições da cultura regional.

Já na gastronomia, a feijoada, criada pelos escravos, seria uma adaptação dos cozidos portugueses A jaca e a manga foram introduzidas pelos portugueses na colônia, assim como o habito de se comer alimentos com bacalhau.

A doçaria portuguesa tem um destaque a parte, e arrebatam nossa imaginação com seus nomes tão “ilustrativos” como: Pastéis de Nata ou Belém, Santa Clara e Coimbra, Toucinho do Céu, Pudim Abade de Priscos, Pinhoada, Fatias de Tomar, Barriga de Freira, Dom Rodrigo, Aletria, Papo de Anjo, Ovos Moles de Aveiro, Bolinhos de Chuva, Toureiros da Golegã, Tiborna, Pão de Ló e as Cavacas Portuguesas.


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Outra curiosidade interessante é que, a forma de comercializar pequenos folhetos com textos que contam fatos do cotidiano, temas religiosos, lendas e histórias fantásticas, pendurados em cordões ou cordéis, a Literatura de Cordel, foram trazidos pelos portugueses para o Brasil, desde o início da colonização. Porém, na segunda metade do século XIX, começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias. No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Hoje, porém, podemos encontrá-la em feiras, casas de cultura e livrarias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Os portugueses se miscigenaram aos índios e negros, formando a diversidade tão típica do povo brasileiro. 

O Vira

No desenho represento uma das mais conhecidas e tradicionais: o Vira, onde pode-se dançar aos pares ou apenas mulheres, sempre com as mãos para cima, provavelmente um gesto vindo do ternário da valsa tornando-se, segundo alguns autores, uma das mais antigas danças populares portuguesas. Chama-se Vira porque há uma “viragem” de corpos que é característica, fazendo com que a saia da mulher comece a forma um tipo de sino. “Ô Rosa, arredonda a saia”, como se costuma cantar. Usualmente dança-se em duplas que ficam em rodas ou filas, com constante trocas de casais.

Na imagem insiro a Guitarra Portuguesa, o mais  precioso símbolo dos instrumentos tradicionais portugueses. Podem ser também Guitarra do Porto, do Minho e de Coimbra. O pandeiro pode ou não ser utilizado, mas o usei porque enfeita bastante a imagem.

Além da guitarra, uma outra representação típica, é o Galo de Barcelos, um dos maiores ícones do turismo de Portugal. A lenda por trás do galo aumenta seu significado e importância para o povo português que o associa a virtudes, coisas positivas e sorte! Por isso é tão famoso, tão conhecido e até visto na fachada de igrejas seculares em Portugal.

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Os Italianos e a Tarantela”. Imigrantes Brasileiros. Série Traços do Brasil.

No mundo são mais de 60 milhões de descendentes de italianos, dos quais a metade está no Brasil. Com 31 milhões de pessoas descendentes, o Brasil desponta como o maior país com raízes italianas no mundo. Esses imigrantes contribuíram e influenciaram em muito a formação da identidade brasileira.


Ilustração "Italianos e a Tarantela", da série "Imigrantes do Brasil". 
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Italianos

Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram os principais destinos dos italianos. Chegaram e foram para o Rio Grande do Sul trabalhar, nas terras altas. Nas cidades paulistas, trabalharam também em outras atividades, principalmente como operários da construção e da indústria têxtil. Na capital de São Paulo, bairros como Bixiga, Brás e Mooca são tradicionalmente relacionados à colônia italiana.

Encontramos a influência do povo italiano no Brasil em toda parte: na culinária, em personalidades, no modo de falar (principalmente do paulistano), nas expressões, na música, na ciência e nas artes sendo, as principais, as festas de igrejas, comilança de Natal, os presépios, massas como macarronada e pizzas, os vinhos gaúchos, capelinhas, a reza do terço, os cruzeiros de beira de estrada, as procissões, os ex-votos e tantas outras. Um povo que tem como principal característica, o amor pelo trabalho e pela família.

Ao chegarem no Brasil, se instalaram em condições adversas, trabalhando principalmente na agricultura.  Lutavam para sobreviver e manter suas tradições e costumes, como a forma de preparar seus alimentos, servir, mantendo a diversidade e a fartura. Como vieram para o sul do Brasil, instalaram-se em terras altas e muito frias, conservando a cultura de se comer pratos tradicionais como a Fortaia, uma omelete forte feita com linguiça e outros ingredientes, a galinha ao molho, animais de caça e caldos, dentre outros, para aquecer do frio. Um exemplo deste período é a tradicional polenta, um prato típico da Itália, feito com a farinha que vem do milho, plantado por eles.



Durante a saga dos primeiros italianos no Brasil, estes nunca deixaram de festejar a boa colheita em festas onde as famílias cantavam, jogavam, dançavam. Comia-se muito, sempre acompanhado de um bom vinho, preparados especialmente para este dia.

No início se juntavam em comunidades e depois em vilas tornando-se, posteriormente, cidades. Trouxeram seus costumes católicos de construir capelas, rezarem juntos, lembrando sua cultura, a tradição do seu país. Procuravam manter sua língua materna usando o dialeto Talian, conhecido como veneto brasileiro, de origem no norte da Itália, região do Veneto, hoje considerado patrimônio nacional, como “Referência Cultural Brasileira”, pelo Ministério da Cultura, falado por cerca de 500 mil pessoas, em 133 cidades brasileiras.  Na cidade e Serafina Correia, localizada no estado do Rio Grande do Sul, se tem o talian como segunda língua.

Embora o início da imigração italiana fosse quase que exclusivamente rural, com o passar do tempo muitos começaram a se dirigir para as zonas urbanas, contribuindo para o desenvolvimento do comercio e da indústria.

Em 1901, 90% dos operários de fabricas eram italianos em São Paulo. Isso os fez protagonistas do desenvolvimento das principais cidades do Brasil. Porém estes operários ganhavam muito mal, o que os forçava a morarem amontoados em moradias chamadas cortiços. Os bairros Brás, Mooca e Bixiga em São Paulo, que nasceram desta época, estão ligados ao passado operário destes imigrantes. A maioria dos primeiros grandes industriais de São Paulo vieram das colônias italianas.

Com o passar do tempo, o setor de serviço das cidades brasileiras cresceu e muitos imigrantes italianos deixaram as indústrias para trabalhar como artesãos autônomos, pequenos comerciantes, motoristas de ônibus e táxi, vendedores de frutas e vegetais, sapateiros, garçons.  Também foram os italianos que tiveram grande importância na formação dos primeiros sindicatos brasileiros – o engajamento político dos italianos e espanhóis era notório fossem eles comunistas, anarquistas ou socialistas.

Apenas seis estados brasileiros concentraram a quase totalidade da imigração italiana no Brasil: São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná.

O Estado de São Paulo, até 1920, havia recebido aproximadamente 70% dos imigrantes italianos que vieram para o Brasil, atraídos pelas fazendas de café, vindos de diversas regiões da Itália.

Através dos chamados Núcleos Coloniais, gerados pelas vendas de lotes para incentivar a fixação de imigrantes em terras rurais, criaram-se centros de italianos, como na cidade de São Caetano do Sul; o distrito de Quirim, a 1ª Colônia Italiana do Vale do Paraíba, em Taubaté; Santa Olímpia e Santana na cidade de Piracicaba; núcleo Barão de Jundiaí, na cidade de Jundiaí; Sabaúna na cidade de Mogi das Cruzes; Piaguí, na cidade de Guaratinguetá; Cascalho, na cidade de Cordeirópolis; Pariquera-Açú, na cidade de Pariquera-Açú; Antônio Prado, na cidade de Ribeirão Preto; Pedrinhas Paulista, Canas, entre outros.


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No Rio Grande do Sul, o primeiro estado a receber imigrantes no Brasil, os imigrantes se instalaram nas terras selvagens, das serras gaúchas. Neste local formou-se as três primeiras colônias italianas, que deram origem às cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul.

No centro do estado foi criada a Quarta Colônia de Imigração Italiana, o primeiro reduto de italianos fora da Serra Gaúcha, e que originou municípios como Silveira Martins, Ivorá, Nova Palma, Faxinal do Soturno, Dona Francisca e São João do Polêsine. Nesse último, está a localidade de Vale Vêneto, nome dado para fazer homenagem à esta região italiana.

Outras colônias italianas foram criadas e deram origens a cidades como Farroupilha, Flores da Cunha, Antônio Prado, Veranópolis, Nova Prata, Encantado, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo, Guaporé, Lagoa Vermelha, Soledade, Sananduva, Cruz Alta, Jaguari, Santiago, São Sepé, Caçapava do Sul e Cachoeira do Sul. Essas são as principais colônias italianas do estado.

Antonio Prado é considerada a mais italiana das cidades brasileiras e possui o maior acervo nacional de arquitetura urbana em madeira proveniente dos imigrantes italianos que chegaram à região em 1886, sendo considerada, pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Maior Acervo de Casas Tombadas pelo Patrimônio Histórico Brasileiro. Na cidade, encontramos a Sopa Imperial, patrimônio imaterial da gastronomia, que é composta de uma massa feita com ovos, queijo ralado, farinha de trigo, assada e, posteriormente, cortada em pedacinhos, que são cozidos em caldo de galinha.

Minas Gerais recebeu o terceiro maior fluxo de italianos que vieram para o Brasil, muitos deles vindo de várias regiões da Itália, sobretudo da Sardenha, região italiana que muito pouco contribuiu com a imigração no Brasil.  No Rio de Janeiro, ao contrário do que aconteceu no restante do Brasil, os italianos foram para as regiões urbanas, trabalhando nas indústrias e no comercio.

Já o Estado do Espirito Santo, abriga uma das maiores colônias italianas do Brasil. Foram para a região das serras, porém largados a sua própria sorte pelo governo brasileiro, enfrentando situações de muita penúria e necessidade.

No estado de Santa Catarina, fundaram a Colônia de Nova Itália, atual São João Batista. Outras colônias foram sendo criadas como Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apiúna, todas estas no entorno da colônia alemã de Blumenau. No ano de 1875 imigrantes do Tirol Italiano fundaram Nova Trento, e em 1876 foi fundado Porto Franco, hoje Botuverá. Diversas outras colônias foram sendo formadas em várias cidades do estado. Os eventos que mais caracterizam essa colonização no sul do estado são as festas típicas, como a festa do vinho e o Ritorno Alle Origine, ambos no município de Urussanga.



No estado do Paraná, chegaram para as lavouras de café e constituíram diversas colônias entre mistas e etnicamente italianas. A Colônia Alfredo Chaves, que posteriormente se tornaria a cidade de Colombo, foi uma das quatro onde se concentraram os primeiros italianos que chegaram ao estado. As outras são a Senador Dantas, que deu origem ao bairro curitibano Água Verde, a Santa Felicidade, atual polo gastronômico da capital paranaense e a Colônia de Santa Maria do Tirol, localizada no município de Piraquara, Grande Curitiba.

Já a Colônia Cecilia foi a primeira experiência anarquista do país. Localizada no atual município de Palmeira os colonos, um grupo de libertários mobilizados pelo italiano Giovanni Rossi, plantaram mais de oitenta alqueires de terra – em área que lhes fora cedida pelo Imperador Pedro II, pouco antes da proclamação da República – e construíram mais de dez quilômetros de estrada, numa época na qual inexistiam máquinas, tratores ou guindastes de transporte de terras.

A alegria faz parte dos imigrantes italianos, que gostam muito de cantar as canções de seu país. No Brasil trouxeram a gaita piano, o acordeon, que tanto anima os bailes, do Rio Grande do Sul. Muitas das danças gaúchas tiveram suas origens com a imigração italiana, como por exemplo o xote de quatro passos.

A dança tradicional mais conhecida dos brasileiros é a Tarantela, um bailado composto de diversos casais, que vão dançando no ritmo que aumenta, tornando-se mais enérgico, animando a todos. Em geral é conduzida por um cantor central e acompanhada por castanholas e tamborim. Seu nome vem da cidade de Taranto, na região da Puglia, no sul da Itália



Também, temos alguns jogos tradicionais italianos que encontramos em nossa cultura como a bocha, o futebol, a amora, etc.

Os italianos trouxeram para o Brasil, também, a sua forma típica de construir: casas de pedras e madeira altas, piso de chão batido, que possuíam uma parte bem abaixo do nível do solo, geralmente aproveitando o declive dos terrenos, popularmente chamado de porão. Esta área da casa era naturalmente mais fria, local onde os imigrantes armazenavam bebidas como vinho, cachaça, graspa, sucos e alimentos como o vinagre, salames, ossocol e tantos outros.

Havia também o sótão, ou jirau, localizado na parte de cima da casa, entre o teto e o telhado, um local normalmente mais quente, onde eram conservados alimentos que deveriam ser conservados secos.

*Nota: O ossocol é um embutido de suíno, envolto em peritônio de boi ou de porco, amarrado por uma rede elástica, curtido durante, aproximadamente, 3 a 6 meses em ambiente fresco e arejado, protegido do sol. Seu nome deriva de osso colo, que na língua vêneta significa “osso do pescoço”, já que era feito originalmente com a carne do pescoço. No Brasil, é produzido e apreciado em locais colonizados pelos italianos, oriundos da província do Vêneto, como na cidade de Venda Nova do Imigrante, no Estado do Espírito Santo.

Na gastronomia os italianos gostam de “stare a tavola” ou sentar-se à mesa, comendo, comemorando, confraternizando, rindo, discutindo, se alegrando. Além de inúmeros hábitos, como o de se tomar e produzir vinhos, diversos pratos e costumes da cultura italiana foram incorporados à alimentação brasileira, como o hábito de comer panetone no Natal, pizza e espaguete, principalmente no Sudeste.


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Os italianos que permaneceram no Brasil e aqui reconstruíram suas vidas, influenciaram a formação dessa nação em diversos aspectos e contribuíram para o desenvolvimento do país social e economicamente.

A Tarantela

Na ilustração representei a Tarantela, caracterizada pelas danças em pares, e troca rápida de casais. Forma-se um circulo de dançantes no sentido horário, até a música se tornar muito rápida, quando todos trocam de direção. Eventualmente ficando tão rápida que fica difícil manter o ritmo. É associada à tarântula (aranha), cujo veneno induziria à dança frenética.

Normalmente são dançadas com roupas mais sóbrias.  Como gosto de colorir tudo, dei cores aos trajes de forma variada, por ser uma dança alegre.

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Por Lu Paternostro
NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores

Ilustrações “Danças Gauchas”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Danças Gaúchas", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
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Tão bela flor, Quero-Mana,
Quero-Mana lá de fora,
Foi um gaúcho que trouxe,
Na roseta da espora, ai!

Minha terra, minha terra,
ela lá e eu aqui, ai,
Por muito bem que me tratem
Não esqueço onde eu nasci

Tão bela flor, Quero-Mana,
Tão bela flor, é verdade,
Do que é ruim ninguém se lembra,
do que é bom se tem saudade, ai!

Quero-Mana
Música da dança
tradicional gaucha

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Danças Gaúchas

As danças gaúchas são marcadas pela influencia da cultura espanhola, portuguesa e francesa. Em todas elas vê-se o espírito da fidalguia e do respeito à mulher. Outras vezes a dança é mercada por sapateados fortes, ritmados, uma apresentação de perícia de seus dançarinos.

Várias são as cantigas típicas gaúchas dançadas aos pares, onde há sempre o cortejo entre homem e mulher, como o Anú, Balaio, Chimarrita, Pezinho, Cana Verde. As danças gaúchas são ricas e profusas. 

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As danças gaúchas são marcadas pela influencia da cultura espanhola, portuguesa e francesa. Em todas elas vê-se o espírito da fidalguia e do respeito à mulher. Outras vezes a dança é mercada por sapateados fortes, ritmados, uma apresentação de perícia de seus dançarinos.

O fandango, que significa de forma mais universal, baile, vem da dança espanhola cantada, acompanhada por castanholas, violão, uma dança ritmada e forte, uma dança popular. Também, remete a uma dança portuguesa, mas sem o canto, um baile popular onde se toca sanfona, se executam varias danças de roda e sapateados.

O primeiro fandango gaúcho veio de uma mistura dos lundus africanos com as danças dos espanhóis que vinham para as cidades sul-americanas, resultando numa série de sapateados misturados com as cantigas brasileiras, que se uniram aos cantos europeus. Algumas destas cantigas eram o Tatu, o Anu, Quero-mana, etc. Os sapateados vinham da Península Ibérica. Sumiu dos bailes a sua forma tradicional, passando a ser de par enlaçado.


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Várias são as cantigas típicas gaúchas dançadas aos pares, onde há sempre o cortejo entre homem e mulher.

O Anú divide-se em duas partes: uma para ser cantada, um passeio cerimonioso e cortes dos pares, e a outra para ser sapateada onde podemos encontrar evoluções do sapateado bastante marcantes. Em sua origem era de pares soltos, mas não independentes.

O Balaio é originário do Nordeste, com influencias dos Lundus. É uma dança de sapateado e ao mesmo tempo de conjunto. O sapateado vem das danças originais de sapateado e as de rodas, vêm das quadrilhas que se encontra em muitas danças do ocidente.

A Chimarrita tem origem no arquipélago de Açores e na Ilha da Madeira. Foi trazida pelos colonos portugueses ao Rio Grande do Sul, em meados do século XVIII. Tradicionalmente a dança é de pares, em fileiras opostas, e lembram as danças típicas portuguesas.

O Pezinho, cuja melodia é muito popular nos Açores e em Portugal, é uma dança onde todos os dançarinos, obrigatoriamente, cantam durante toda a evolução e coreografia. Há a marcação de pés e, posteriormente, os pares giram em redor de si próprios, tomados pelos braços, uma dança que reflete a ternura entre seus praticantes, muito apreciada pelos tradicionalistas rio-grandenses.



As danças gaúchas são ricas e profusas. Há ainda a Cana Verde, o Chamamé, o Maçanico, o Caranguejo, onde sua dança representa o cumprimento entre os dançarinos e os balanceios, uma evolução que se originou da quadrilha europeia; a Tirana do Lenço, o Xote Carreirinha, a Valsa, o Chote, a Milonga, a Vanera, o Bugio, uma dança típica de peões com as chinas indígenas

A Chula já é uma dança de desafio, praticada apenas por homens. Ao som da gaita gaúcha os homens sapateiam sobre uma vara de quatro metros, numa incrível sequência coreográfica.

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Carnaval”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

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Carnaval, desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta-feira sempre desce o pano

Carnaval, desengano
Essa morena me deixou sonhando
Mão na mão, pé no chão
E hoje nem lembra não
Quarta-feira sempre desce o pano

Era uma canção, um só cordão
E uma vontade
De tomar a mão
De cada irmão pela cidade

No carnaval, esperança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança

Sonho de um Carnaval
Chico Buarque
Música e poesia

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Carnaval

O Carnaval é uma das maiores festas populares do país. Tem origem na Grécia, onde o povo fazia festas em agradecimento à fertilidade dos solos. Porém sua origem no Brasil vem do entrudo português, uma festa pagã europeia, uma série de jogos e brincadeiras populares, que chegou aqui no século XVII.


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O entrudo acontecia antes da Quaresma e tinha um significado de liberdade para seus participantes. Esse espírito alimentou suas origens e o modo de ser típicos do carnaval brasileiro.

Cada cidade brasileira tem sua forma típica de manifestar o carnaval

No Rio de Janeiro e em São Paulo são os desfiles de escolas de samba. Em Recife e Olinda, blocos de rua, marchinhas carnavalescas e os bonecões ou bonecos gigantes. Nas cidades do Nordeste do Brasil encontramos o frevo, que nasceu em Pernambuco, e o Maracatu. Em Salvador podemos encontrar os trios elétricos e os blocos negros como Olodum, o Ileayê, Afoxé Filhos de Gandhi e Timbalada.

Pelo Brasil, durante todo o ano, há os carnavais fora de época ou as chamadas “Micaretas”.

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O Carnaval é uma das maiores festas populares do país. Tem origem na Grécia, onde o povo fazia festas em agradecimento à fertilidade dos solos. Porém sua origem no Brasil vem do entrudo português, uma festa pagã europeia, uma série de jogos e brincadeiras populares, que chegou aqui no século XVII.

O entrudo acontecia antes da Quaresma e tinha um significado de liberdade para seus participantes. Esse espírito alimentou suas origens e o modo de ser típicos do carnaval brasileiro. Na Itália e na França eram comuns as máscaras e os desfiles urbanos que também influenciaram e forma de brincar o carnaval aqui no Brasil.



Somente no final do século XIX começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, os cordões e quando, no inicio do século XX, surgem os primeiros automóveis, aparecem nas ruas os “corsos”, onde as pessoas se fantasiavam e saiam às ruas com seus carros decorados com motivos carnavalescos. Daí se originaram os famosos carros alegóricos que vemos brilhar nos desfiles de carnaval das principais cidades brasileiras.


A alegria das pessoas em participar foi crescendo com a entrada das marchinhas carnavalescas, que animavam as festas de rua e davam uma grandiosidade para esta manifestação.

Cada cidade brasileira tem sua forma típica de manifestar o carnaval. No Rio de Janeiro e em São Paulo temos os desfiles de carnaval famosos por suas alegorias cada vez mais fantásticas e tecnologicamente elaboradas. Em Recife e Olinda, cidades históricas do Estado do Pernambuco, o carnaval manteve suas tradições com os blocos de rua, marchinhas carnavalescas e os bonecões ou bonecos gigantes que dançam e caminham pelas ruas das cidades junto aos foliões. Encontramos também nas cidades do Nordeste do Brasil o frevo, que nasceu em Pernambuco, e o Maracatu. Já em Salvador podemos encontrar os trios elétricos, os blocos negros como Olodum, o Ileayê, Afoxé Filhos de Gandhi e Timbalada.



As Escolas de Samba competem entre si e assim, com alegorias cada vez mais elaboradas, exportam o Carnaval Brasileiro para o mundo todo. Dentre os personagens destes grandiosos desfiles encontramos o Diretor de Bateria ou Mestre de Bateria, o maestro das baterias; a Rainha de Bateria ou madrinhas, musas ou princesas, normalmente ocupado por pessoas famosas que ficam á frente das baterias; a tradicional Ala das Baianas; a Velha-Guarda, grupos de sambistas idosos; o Interprete ou Puxador, o profissional responsável pelo andamento do samba enredo durante o desfile. Há também o Mestre Sala e a Porta Bandeira, figuras que chamam a atenção por suas ricas coreografias e cortejos e a beleza de suas fantasias. A comissão de frente, um pequeno grupo de pessoas, fazem uma coreografia que introduz o enredo. É o primeiro grupo de integrantes a desfilar. O Carnavalesco cria todas as alegorias do desfile.


Pelo Brasil, durante todo o ano, há os carnavais fora de época ou as chamadas “Micaretas”.

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Por Lu Paternosto
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Ilustração “Maracatu Rural”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Maracatu Rural", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
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“O Caboclo de Surrão
Que sabe bem o que quer na cama
Deixa a mulher para
Ele dormir no chão
Para não manchar a nação,
Três dias de carnaval Capricha no ritual, no cravo
Bota um mistério, que não tem nada mais sério
Que o Maracatu Rural”

Mestre Barachinha.
A poesia e a rima o tornaram
um grande mestre do Maracatu.

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Maracatu

Ritmo tradicional nordestino de origem afro-brasileira é um cortejo carnavalesco típico do Estado do Pernambuco que acontece na época do Carnaval.

Nasceu dos trabalhadores rurais, das fazendas de cana de açúcar, na época do Brasil Império, no interior de Pernambuco.

O Maracatu é uma mistura de teatro, música e dança. Divide-se em dois tipos bem distintos: o Maracatu Rural ou Maracatu de Baque Solto e o Maracatu Nação ou Maracatu de Baque Virado.

O caboclo de lança é o guerreiro de Ogum. Formado por trabalhadores rurais, portam lanças de madeira adornadas com fitas coloridas e na cabeça portam ricos e exuberantes capacetes. Usam mantos também muito coloridos que representam a armadura na encenação da batalha. Alguns usam grandes óculos e uma flor branca na boca, sendo o cravo a mais tradicional.

Tanto o Maracatu Rural como o Maracatu Nação encontram-se em processo de Registro como patrimônio imaterial brasileiro pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

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Ritmo tradicional nordestino de origem afro-brasileira é um cortejo carnavalesco típico do Estado do Pernambuco que acontece na época do Carnaval. Cada grupo tem os seus personagens e formas de apresentar como viviam os homens na época do Brasil Império.

Nasceu dos trabalhadores rurais, das fazendas de cana de açúcar, na época do Brasil Império, no interior de Pernambuco. Em sua origem foi criado para camuflar a história e cultos africanos, pois estes eram proibidos pelo rei e a igreja católica. No começo do século XIX veio para Recife e hoje é um dos grandes momentos do Carnaval, principalmente na cidade de Nazaré da Mata, município localizado há 70 km de Recife, considerada a Cidade dos Maracatus.

O Maracatu é uma mistura de teatro, música e dança. Divide-se em dois tipos bem distintos: o Maracatu Rural ou Maracatu de Baque Solto e o Maracatu Nação ou Maracatu de Baque Virado.

O Maracatu Nação ou de Baque Virado participam de 30 a 50 brincantes.

Desde sua origem, tinha como tema central a coroação dos reis africanos, uma forma e perpetuar a historia de seus ancestrais negros para a geração que nasceu no Brasil.

Dentre os participantes encontramos o rei e a rainha, acompanhados de uma corte composta por damas de honra, príncipe e princesa, duque e duquesa, barão e baronesas, embaixador, porta estandarte. No estandarte encontra-se o nome da agremiação que representam ou a imagem de algum animal. Ainda vemos a dama de corte, o vassalo que carrega o pátio ou guarda-sol, as damas ou damas de passo, também chamadas de Yabás ou baianas que carregam a Calunga, uma boneca negra que representa as rainhas antepassadas da corte.



Inserindo a tradição brasileira, em alguns cortejos, entra o caboclo de pena, sendo a representação dos índios guerreiros. Acompanham o cortejo os batuqueiros. No Maracatu de Baque Virado a orquestra é composta de instrumentos de percussão como gonguê, ganzar, xequerê, maracá, as caixas e alfaias, estas para a marcação grave dos ritmos. As musicas cantadas são as toadas e quem as canta é o tirador de loas ou versos, que apita no início e no final de cada estrofe.

Além de ser um folguedo, o Maracatu preserva sua origem religiosa; é parte do cortejo fazer a dança das calungas na frente das igrejas como forma de prestar homenagem à Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, divindades negras católicas. Porém se entram em algum terreiro, os homenageados são os orixás o que denota o caráter sincrético desta tradição.

O Maracatu de Baque Solto é criado posteriormente ao de baque virado. Surge na zona da mata pernambucana, nos séculos XIX e XX. Foi criado por agricultores das canas e sofreu influência e mescla de muitos outros folguedos do estado do Pernambuco como bumba-meu-boi, folia de reis, cavalo marinho, etc.

Seus personagens são o rei e a rainha, a porta bandeira ou baliza, o Mateus, a Catirina, o burro, o caçador, as porta-buquês, as baianas, a boneca Aurora, os caboclos de pena e seus machados. Carregam na cabeça um grande cocar de penas. Há também o vassalo ou o “menino da sombrinha” e o personagem principal, o caboclo de lança.

O caboclo de lança é o guerreiro de Ogum. Formado por trabalhadores rurais, portam lanças de madeira adornadas com fitas coloridas e na cabeça portam ricos e exuberantes capacetes. Usam mantos também muito coloridos que representam a armadura na encenação da batalha. Alguns usam grandes óculos e uma flor branca na boca, sendo o cravo a mais tradicional.


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No Maracatu de Baque Solto não há cortejo e quem comanda os movimentos é o apito do mestre, também responsável pelas cantorias das toadas. Ele acontece em dois círculos concêntricos. No circulo de fora os caboclos de lança correm e fazem algazarras encenando a batalha, golpeando com suas lanças de dois metros de altura. Carregam chocalhos nas costas que marcam o ritmo do Maracatu Rural. No circulo menor vemos dançando as damas de buquê, baianas, caboclo de pena, boneca e estandarte.  

Seu conjunto de instrumentos é maior do que o Maracatu de Baque Virado, sendo conhecido como Maracatu Orquestra. Nele encontramos o tarol ou a caixa, a porca ou cuíca, a zabumba, o surdo, o ganzá, chocalho e metais como clarinetes, saxofone, trombone e pistom. No coro ouvimos vozes femininas e seu ritmo é bem mais rápido que o Maracatu de Baque Virado.



Tanto o Maracatu Rural como o Maracatu Nação encontram-se em processo de Registro como patrimônio imaterial brasileiro pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

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Por Lu Paternostro
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