Ilustração “Jongo”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Jongo", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
 Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
Ilustração “Jongo”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira.
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Quando a noite descia,
ao som da Ave-Maria,
um som de tambor se ouvia.
Dentro de uma senzala, 
em um caminho pra Minas,
vozes de jongueiros se ouviam.

Na Fazenda da Bem Posta, em pleno Estado do Rio,
um jongueiro sentindo falta do caxambu,
tocava o candongueiro, após o angú.

Cantarolava a saracura,
levou o lenço da moça 
que ficou chorando, 
que pecado que ela leva quando morrer….

Saracura
Jongo de Serrinha

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Jongo

O jongo tem diversos nomes: tambu, batuque, tambor, caxambu. É cantado e tocado de diversas formas, dependendo do local que é praticado, e é considerado um dos ritmos precursores do samba.

O jongo é uma forma de reverência e louvação aos antepassados, lembrando profundamente de suas raízes negras; tem seus saberes, ritos e crenças nos povos africanos. São várias as maneiras de dançar o jongo. Os dançarinos dançam e cantam numa roda. Um deles faz o solo e os outros respondem cantando.

O registro do “Jongo do Sudeste” como patrimônio imaterial do Brasil pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em dezembro de 2005, na categoria “Formas de Expressão”, é o reconhecimento da importância desta expressão para a formação da multifacetada identidade cultural brasileira.

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O jongo tem diversos nomes: tambu, batuque, tambor, caxambu. É cantado e tocado de diversas formas, dependendo do local que é praticado, e é considerado um dos ritmos precursores do samba.

Foi trazido para o Brasil pelos escravos angolanos. É uma expressão rítmica da mesma família do tambor de crioula, do samba de roda e do coco. Integra a percussão de tambores, as danças coletivas e disposição em roda dos dançarinos, o bater das palmas, a umbigada, elementos comuns a estas danças. 


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É praticado nos quintais das casas de periferias urbanas e de comunidades rurais do sudeste brasileiro.

O jongo é uma forma de reverência e louvação aos antepassados, lembrando profundamente de suas raízes negras; tem seus saberes, ritos e crenças nos povos africanos e exaltam estas historias em suas canções.

Os jongos não são liturgias, mas estão associados ao catolicismo afro brasileiro, em especial ao culto de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. 

Para os jongueiros os tambores são sagrados, pois fazem a conexão com as entidades do mundo espiritual. Seus guardiões são os líderes das próprias comunidades jongueiras. Os instrumentos musicais podem ser diferentes de um grupo para outro, mas o mais comum é terem dois ou três tambores. Podemos encontrar em algumas comunidades o chamado tambor de fricção, um tipo de cuíca em formato maior.



São várias as maneiras de dançar o jongo. Os dançarinos dançam e cantam numa roda. Um deles faz o solo e os outros respondem cantando. Sozinhos ou em pares os dançarinos vão até o centro da roda e dançam até serem substituídos por outro par. Os praticantes dançam como sabem dançar; uns dançam pulando, arrastando os pés, dançam devagar, outros mais rápidos e soltos. O chamado “ponto” é um dos elementos mais marcantes do jongo, onde a palavra cantada assume características únicas.

O registro do “Jongo do Sudeste” como patrimônio imaterial do Brasil pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em dezembro de 2005, na categoria “Formas de Expressão”, é o reconhecimento da importância desta expressão para a formação da multifacetada identidade cultural brasileira.

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Por Lu Paternostro
NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autore

Ilustração “Frevo”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Frevo", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
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Lua tão linda, lua, lua, lua de Olinda
O sol abraça Recife tá chegando o carnaval, lua, lua linda

Lua nova que vi e fiquei sem dormir quando lembrei dos olhos dela
Sob os raios de ouro e as estrelas de prata vi teu corpo moreno tremendo de amor
Lembrei do Marco Zero onde ganhei a gata e da gente se amando no escurinho da praça
Mergulhei no meu sonho real fantasia quando o sol despertava e a lua dormia

Lembrei do Marco Zero onde ganhei a gata e da gente se amando no escurinho da praça
Mergulhei no meu sonho real fantasia quando o sol despertava e a lua dormia

Lua tão linda, lua, lua, lua de Olinda
O sol abraça Recife tá chegando o carnaval, lua, lua linda…

Frevo da Lua
Composição de Alceu Valença, Maurício
Oliveira e Gabriel Moura

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Frevo

O frevo nasceu no Estado do Pernambuco, no final do século XIX, no carnaval, e se enraizou nas cidades de Olinda e Recife.

Gênero musical urbano, extremamente acelerado, o frevo tem características de competição desde sua origem.. Haviam agremiações que disputavam entre si com nomes como Pás, Vassourinhas, Empalhadores, Verdureiros, Abanadores. O frevo tem mais de 100 tipos de passos catalogados.

Há três tipos de frevo: o Frevo-de-Rua, o Frevo-de-Bloco e Frevo-Canção,= ou Marcha-Canção. A sombrinha é parte do tradicional adereço dos dançarinos e um dos principais símbolos do carnaval pernambucano.

O Frevo foi inscrito no Livro dos Registros de Bens Imateriais do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, categorias “Formas de Expressão”, em fevereiro de 2007.

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O frevo nasceu no Estado do Pernambuco, no final do século XIX, no carnaval, e se enraizou nas cidades de Olinda e Recife.

Gênero musical urbano, extremamente acelerado, o frevo tem características de competição desde sua origem. Para José Ramos Tinhorão, outro estudioso do assunto, o frevo é criação de músicos brancos e mulatos, muitos deles instrumentistas de bandas militares, tocadores de marchas e dobrados, ou componentes de grupos especialistas em música de dança do fim do século XIX como polcas, tangos, quadrilhas, schottisch e maxixes.

Haviam agremiações que disputavam entre si com nomes como Pás, Vassourinhas, Empalhadores, Verdureiros, Abanadores.

As bandas militares e suas rivalidades, os escravos recém libertados e capoeiristas iam para as ruas num momento em que as classes populares conquistavam seu espaço nas cidades. Era comum haverem conflitos entre blocos de frevos.


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Do repertório variado e eclético desta musica ligeira, feita para o carnaval, nasceram os três tipos de frevo: o Frevo-de-Rua, que não possui letras, feito unicamente para ser dançado, o Frevo-de-Bloco, possivelmente vindo de serenatas feitas por grupo de rapazes munidos de violões, banjos, cavaquinhos, clarinetes, sendo que atualmente as mulheres participam também, e o Frevo-Canção, ou Marcha-Canção, que se parecem muito com as marchinhas de carnaval.

Ao mesmo tempo foram sendo introduzidos os passos, improvisados e criados pelas pessoas que dançavam o frevo, uma liberdade fervorosa. A dança, jogo de braços e de pernas, é atribuída à ginga dos capoeiristas, que defendiam os blocos e contribuíram na criação dos passos. Hoje se pode dizer que o frevo tem mais de 100 tipos de passos catalogados.

Também a dança pode ter duas formas de acontecer: uma quando os dançarinos fazem passos complexos, que exigem flexibilidade e a agilidade de um acrobata, e outra forma é quando o povo dança e participa.

O nome vem de ferver, um ritmo que causa efervescência, agitação, rebuliço e uma aura de muita vivacidade aos seus participantes.

A sombrinha é parte do tradicional adereço dos dançarinos. Sua origem veio dos disfarces que os capoeiristas usavam, pois no início do frevo, a capoeira foi proibida no Brasil. Estar sombrinhas teriam sido usadas como armas de defesa. De início eram guarda-chuvas pretos, velhos esfarrapados ou outro símbolo dos clubes como bengalas ou facões de madeira. Com o tempo, o guarda-chuva foi se modificando, se colorindo, diminuindo e fazendo parte da alegoria da festa, ornamento dos dançarinos e um dos principais símbolos do carnaval pernambucano.



A vestimenta mais característica são, para os homens, camisas mais curtas, justas ou amarradas na cintura, e calças bem apertadas, variando entre abaixo do joelho e acima do tornozelo. Para as mulheres, saias curtíssimas ou fitas que caem como saias, shorts curto por baixo e corpetes ou blusas curtas. Tanto os homens como as mulheres se vestem com roupas de um colorido vivo, muito brilho, que exaltam os movimentos e se destacam aos olhos dos espectadores de qualquer lugar do mundo.

Os passos dos frevos também são outra riqueza inerente a este ritmo. No inicio seus nomes faziam referência ao mundo do trabalho e à profissão de seus participantes como parafuso, dobradiça, locomotiva, ferrolho, tesoura, pontilhado, ponta de pé, além do calcanhar, Saci-Pererê, pernada, com movimentos fortes da capoeira, e o caindo-nas-molas, um passo básico dos dançarinos. 

O Frevo foi inscrito no Livro dos Registros de Bens Imateriais do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, categorias “Formas de Expressão”, em fevereiro de 2007.

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Folia de Reis”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Folia de Reis", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
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Senhor e dono da casa, vai chegando a folia 
Vem beijar a nossa bandeira e escutar a cantoria
Vem beijar a nossa bandeira e escutar a cantoria ai ai ai !

Senhor e dono da casa, se não for muito custoso
Vem abrir a sua porta que nóis viemos de pouso
Vem abrir a sua porta que nóis viemos de pouso ai ai ai !

Nosso corpo quer descanso nóis precisamos dum canto
Nossa arma quem vigia é o divino espírito santo
Nossa arma quem vigia é o divino espírito santo ai ai ai !

Senhor e dono da casa, a folia vai saindo 
Fica com deus nosso pai e a proteção do divino
Fica com deus nosso pai e a proteção do divino ai ai ai !

Folia de Reis
André e Andrade
Moda de folia aos santos reis

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Folia de Reis

A Folia de Santos Reis, Reisado, Companhia de Reis ou simplesmente Folia de Reis, são cortejos de caráter religioso, que se realizam em vários estados do Brasil. Ocorre entre o Natal e a Festa de Reis, em seis de janeiro. Representa a história da viagem dos três Reis Magos à gruta de Belém. Reproduzindo de forma simbólica essa procissão, os grupos vão de casa em casa adorar o Menino Deus no presépio ou lapinha.

Encontra-se as folias de reis no Brasil todo, sendo mais comuns em populações rurais.
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A Folia de Santos Reis, Reisado, Companhia de Reis ou simplesmente Folia de Reis, são cortejos de caráter religioso, que se realizam em vários estados do Brasil. Ocorre entre o Natal e a Festa de Reis, em seis de janeiro.

A Folia de Reis é um auto popular, um teatro do povo. É religioso e sagrado, e uma das mais difundidas manifestação popular do Brasil, rica em ritos e crenças próprias. Representa a história da viagem dos três Reis Magos à gruta de Belém. Reproduzindo de forma simbólica essa procissão, os grupos vão de casa em casa adorar o Menino Deus no presépio ou lapinha.


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A maioria dos estudos atribui origem Europeia às folias, talvez relacionadas às “Jornadas de Pastorinhas”, meninas-moças que no período litúrgico do Natal, percorriam as casas pedindo esmolas com finalidade assistências, usando a música como pedido e agradecimento.

As folias de reis são compostas por um número variado de participantes ou foliões. Podem aparecer vestindo uniformes, mas de forma geral, vestem roupas comuns, portando ou não uma echarpe branca em volta do pescoço, símbolo da pureza do Menino Jesus, de Maria e dos próprios foliões.

Caminham de casa em casa cantando e portando instrumentos como caixa, viola, violão, cavaquinho, rebeca, bandolim e sanfona, variando sempre de região para região. As violas e os violões são enfeitados com fitas coloridas que podem carregar um simbolismo: as amarelas, cor-de-rosa e azuis podem simbolizar a Virgem Maria, sendo também, que a cor-de-rosa tem por significado os doze apóstolos de Cristo. A fita branca representa o Divino Espírito Santo.

Os cantos são de “chegada”, onde o líder ou embaixador pede permissão ao dono da casa para entrar, “saudação” à lapinha e de “despedida”, onde a Folia agradece as doações, a acolhida e se despede.

As danças são parte das folias e feitas normalmente pelos bastiões, palhaços ou alferes e podem ser diversas, conforme a região, como a dança-da-jaca, balanceado,cateretê,do meio dia e outras.

As folias levam suas preces cantadas às casas dos foliões, porém sua função é angariar fundos para a festa de seis de janeiro, o dia de Santo Reis. Recebida a esmola, os foliões agradecem de formas variadas, podendo ser com danças e versos aos donos da casa. Geralmente, os donos da casa oferecem pinga da boa, café com biscoito ou até jantar.

Respeitando as variações de cada lugar, podemos afirmar que, em linhas gerais, cada personagem envolvida no ritual da Folia de Reis exerce uma função.  



Ao mestre ou embaixador, conhecido também por folião-guia, folião-mestre, capitão, gerente ou chefe, cabe a função de organizar e manter a coesão do grupo, além de ser a voz que inicia as cantorias. É o posto mais alto da hierarquia dentro da Companhia e conhecedor dos fundamentos da folia, responsável pela transmissão dos saberes referentes à origem do grupo. Já os músicos, cantadores ou foliões são dividido por vozes, como quinta, contra-tala, tala, requinta que, em coro, fazem as vozes da cantoria, compondo a toada característica das folias. Também é comum encontrarmos pessoas caracterizadas de Reis Magos como personagens do grupo. O bandeireiro, ou bandeireira, é a figura que, à frente da Companhia, conduz o símbolo que legitima o grupo, a bandeira. Sua função é cuidar da bandeira, contando com a proteção dos bastiões.

Ofesteiro é a pessoa que se oferece e prepara a festa da chegada da bandeira; o apontadorde prendas anota todas as ofertas recebidas em um caderno.

Porém, o personagem mais curioso e mais intrigante é o “palhaço”, também conhecido como Bastião, corruptela de bastão que carregam com eles e com eles defendem a bandeira.

Pai Juão, Catrina,  Mocorongo, Malungo, Alferes, Mateus, Morengo, Pastorinhos são outros dos nomes que recebem pelo Brasil. Vestidos com roupas coloridas, usam máscaras feitas de vários materiais.

É ele quem recolhe as ofertas, anuncia a chegada da bandeira nas casas, pergunta se o dono da casa aceita a visita, descobre as ofertas escondidas, “quebra os atrapalhos”, utilizando de gestos ou cerimoniais feitos por quem conhece a tradição. Portanto além de curiosos, são intrigantes, sagrados e guerreiros, responsáveis pela proteção da bandeira e da folia.

Encontra-se as folias de reis no Brasil todo, sendo mais comuns em populações rurais.

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Por Lu Paternostro
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Ilustração “Congada”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

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Benedito Santo 
De Jesus querido 
Valha-me Deus 
Que eu tenho sofrido 

Que santo é aquele 
Que vem no andor 
É São Benedito 
Enfeitado de flor 

É conga, é conga, é congada 
Bate marimba e tambor 
Vou pegar minha espada 
Que eu também sou lutador….

Congada
Romildo e Toninho Nascimento
Música e poesia

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Congada

Congada, também conhecida por Congo ou Congado, é uma manifestação cultural e religiosa de origem Africana, um folguedo de rua que reúne tradições mouras e cristãs. Os grupos vão cantando, marchando e dançando, batendo suas espadas numa coreografia complexa, trocando de lugar. Vestem-se com roupas características e por pura devoção mantém sua tradição viva. Tradicionalmente o ponto alto é representação da coroação do rei e rainha do Congo.

A congada acontece em várias festividades durante o ano todo, principalmente em festas de Nossa Senhora do Rosário e em alguns locais, nas festas do Divino.

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A Congada, também conhecida por Congo ou Congado, é uma manifestação cultural e religiosa de origem Africana e remete às lutas travadas no território africano, principalmente no Congo, onde muitos reis perderam seus tronos vindo a ser escravos no Brasil, quando da colonização portuguesa no século XV.



A devoção de seu povo os mantinha reis mesmo sem nada governarem, uma forma de resgatar o reino que foi perdido em suas terras de origem.

Como as danças dos negros africanos eram na sua maior parte guerreiras, tanto o senhores brancos como a igreja, com medo de rebeliões de seus escravos, permitiam que dançassem suas congadas, mas escolheram para isso as datas de devoção dos santos cristãos. Os santos cultuados pelas congadas em seus estandarte, normalmente são santos negros como São Benedito, Santa Efigênia e Nossa Senhora do Rosário.

A congada relembra esta história e suas passagens, lutas e conquistas de forma simbólica, não deixando morrer a lembrança do poder do povo negro. É uma dança que representa a coroação do rei do Congo, acompanhado de um cortejo compassado que recebe o nome de “terno” e, em alguns locais, de uma encenação dramática que tem o nome de “embaixada”.

A congada é uma espécie de teatro de rua reunindo tradições mouras e cristãs.

Consiste num bailado dramático em que seus participantes cantam e dançam ao som de palmas, pandeiros, violões. Seguem empunhando bastões que batem no ritmo das canções.


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Durante as festas há levantamento de mastros, muita musica, dança, batuque de zabumba, canto, louvação e animação. Os instrumentos utilizados são caixa, pandeiro, reco-reco, cavaquinho, sanfona, acordeom, tarol, cuíca, tamborim.

Os grupos vão cantando, marchando e dançando, batendo suas espadas numa coreografia complexa, trocando de lugar. Vestem-se com roupas características e por pura devoção mantém sua tradição viva. 

O ponto central da festa é a coroação dos reis, embora em muitos lugares do país esta tradição esteja se perdendo restando, apenas, os ternos e suas danças compassadas.

A congada acontece em várias festividades durante o ano todo, principalmente em festas de Nossa Senhora do Rosário e em alguns locais, nas festas do Divino.

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Por Lu Paternostro

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Ilustração “Capoeira”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

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Quem é homem de bem não trai
O amor que lhe quer seu bem
Quem diz muito que vai, não vai
Assim como não vai, não vem
Quem de dentro de si não sai
Vai morrer sem amar ninguém
O dinheiro de quem não dá
É o trabalho de quem não tem

Capoeira que é bom não cai
Mas se um dia ele cai, cai bem
Capoeira me mandou dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou vai ter briga de amor
Tristeza, camará

Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar

Eu amei, amei demais
O que eu sofri por causa de amor ninguém sofreu
Eu chorei, perdi a paz
Mas o que eu sei é que ninguém nunca teve mais, mais do que eu

Capoeira me mandou dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou vai ter briga de amor
Tristeza camará

Berimbau
Baden Powell
Música e poesia

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Capoeira

A capoeira é uma manifestação da cultura popular, está presente na totalidade do território brasileiro e em mais de 150 países. Uma expressão que une luta, dança e música. De origem africana, veio com os escravos e desenvolveu-se com bastante força e expressão no Brasil.

Diferente de outras lutas, a roda de capoeira acontece acompanhada com cantorias, ritmos de atabaques e principalmente o berimbal, instrumento que praticamente comanda a forma de acontecer a capoeira.

Na roda de capoeira é um local mágico, um espaço de transmissão dos saberes dos mestres capoeiristas. É um círculo de capoeiristas, um espaço onde encontramos a bateria musical e é onde a capoeira é jogada, tocada e cantada.

O “Roda de Capoeira” e o “Oficio de seus Mestres” foram inscritos no Livro dos Registros de Bens Imateriais do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, respectivamente nas categorias “Formas de Expressão” e “Saberes”, em outubro de 2008.

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A capoeira é uma manifestação da cultura popular, está presente na totalidade do território brasileiro e em mais de 150 países. Uma expressão que une luta, dança e música.

De origem africana, veio com os escravos e desenvolveu-se com bastante força e expressão no Brasil, principalmente em grandes cidade portuárias como Rio de Janeiro, Salvador e Recife. No Rio de Janeiro e em Recife, no século IXI a capoeira foi duramente perseguida. Desenvolveu-se mesmo em Salvador, onde a repressão policial era menor. Nesta cidade nasceram as rodas de capoeira.


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Diferente de outras lutas, a roda de capoeira acontece acompanhada com cantorias, ritmos de atabaques e principalmente o berimbal, instrumento que praticamente comanda a forma de acontecer a capoeira.

Dentre suas formas, temos a “Capoeira Angola” ou chamada “Capoeira de Vadiação” e a “Capoeira Regional”, criada no começo do século XX pelo Mestre Bimba que fundou, em 1932, a primeira Academia de Capoeira no Brasil.

Em1941 o mestre Pastinha, criou o primeiro espaço formal para o ensino da vadiação. Com eles começa uma capoeira mais “civilizada” e diríamos, “controlada”.

A palavra Capoeira significa “o que foi mata” ka’a (“mata”) e pûer (“que foi”), referindo-se à vegetação rasteira do interior do Brasil onde os índios costumavam fazer suas plantações. Estas áreas cercavam as grandes propriedades rurais que utilizam escravos negros. Era uma forma destes, fingindo que dançavam, aprenderem uma luta que tornava seus corpos armas poderosíssimas contra os ataques e perseguições dos capitães do mato, contratados pelos senhores das fazendas para capturar escravos fugitivos.

De forma geral o objetivo é derrubar o oponente com uma rasteira, porém, quando era necessário para a autodefesa, os escravos podiam matar seus oponentes com golpes letais. Num confronto físico com policias, estes últimos ficavam em desvantagem. Por conta disso, em 1890, o governo republicano brasileiro decretou a proibição da capoeira em todo o território nacional.



A capoeira é composta por diversos movimentos que vão do ataque à defesa. A “ginga” é um movimento de defesa onde o praticante fica se mexendo, gingando o tempo todo. Para os ataques os capoeiristas utilizam chutes, rasteiras, saltos incríveis, cotoveladas, cabeçadas e movimentos elaborados que acontecem tanto no solo como no ar. Exigem desenvoltura, flexibilidade, rapidez, destreza e muita agilidade.

Na roda de capoeira é um local mágico, um espaço de transmissão dos saberes dos mestres capoeiristas. É um círculo de capoeiristas, um espaço onde encontramos a bateria musical e é onde a capoeira é jogada, tocada e cantada. Dependendo do seu conteúdo e modos de entoar, suas canções e ritmos são divididas em ladainhas, chulas, corridos ou quadras. Há também diversos “toques” ou ritmos dados pelos berimbais, que são seguidos pelos outros instrumentos. A bateria é composta também por pandeiros, atabaques e, eventualmente, agogôs. 

O “Roda de Capoeira” e o “Oficio de seus Mestres” foram inscritos no Livro dos Registros de Bens Imateriais do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, respectivamente nas categorias “Formas de Expressão” e “Saberes”, em outubro de 2008.

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Por Lu Paternostro

NOTA LEGAL: Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos autores

Ilustração “Boi Bumbá”. Manifestações da Cultura Tradicional Brasileira. Série Traços do Brasil.

Ilustração "Boi Bumbá", da série "Manifestações da Cultura Brasileira. 
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Ilustração “Boi Bumbá”, da série “Manifestações da Cultura Brasileira.
Copyright Lu Paternostro. Proibida cópia, uso ou reprodução desta imagem sem a autorização da artista.
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Tu precisa ir pro Norte
Ver Bumba meu Boi Bumbá

Ê bum bum Bumba meu Boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá
(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)

Tu precisa ver a dança
Do reisado imperiá

(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)

No dia desse festejo
Vai toda gente pra rua

Ê bum bum Bumba meu Boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá
(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)

Todo mundo qué espiá
A dança do Boi Bumbá!

Ê bum bum bum Bumba meu Boi…

Bumba meu Boi
Jackson do Pandeiro
Música e poesia

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Boi Bumbá

Espalhando-se pelo Brasil, o bumba-meu-boi adquire características diversas na forma da dança, ritmo, personagens e até na forma de interpretar o enredo.

O bumba meu boi é um dos traços mais marcantes da identidade cultural brasileira. A dança surgiu no século XVIII, no nordeste do Brasil e é resultado da união de elementos das culturas europeia, africana e indígena. Porém, foi no estado do Maranhão que ele tomou corpo, integrando-se em sua comunidade.

São cinco os sotaques do bumba meu boi do Maranhão. O Sotaque da Ilha ou de Matraca, Sotaque de Zabumba, Sotaque Costa de Mão e o Sotaque da Baixada ou de Pindaré.

O “Complexo Cultural do Bumba Meu Boi Do Maranhão” foi inscrito no Livro dos Registros de Bens Imateriais do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, na categoria “Celebrações”, em agosto de 2011.

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Espalhando-se pelo Brasil, o bumba-meu-boi adquire características diversas na forma da dança, ritmo, personagens e até na forma de interpretar o enredo. Por conta disso, adquire também diversos nomes, a saber: em Pernambuco é chamado boi-calemba ou bumbá; no Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí é chamado de bumba-meu-boi; no Ceará é boi de reis, boi-surubim ou boi-zumbi; na Bahia é boi-janeiro, boi-estrela-do-mar, dromedário e mulinha-de-ouro; em Minas Gerais e Rio de Janeiro é bumba ou folguedo do boi; no Espírito Santo chama-se boi de reis; em São Paulo é conhecido como boi-de-jacá e dança-do-boi; no Pará, Rondônia e Amazonas é boi-bumbá ou pavulagem; no Paraná e Santa Catarina é boi-de-mourão ou boi-de-mamão; no Rio Grande do Sul é bumba, boizinho ou boi-mamão.

O bumba meu boi é um dos traços mais marcantes da identidade cultural brasileira. A dança surgiu no século XVIII, no nordeste do Brasil e é resultado da união de elementos das culturas europeia, africana e indígena. Porém, foi no estado do Maranhão que ele tomou corpo, integrando-se em sua comunidade.



O bumba-meu-boi ou boi-bumbá é uma festa tradicional em que o personagem central é o boi, seu ciclo vital e o seu universo mítico e religioso, uma grande celebração que congrega diversas manifestações culturais ao seu redor. Encontramos presente a devoção aos santos juninos como São João e São Pedro e, ao mesmo tempo, traços do Tambor de Mina, Tambor da Mata e o Terecô, religiões afro-brasileiras onde encontramos a presença de orixás.  Esta riqueza o configura como um “complexo cultural”.

O folguedo é composto de personagens humanos e animais, e resume-se no seguinte enredo: A Mãe Catirina, grávida, desejava comer a língua do melhor boi da fazenda e o seu marido, Pai Francisco, para satisfazer o desejo de sua mulher, matou o melhor animal que podia, sendo este o boi preferido do seu senhor, o dono da fazenda. O boi era um animal de estimação e o seu amo o desejava vivo. Começa uma correria para procurar santos, orixás e pajés para fazer o boi ressuscitar. O boi renasce e acontece um verdadeiro milagre ecumênico onde todos dançam e cantam.

Na véspera do dia 24 de junho, o novo “couro” do boi é batizado para protegê-lo quando sair às ruas. Cumpridos os rituais divinos o novo coro do boi é oficialmente apresentado à comunidade. A festa acontece na noite de São João. Em alguns grupos o ciclo termina somente em Outubro, com a morte do boi. 

O boneco do boi é formado por uma estrutura de madeira com veludo, que recebe ricos bordados. Em volta desta estrutura pendura-se uma saia colorida. A pessoa que conduz o boi é chamado de “tripa” ou “miolo do boi”. Os personagens, embora possam mudar de grupo para grupo, são: o Capitão que comanda o espetáculo, o amo ou o dono da fazenda e do boi, o Pai Francisco ou Mateus, empregado da fazenda e marido da Mãe Catirina, figuras cômicas, que animam o público. Há ainda um padre, os vaqueiros, índios, índias e caboclos que enriquecem com suas danças e indumentárias. Eventualmente vê-se a burrinha, um cavalinho pequeno com um furo no meio onde o brincante entra e é preso por um suspensório. Há ainda um doutor curador e os Cazumbás, personagens meio assustadores que usam batas e máscaras coloridas variadas, e fazem soar seus sinos ao movimento de seu rebolar, dentre outros.  

O bumba meu boi tem os “sotaques” ou formas rítmicas como são conhecidos no estado do Maranhão. A diferença entre eles são os instrumentos musicais, as formas em que são tocados e como influenciam as diversas formas de dançar.


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São cinco os sotaques do bumba meu boi do Maranhão. O Sotaque da Ilha ou de Matraca onde alguns elementos lembram rituais indígenas e predomina o som das matracas. Seu ritmo é mais lento, com gestos curtos, menos gingado. Uma de suas fantasias que chamam a atenção é o Caboclo Real, uma espécie de índio que se apresenta coberto de penas coloridas.

O Sotaque de Zabumba tem suas origens no município de Guimarães, talvez o mais antigo dos sotaques. Suas raízes são africanas. Suas vestimentas são ricamente bordadas e enfeitadas. O zabumba, um tambor que dá nome ao sotaque, faz a marcação rítmica deste e a forma de dançar dos brincantes é com os calcanhares.

Já o Sotaque Costa de Mão, o que chama a atenção na vestimenta dos homens são as calças de veludo ricamente bordada e os chapéus em forma de cones, ricamente ornados com fitas multicoloridas. Usam-se instrumentos como maracas, caixas e o pandeiro onde tocam com a parte de trás das mãos.

No Sotaque da Baixada ou de Pindaré aparece o Cazumbá. O Sotaque de Orquestra vem influenciado por diversos gêneros musicais e incorporou instrumentos de sopro, de cordas e a sanfona. 

O “Complexo Cultural do Bumba Meu Boi Do Maranhão” foi inscrito no Livro dos Registros de Bens Imateriais do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, na categoria “Celebrações”, em agosto de 2011.

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Por Lu Paternostro

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